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MTG

CTG Rancho da Saudade é o campeão do ENART 2018

O CTG Rancho da Saudade, de Cachoeirinha, pertencente à 1ª Região Tradicionalista, foi o grande vencedor do ENART – Encontro de Artes e Tradição Gaúcha deste ano, a entidade já levou o titulo em 2004, 2007, 2011, 2012

A importância da mulher é tema de seminário do MTG

Refletir a relevância da mulher na formação social do Rio Grande do Sul e para o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG). Esta é a proposta do Seminário Regional de Prendas, realizado pelas Prendas da 13ª Região Tradicionalista

O CTG Rancho da Saudade, de Cachoeirinha, pertencente à 1ª Região Tradicionalista, foi o grande vencedor do ENART – Encontro de Artes e Tradição Gaúcha deste ano, a entidade já levou o titulo em 2004, 2007, 2011, 2012 e 2014 agora garante o 6° troféu em 2018. A final ocorreu em Santa Cruz do Sul neste final de semana. Organizada pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), o Enart, reuniu, nesta edição, mais de 3,5 mil competidores e mais de 15 mil participantes do Rio Grande do Sul e de outros estados.

Na categoria Danças Tradicionais “Força A”, o CPF Piá do Sul, de Santa Maria, da 13° RT, terminou a competição em 20° lugar. O grupo defendia o titulo de campeão do ENART 2017, classificou-se para final deste ano, mas acabou ficando na ultima colocação de domingo. Além do Piá do Sul, também estavam presentes na competição o DT Querência das Dores, que ficou em 15° colocado, o DTG Noel Guarany, que disputava a Força B e conquistou o 7° lugar.

Confira a lista de vencedores

DANÇAS TRADICIONAIS FORÇA A

1º Lugar – CTG RANCHO DA SAUDADE (1ª RT)

2º Lugar – CTG TIARAYÚ (1ª RT)

3º Lugar – CTG ALDEIA DOS ANJOS (1ª RT)

4º Lugar – CTG HERÓIS FARROUPILHAS (25ª RT)

5º Lugar – CTG LALAU MIRANDA (7ª RT)

DANÇAS TRADICIONAIS FORÇA B

1º Lugar – CN BOITATÁ (3ª RT)

2º Lugar – CTG TROPILHA FARRAPA (24ª RT)

3º Lugar – CTG OS GAUDÉRIOS (5ª RT)

4º Lugar – CTG CENTRO FARROUPILHA DE TRADIÇÕES GAÚCHAS (4ª RT)

5º Lugar – CTG LAÇO DA AMIZADE (7ª RT)

CHULA

1º Lugar – JEAN MARQUES DA ROCHA – CTG GILDO DE FREITAS (1ª RT)

2º Lugar – BRUNO SCHENATTO RODRIGUES – GAN LAGOA VERMELHA (8ª RT)

3º Lugar – KELVIN MOISES DA SILVA – CTG GUAPOS DO ITAPUI (30ª RT)

GAITA PIANO

1º Lugar – LUCAS BIAZUS – CTG RONDA CRIOULA (19ª RT)

2º Lugar – PEDRO ERNANI DORNELLES LAGO – CFTG FARROUPILHA (3ª RT)

3º Lugar – YURI DELLA COSTA – CTG SENTINELA DA QUERÊNCIA (19ª RT)

GAITA DE BOTÃO ATÉ OITO BAIXOS

1º Lugar – GABRIEL DE SOUZA AUGUSTIN – 35 CTG (1ª RT)

2º Lugar – EDUARDA GÜNTHNER – CTG LAURO RODRIGUES (15ª RT)

3º Lugar – LUIZ PAULO PIZOLOTTO DOS SANTOS – CTG POMPÍLIO SILVA (20ª RT)

GAITA DE BOTÃO MAIS DE OITO BAIXOS

1º Lugar – EDUARDA GÜNTHNER – CTG LAURO RODRIGUES (15ª RT)

2º Lugar – VICTOR HUGO MUNIZ BARRETO DA SILVEIRA – CTG MARTIM FIERRO (4ª RT)

3º Lugar – GABRIEL DE SOUZA AUGUSTIN – 35 CTG (1ª RT)

GAITA DE BOCA

1º Lugar – RODRIGO FILIPINI – CTG SENTINELA DA QUERÊNCIA – SANTA MARIA  (13ª RT)

2º Lugar – AVENTINO ROSA – GAN ANITA GARIBALDI (24ª RT)

3º Lugar – ALCEU FILIPINI – CTG SENTINELA DA QUERÊNCIA – ERECHIM (19ª RT)

BANDONEON

1º Lugar – LAURI SAGAVE – CTG TROPILHA FARRAPA (24ª RT)

2º Lugar – DIRCEU RUCART PORSCHE – CTG TIARAYÚ – PORTO ALEGRE (1ª RT)

3º Lugar – BRUNO LUTTKE – CTG CEL. THOMAZ LUIZ OSÓRIO – PELOTAS – 26ª RT

VIOLINO OU RABECA

1º Lugar – HELOISA FOCHESATO DE SOUZA – CTