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Feira Do Livro: há 50 anos contando histórias

Há 50 anos, a Feira ocorre na Praça Saldanha Marinho. Iniciada em 1973, jovens escritores tiveram a oportunidade de lançar sua obra e o evento passou pelo desafio de se manter viva durante a pandemia.  Jovens

Em seu último dia de evento FLISM relembra Mario Quintana

A Festa Literária de Santa Maria que foi realizada dos dias 11 a 13 de setembro, no auditório da CESMA, relembrou o famoso poeta Mario Quintana em seu último dia de evento, na sexta-feira. Este ano completa

FLISM relembrou o lendário Jack Kerouac

A Festa da Literatura de Santa Maria (FLISM) trouxe a história de Jack Kerouac nos seus “50 anos da morte do autor de On The Road” nas vozes dos especialistas e fãs, Gérson Werlang e Márcio

Festa Literária recebeu Letícia Wierzchowski

Encerrando a noite de quinta-feira,12, a Festa Literária de Santa Maria recebeu a autora de “A Casa das Sete Mulheres”, Letícia Wierzchowski, para contar ao público sobre a alegria da escrita na sua carreira. O encontro

Festa Literária de Santa Maria começa quarta-feira

A Festa Literária de Santa Maria (FLISM) ocorre de 11 a 13 de setembro no auditório da CESMA – Coperativa dos Estudantes de Santa Maria. Durante a festa, o público pode participar de debates abertos, lançamentos de

Documentários radiofônicos do curso de Jornalismo estão no ar

Na disciplina de Radiojornalismo II, os alunos do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana aprendem sobre a programação radiofônica, a produção em rádio e a coberturas radiofônicas ao vivo. No primeiro semestre deste ano, foram produzidos

Concurso de Literatura Infantil está com inscrições abertas

Estão abertas as inscrições para o IX Concurso de Literatura Infantil Ignez Sofia Vargas promovido pela Academia Santa-mariense de Letras (ASL). Até o dia 31 de julho os interessados poderão inscrever seus trabalhos. Este tem como

Marina Colasanti, a literatura e o feminino

Marina Colasanti é uma das escritoras brasileiras mais premiadas, com 6 prêmios Jabuti e mais de 50 obras publicadas no Brasil e exterior ao longo da carreira. Ela, inicialmente formada em artes plásticas, que também atuou como jornalista

A Biblioteca Pública Municipal de Santa Maria Henrique Bastide completa este mês 85 anos de existência. Para comemorar, a Prefeitura Municipal de Santa Maria, através da Secretaria da Cultura, está promovendo atividades culturais ao longo do mês de outubro.

Desde 1992 a Biblioteca está na sua atual sede. Imagem: arquivo.

A biblioteca foi criada em 1938 e, originalmente era localizada na Rua do Acampamento , no prédio que pertencia a Sociedade Italiana. Depois ficou localizada um tempo junto ao Teatro Treze de Maio. Somente em 1992 a instituição foi para a sua atual localização. No ano de 1956 através da Lei Municipal número 511 a instituição passou a ter o nome que possui hoje em homenagem ao seu idealizador e diretor. A instituição conta com um acervo de 40.000 livros, que consta com livros raros como a Divina Comédia de Dante Alighieri, publicado em Italiano. Além disso, há vários setores de revistas, periódicos, empréstimos, área infantil e espaços para o público ler e estudar.

Qualquer cidadão pode ser sócio da Biblioteca. Para isso é só ir até o local com uma foto 3×4, carteira de identidade e comprovante de residência. Sendo sócio há possibilidade de levar dois livros por vez , conforme a disponibilidade , que conta com prazo de 7 dias para ler e pode renovar o prazo pelo telefone da Biblioteca. O espaço funciona de segunda a sexta – feira das 7h30 às 16h30. Para mais informações entre em contato através do telefone (55) 3174-1560 ou pelo e – mail bhenriquebastide@gmail.com .

Na próxima terça-feira, dia 31 de outubro, haverá o lançamento do livro com os premiados do concurso Felipe de Oliveira 2021/2022 no Theatro Treze de Maio às 19h, encerrando a programação do mês de aniversário.

 

Há 50 anos, a Feira ocorre na Praça Saldanha Marinho. Iniciada em 1973, jovens escritores tiveram a oportunidade de lançar sua obra e o evento passou pelo desafio de se manter viva durante a pandemia. 

Jovens Escritores

Algo importante para o evento é que, a cada nova edição, surgem novos jovens escritores. Como, por exemplo, em 2022, quando o (hoje) acadêmico de Jornalismo João Lucas Oliveira lançou o livro Cada vez mais eu. O autor conta que a produção só foi possível devido ao incentivo de várias pessoas na escrita do livro. Ele acredita na iniciativa de novos escritores, porém crê também na experiência de vida: “De nada adianta ser o mais novo a lançar um livro, se você ainda não tem conhecimento suficiente para transparecer”

Oliveira acredita no legado de fazer o bem por meio de instrumentos que auxiliem a cuidar da saúde mental. Ele ainda ressalta que o leitor que adquirir o livro estará auxiliando no reflorestamento: ” A cada livro adquirido, uma muda de árvore de reflorestamento é plantada, como forma de repor o papel utilizado na impressão, e também de ajudar no combate ao desmatamento e contribuir no reflorestamento”

Lançamento Do Livro Cada vez mais eu
Capa do livro Cada Vez Mais Eu.

O livro de João Lucas pode ser adquirido através da Amazon ou WhatsApp.

O Recomeço Pós Pandêmico

Durante o ano de 2020 o mundo viu – se diante uma pandemia global, onde ficamos praticamente sem contato presencial por um tempo. Por isso, naquele ano a Feira do Livro ocorreu de forma híbrida pela primeira vez, na sua 47ª edição. Já em 2021 o evento voltou às suas origens,  sendo realizada de modo 100 % presencial. Segundo Télcio Brezolin, presidente da Câmara do Livro de Santa Maria e: “Foram momentos de reencontrar pessoas num ambiente cheio de energia, desprovido de algoritmos, tão importante neste hiato da história da humanidade”.(depoimento dado à assessoria de imprensa da Feira de 2021)

Feira de 2023

Em 2023 a Feira Do Livro ocorre na Praça Saldanha Marinho de 28 de abril à 13 de maio. As inscrições para os escritores que querem lançar livros estão abertas até o dia 15/04, por meio de formulário . Mais informações podem ser adquiridas pelo e-mail feiradolivrosm73@gmail.com e no Instagram @feiradolivrosm.

Um romance. Em três partes. Escrito por uma dama. Foi com essa assinatura que Jane Austen publicou Orgulho e Preconceito na Inglaterra, no século XIX. Nessa época, os pseudônimos e as assinaturas anônimas deveriam ser adotados pelas escritoras que publicavam livros. Porém, não somente na Europa essa prática era comum. O primeiro romance abolicionista da literatura brasileira foi escrito por uma mulher. Maria Firmina dos Reis identificava-se como uma maranhense, e publicou Úrsula em 1859. O romance recebeu uma segunda edição, com o nome da autora, apenas em 1975. 

Livros escritos por mulheres. Foto: Denzel Valiente/LABFEM

“As mulheres entram na literatura com nomes masculinos para depois se revelarem. A sociedade não enxergava com bons olhos, pensava que eram mulheres muito avançadas, e, na verdade, eram!”, comenta Haydée Hostin Lima, poeta. Apesar da resistência e da presença das mulheres no ramo literário diminuir a adoção de pseudônimos e assinaturas anônimas, hoje ainda é possível perceber resquícios dessa prática. “Muitas mulheres assinam com pseudônimos masculinos para obterem mais aprovação do público e editoras. Ou seja, não é tão fácil ser mulher e fazer literatura, porque é como se não quisessem nos ouvir, mas a nossa voz é forte e poderosa”, relata Luciana Minuzzi, produtora editorial. 

Um exemplo é a autora de Harry Potter, Joanne Rowling, que foi orientada a identificar-se como J.K. para evitar que sua saga fosse restringida apenas a meninas. “Não há uma literatura própria deste ou daquele. Penso que uma das coisas que nos mostrou isso foi Harry Potter, pois meninos e meninas leram e se identificaram”, conta Nikelen Witter, escritora.

O espaço da mulher na literatura 

A identificação das autoras com seus respectivos nomes é apenas uma das formas de resistência das mulheres na literatura. A busca por espaço e voz em um ambiente predominantemente masculino ainda encontra diversos obstáculos. 

Segundo dados da Universidade de Brasília (UNB), mais de 70% dos livros publicados por grandes editoras brasileiras foram escritos por homens. A pesquisa compreende o período de 1965 a 2014 e foi realizada pelo Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea. Além disso, cerca de 90% dos livros publicados foram escritos por pessoas brancas. Outros dados que o levantamento apurou foram acerca do protagonismo das personagens, que são na maioria homens, brancos e heterossexuais. 

As mulheres ainda não são maioria também nos espaços dedicados à literatura. No Brasil, apenas oito mulheres compõem a Academia Brasileira de Letras. Até os anos 70, uma prerrogativa do estatuto da academia impedia que mulheres fossem aceitas, pois exigia membros apenas do sexo masculino. Duas escritoras, Amélia Beviláqua e Dinah Silveira Queiroz foram rejeitadas com base nesse artigo. 

Rachel de Queiroz, primeira integrante da Academia Brasileira de Letras. Foto: Acervo Instituto Moreira Salles

A primeira mulher aceita foi Rachel de Queiroz, em 1977, precedida por Dinah Silveira de Queiroz, em 1980; Lygia Fagundes Telles, em 1985; Nélida Piñon, em 1989; Zélia Gattai, em 2001; Ana Maria Machado, em 2013; Cleonice Berardinelli, em 2009; e, por fim, Rosiska Darcy, em 2013. 

Do mesmo modo, nas premiações as mulheres são ofuscadas. O Prêmio Nobel de Literatura, existente desde 1901, contemplou apenas quatorze mulheres. A última premiada, em 2013, foi a escritora bielorrussa Svetlana Aleksiévitch, autora de A guerra não tem rosto de mulher, Vozes de Tchernóbil, O fim do homem soviético, entre outros livros. 

Diante do espaço reduzido das mulheres na literatura, em 2014, a escritora e ilustradora britânica Joanna Walsh criou a hashtag #readwomen2014. A iniciativa tinha o objetivo de fomentar a leitura de livros escritos por mulheres e tornou-se um movimento global. No Brasil, a ideia de Joanna foi adaptada para uma versão presencial em livrarias e espaços culturais. Assim, surgiu um dos maiores clubes de leitura do país, o Leia Mulheres, que visa a leitura de obras escritas por mulheres, das clássicas às contemporâneas. 

Escritoras santa-marienses: quantas você já leu? 

Em Santa Maria, mulheres escritoras estão conquistando cada vez mais espaço no universo literário. Luciana Minuzzi considera que para as mulheres, ocupar um espaço na literatura é um ato político. “Acredito que tenham mulheres escrevendo nos mais diversos ramos da literatura. Vemos desde as formas mais tradicionais de publicação até nos slams de poesia na rua. Nos eventos literários, também vejo muitas mulheres na organização e no público. Ou seja, estamos aí e estamos criando”, expõe a escritora.

Luciana, que já publicou contos com temática de terror e suspense em antologias, ressalta ainda que  é preciso incentivar que mais mulheres escrevam. Contudo, entende que ainda é um processo complicado: “para que escrevam, precisam de tempo e é algo que muitas mulheres não têm em razão das jornadas triplas de trabalho”. 

Escritora, historiada e professora Nikelen Witter. Foto: Denzel Valiente/LABFEM

A ficção científica e o fantástico fazem parte da escrita de Nikelen Witter, autora de três romances: Territórios Invisíveis, Guanabara Real e a Alcova da Morte, e Viajantes do Abismo. A professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) acredita que o maior papel da mulher na literatura hoje “é romper com filtros que contam a história da literatura, que marcam o que é cânone, e os que dizem que o leitor homem não vai se identificar com uma protagonista mulher”. 

A historiadora, que tem como inspiração Ursula Le Guin, Octavia Butler e Margaret Atwood, reforça que é necessário incentivar a escrita das mulheres. Segundo ela, “historicamente, as mulheres sempre leram mais. Penso que é um momento para se apoderar desse espaço. Não estou dizendo que as mulheres escreviam menos, pelo contrário, as mulheres sempre escreveram muito, mas nós nunca chegamos ao cânone porque temos uma tradição de apagar, silenciar e esquecer as mulheres”. 

A literatura produzida por Tania Lopes é diversificada e envolve livros infantis, romances, contos e crônicas gaúchas. A escritora e artista plástica conta que desde criança escrevia pequenos versos. Natural de Itaqui, publicou o primeiro livro quando se mudou para Santa Maria. Integrante da Academia Santa-Mariense de Letras, acredita que existe uma representação forte das mulheres escritoras na cidade, tanto na universidade, quanto na parte criativa, de romances. 

Escritora e artista plástica Tania Lopes. Foto: Denzel Valiente/LABFEM

Tania, que foi patronesse da Feira do Livro de Santa Maria em 2004, relata que sempre escreveu em conjunto com homens: “Fui convidada a escrever um livro sobre os dez mandamentos, no qual era a única mulher. O livro era coletivo, um começava e passava para o outro. Quando recebi, os protagonistas, até então, eram advogado e professor de universidade. Pensei que estava muito elitista, então coloquei uma faxineira de protagonista”. 

Além disso, a artista plástica revela que o papel da mulher é essencial na literatura. “Ninguém escreve isenta de alguma coisa que viveu. Então, é necessário que as mulheres escrevam. A mulher cria, sofre, ama, desama, porque não colocar essas realidades na literatura?”, questiona a escritora. 

A poeta Haydée Hostin Lima é representante da Academia Santa Mariense de Letras e da Casa do Poeta. Autora de quatro livros, Coração Guepardo, O Telhado de Vidro, Tatuagem, Birds e diversas antologias, em 2015 foi patronesse da Feira do Livro de Santa Maria. Sobre as entidades, Haydée relata que ambas realizam encontros mensais (Academia) e semanais (Casa do Poeta). Enquanto todo o anos a Academia organiza o livro Prosa em Verso, na Casa do Poeta é estruturado o Elas por Elas, livro exclusivo com poesias das mulheres que fazem parte da Casa.

Livros de Tania Lopes. Foto: Denzel Valiente/LABFEM

Outras perspectivas sendo lidas em conjunto 

Aliando a prática da leitura e a representatividade da mulher na literatura, Monalisa Dias e Débora Leitão criaram o clube de leitura Bem Ditas. A diversidade de autoras, temas e estilos literários permeia a política de escolha dos livros do clube, que promove encontros desde 2017, no terceiro sábado do mês, no Salu’s Casa e Café. Até o momento, foram lidas 29 escritoras. Os encontros são organizados pelo grupo no Facebook (Bem Ditas – Clube de Leitura) e são abertos ao público que tem interesse. 

29º encontro do Bem Ditas sobre o livro Mamãe & Eu & Mamãe, de Maya Angelou. Foto: Bem Ditas Clube de Leitura.

Monalisa acredita que o papel da mulher na literatura é trazer outras perspectivas. “Tivemos durante tantos anos uma história que é contatada por homens brancos e europeus. Penso que mulheres de diferentes lugares do mundo têm contado suas histórias a partir de outros pontos de vista. Então, é importante que tenhamos outras escritas e outras histórias contadas, e que as mulheres consigam espaço na sociedade para escrever, publicar e serem lidas”, esclarece a antropóloga. 

A pesquisadora e professora da UFSM ainda relata que o principal benefício do clube é conseguir incluir um tempo de leitura de literatura na rotina e conhecer mulheres que escrevem de diversos lugares do mundo. “O clube é uma motivação, porque é muito bacana você ler um livro e querer falar sobre ele, e chegar em um lugar e encontrar vinte, trinta pessoas que leram, e trocar uma ideia. As pessoas podem conhecer mais mulheres e verem toda a potencialidade que a gente tem para escrever. E também criar mais um espaço de sociabilidade em Santa Maria”, alegra-se Monalisa. 

Se você tem interesse em ler mais livros escritos por mulheres pode começar pela  Coleção Folha Mulheres na Literatura. Renomadas escritoras compõem a coleção, como Clarice Lispector, Lya Luft, Mary Shelly, entre outras do Brasil e do mundo. Também pode acessar a Livraria Africanidades, especializada em literatura afro-brasileira, e encontrar títulos de Alice Walker, Angela Davis, Bell Hooks, entre outras. 

Texto produzido na disciplina de Jornalismo III, no 2º semestre de 2019, e supervisionado pela professora Glaíse Palma.

Os professores Pedro Brum Santos e Escobar Nogueira durante a FLISM. Foto: Heloisa Helena Canabarro / LABFEM

A Festa Literária de Santa Maria que foi realizada dos dias 11 a 13 de setembro, no auditório da CESMA, relembrou o famoso poeta Mario Quintana em seu último dia de evento, na sexta-feira. Este ano completa 25 anos de sua morte e, além de relembrar o poeta, a principal questão levantada foi a respeito da permanência da sua poesia no cenário literário atual.

Mario Quintana nasceu na cidade de Alegrete, no Rio Grande de Sul. O autor publicou seu primeiro livro em 1940, porém, só em 1960 obteve verdadeiro reconhecimento de suas obras. Foi considerado um dos maiores poetas do século XX, mestre da palavra, do humor e da síntese poética. Em 1980 recebeu o Prêmio Machado de Assis e, em 1981, o Prêmio Jabuti de Personalidade Literária do Ano.

A FLISM trouxe ao palco para falar do poeta o professor da UFSM e doutor em Letras, Pedro Brum Santos, e Escobar Nogueira, poeta, escritor e professor de literatura. Os palestrantes falaram sobre a vida, obras, sua simplicidade, musicabilidade e leram alguns trechos de seus poemas. Também debateram sobre como suas obras foram importantes para um determinado momento e que, embora nos dias atuais Mario Quintana não seja tão lembrado, ficará para sempre na história.

 

Conversa sobre Jack Kerouac. Foto: Lavignea Witt

A Festa da Literatura de Santa Maria (FLISM) trouxe a história de Jack Kerouac nos seus “50 anos da morte do autor de On The Road” nas vozes dos especialistas e fãs, Gérson Werlang e Márcio Grings. O momento de conversa teve início às 17 horas na Cesma, onde reuniu diversos jovens e adultos que acompanharam e conheceram o trabalho de  Jack. 

Os convidados relatam a vida de Jean-Louis Lebris de Kerouac, mais conhecido por Jack Kerouac, escritor estadunidense e um do líderes do movimento literário conhecido como geração beat. O movimento beat foi usado tanto para descrever um grupo de escritores e poetas, que tornaram-se conhecidos no final de 1950 e no começo de 1960, pelo fenômeno cultural que eles inspiraram, levando vida nômade e fundando comunidades. Posteriormente, associado à cultura hippie. 

O livro On the Road que no Brasil ficou conhecido como “Pé na estrada” exemplificou para o mundo aquilo que ficou conhecido como a “geração beatnik” e fez com que Kerouac se transformasse em um dos mais controversos e famosos escritores de seu tempo. 

O guitarrista, violonista, poeta e compositor, Gérson Werlang e o pesquisador e desbravador pela música mundial Márcio Grings, citaram diversas obras de Jack e fizeram referência com sua história profissional. Durante a conversa foram tratados o quanto o movimento teve importância na época, assim colocando Jack como um “deus”, embora ele não levasse em conta esse tempo, além do uso de drogas no período e o crescimento do rock, assim tendo seus aprimoramentos. 

 

Encerrando a noite de quinta-feira,12, a Festa Literária de Santa Maria recebeu a autora de “A Casa das Sete Mulheres”, Letícia Wierzchowski, para contar ao público sobre a alegria da escrita na sua carreira. O encontro estava marcada para às 19 horas, na Cesma e foi mediado por Gérson Werlang. 

Escritora e roteirista, Letícia é uma das grandes vozes do romance contemporâneo no nosso estado. Gaúcha, nascida em Porto Alegre, é a grande mulher por trás da obra que fez sucesso e encantou o Brasil inteiro, A casa das Sete Mulheres.

Escritora Letícia Wierzchowski encerrando a noite de quinta-feira da FLISM. Foto: Lavignea Witt

A escritora contou de onde surgiu a origem da ficção que fez sucesso e de onde saiu toda sua inspiração para escrever o livro que antes mesmo de chegar ao fim, estava confirmado como minissérie na rede globo. 

Letícia ainda participou no trabalho do roteiro que originou a minissérie ‘O tempo e o Vento”, de Érico Veríssimo – do qual é “super” fã – em conjunto com Tabajara Ruas. Totalizando 28 títulos lançados, entre romances, contos e literatura infanto-juvenil, a escritora relata na FLISM o início de sua carreira e como nasceu o amor que tem em escrever e criar histórias. 

Ainda pequena com seis anos aprendeu a ler. Embora sua família tivesse pouco contato com a leitura, sempre buscou ler muito. Após várias escolhas que não o trouxeram amor profissional, achou na escrita o seu futuro ideal. Com 22 anos ficcionou pela primeira vez. Foi quando viu que era o que realmente gostava e dedicou-se fortemente àquilo. Letícia fala que no início recebeu muitos “não”.  Embora na época não existisse internet e contato era mais complicado, ela nunca desistiu de correr atrás de seu sonho. Após receber o sim, Letícia não parou mais e seu crescimento veio à tona quando escreveu a obra baseada na literatura gaúcha e na voz feminina, A Casa das Sete Mulheres. 

A autora, ainda fala na importância da persistência que os jovens devem ter para com seus sonhos realizar. Além de expressar o quanto gosta de escrever ficções ambientadas nas sua terra, assim criando personagens e fatos que embora não existam, transmitem sentidos aos que leem e passam a existir na memória.  Ao final da noite, houve o lançamento do mais novo livro de Letícia, “O menino que comeu uma biblioteca”, com seção de vendas e autógrafos.

A Festa Literária de Santa Maria (FLISM) ocorre de 11 a 13 de setembro no auditório da CESMA – Coperativa dos Estudantes de Santa Maria.

Durante a festa, o público pode participar de debates abertos, lançamentos de livros e sessões de autógrafos. Neste ano, dez escritores brasileiros lançam suas obras no evento, além disso a FLISM promove discussões sobre literatura feminina, santa-mariense e fantástica.

Para esta edição, os painéis destacam escritores como Machado de Assis, Fernando Pessoa, Mário Quintana e Jack Kerouac. Entre os autores confirmados: Letícia Wierzchowski, Ignácio de Loyola Brandão e Leonel Caldela.

O evento é gratuito, ainda dá tempo de fazer sua inscrição neste link e participar da Festa Literária.

A Festa é uma promoção da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e idealizado pelos professores Raquel Trentin, Enéias Tavares e Gérson Werlang, com o objetivo de incentivar a leitura e propor conhecer novos autores.

Confira a programação

QUARTA-FEIRA . 11 DE SETEMBRO

19h – Abertura

Ignácio de Loyola Brandão 

Com as manhas que meus professores me ensinaram foi fácil ser escritor. Ou como quase me casei e fiquei em Santa Maria.

20h . Lançamento do Livro

Dessa terra nada vai sobrar, a não ser o vento que sopra sobre ela – De Ignácio de Loyola Brandão

 

QUINTA-FEIRA . 12 DE SETEMBRO 

14h . Fernando Pessoa “Tenho em Mim Todos os Sonhos do Mundo” 

Andrea do Roccio Souto & Raquel Trentin

15h . Narrativas transmídia: histórias do futuro? 

Enéias Tavares & Christopher Kastensmidt

16h . Machado de Assis: as multifaces do feminismo 

Eni Celidônio & Lucas da Cunha Zamberlan

17h . Jack Kerouac: 50 anos da morte do autor de On The Road

Gérson Werlang & Márcio Grings

18h . A crônica em Santa Maria

Marcelo Canellas & Candinho Ribeiro

19h . Letícia Wierzchowski 

A alegria da escrita

20h . Lançamento do Livro 

O menino que comeu uma biblioteca – De Letícia Wierzchowski

 

SEXTA-FEIRA . 13 DE SETEMBRO 

14H . Sherlock Holmes ontem e hoje

AZ Cordenonsi & Emanuele Coimbra

15h . Mario Quintana: 15 anos sem o anjo poeta

Pedro Brum Santos & Escobar Nogueira

16h . Literatura Fantástica e RPG: o universo de tormenta 

Leonel Caldela

17h . Ficção latino-americana de autoria feminina 

Anselmo Peres Alós & Renata Farias de Felippe

18h . Literatura de (em) Santa Maria

Leonardo Brasiliense & Vitor Biasoli

19h . ENCERRAMENTO

 

O evento é gratuito! Ainda dá tempo de fazer sua inscrição e participar da Festa Literária. Veja como, aqui.

Acadêmicos de Jornalismo na produção do programa Literatura em Foco. Foto: Denzel Valiente/LABFEM

Na disciplina de Radiojornalismo II, os alunos do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana aprendem sobre a programação radiofônica, a produção em rádio e a coberturas radiofônicas ao vivo.

No primeiro semestre deste ano, foram produzidos dois documentários radiofônicos sob orientação do professor Gilson Piber. O primeiro grupo desenvolveu o tema da literatura enquanto cultura em Santa Maria, na criação do programa Literatura em Foco, produzido pelos acadêmicos Bibiana Iop, Felipe Monteiro, Pablo Milani e Tiago Teixeira.

Já o segundo grupo produziu o programa Não é apenas um dia após o outro sobre a vida de estudantes, e os integrantes são Estela Biscaino, Juliana Brittes, Milena Dias e Valéria Auzani.

Confira os programas na sequência.

Divulgação PMSM

Estão abertas as inscrições para o IX Concurso de Literatura Infantil Ignez Sofia Vargas promovido pela Academia Santa-mariense de Letras (ASL). Até o dia 31 de julho os interessados poderão inscrever seus trabalhos. Este tem como objetivo contribuir para a valorização da arte literária e sua leitura, incentivando a criação de obras de Literatura Infantil.

O concurso se divide em duas etapas: na primeira acontecem as inscrições dos textos, em que pessoas brasileiras natas ou naturalizadas, residentes de Santa Maria, e que não tenham publicado obras infantis de sua exclusiva autoria podem participar.

Os textos, em prova ou verso, deverão ter extensão mínima de 45 e máxima de 60 linhas, e dirigir-se a crianças na faixa dos 6 aos 10 anos. Cada participante poderá concorrer com até dois textos, encaminhando cinco (5) cópias de cada original, obedecendo à seguinte formatação: Word, fonte Times New Roman, corpo 12, entrelinhas com espaçamento duplo. As páginas deverão ser todas numeradas e impressas em papel A4, grampeadas ou encadernadas.

Os originais deverão ser inéditos e não ilustrados. A identificação dos concorrentes deverá ser feita por meio de pseudônimos. Dentro de um envelope lacrado e identificado externamente com o pseudônimo, deve conter digitados, assinados e datados, um documento com os dados pessoais do participante e o termo de compromisso, garantindo que o vencedor irá estar presente na próxima Feira do Livro para o lançamento do seu.

As inscrições devem ser entregues na Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer da Prefeitura de Santa Maria, e a premiação acontecerá no dia 12 de agosto de 2019, quando a entidade dará conhecimento do resultado aos inscritos, através de seus e-mails ou número telefônico. O prêmio de 1º lugar será a publicação de seu texto em livro ilustrado, o recebimento de 50 exemplares e o valor de R$ 1.000,00. No 2º e 3º lugares recebem menção honrosa, e todos os inscritos ganham livros publicados por autores da ASL.

Em um segundo momento, as inscrições de ilustradores devem ser feita no período de 20 de agosto a 2 setembro, onde será fornecido um formulário a ser preenchido e assinado no ato, junto a uma cópia impressa do texto vencedor. A proposta da ilustração deverá ser encaminhada até o dia 16 de setembro, e o resultado será divulgado até o dia 23 de setembro, também por e-mail. O vencedor da ilustração terá até o dia 18 de outubro para encaminhar prontas todas as ilustrações do livro.

O vencedor do 1º lugar para ilustração irá ter seu trabalho publicado no livro,a  ser editado com a história vencedora, o recebimento de 50 exemplares e o valor de R$ 1.000,00, com seu nome escrito na capa da obra. A entrega de ambas as premiações e o lançamento do livro vencedor acontecerão em jantar festivo da ASL, no dia 6 de dezembro, com a participação de representantes das entidades de patrocínio, dos inscritos e de convidados dos vencedores.

O restante da edição total de 600 exemplares será destinado à doação para escolas e professores da área de Educação Infantil, bibliotecas de entidades socioculturais e para as entidades patrocinadoras.

Marina Colsanti encantou o público com sua vitalidade. Foto: Eduardo Camponogara/LABFEM

Marina Colasanti é uma das escritoras brasileiras mais premiadas, com 6 prêmios Jabuti e mais de 50 obras publicadas no Brasil e exterior ao longo da carreira. Ela, inicialmente formada em artes plásticas, que também atuou como jornalista no Jornal do Brasil, esteve no Livro Livre, na Feira do Livro, nesta última segunda-feira, 6 de maio.

Com muito entusiasmo e bom humor, Marina, que já está com 82 anos, instigada pelo professor homenageado Pedro Brum Santos, começou falando sobre sua relação com o tempo, já que para ela, nessa idade é comum conviver com a ideia da morte com a qual ela diz lidar muito bem.

O principal assunto discutido na noite foi a literatura e o feminino. Marina falou sobre a presença das mulheres na literatura e afirmou que homens geralmente não compram livros escritos por mulheres ou exemplares quem tenham a palavra “mulher” no título. Ainda, criticou que as mulheres não estão incluídas junto aos nomes dos grandes poetas brasileiros, citando Adélia Prado como exemplo. Segundo ela, as mulheres “não fazem parte do duelo entre os machos”, isso se deve a uma estrutura cultural que se desenvolve entre os homens que foram educados para “ignorar a mulher porque ela não faz parte desse jogo”.

Marina sempre esteve as voltas com a literatura feminina e feminista. Ela diz que teve o “privilégio de organizar a cabeça de tantas mulheres e tantas jovens ideias que estavam fermentando” no período da ditadura militar, quando escrevia para a Revista Nova. Segundo ela, mulheres que haviam se exilado na época por questões políticas, entraram em contato com grupos feministas e quando voltaram sabiam como agir e organizar os movimentos.

Ainda, sobre o tema, questionada pelo professor Pedro se pode se falar que a escrita possui gênero, Marina ressaltou que sempre houve um questionamento sobre as características  da escrita das mulheres e respondeu: “Eu vejo o mundo através dos meus olhos de mulher, analiso o mundo através do meu cérebro de mulher”. Ela aponta que a ciência comprovou que o cérebro da mulher não funciona como o dos homens, pois a mulher usa os dois lados, brincou. E diz saber  que ao defender uma escrita do gênero feminino está colocando uma “bola de chumbo” sobre suas obras.

Ao fim da conversa, foi pedido a Marina que narrasse um de seus minicontos. De improviso, ela deixou o público boquiaberto e emocionado com a delicadeza de suas palavras e sua forma única de contar histórias.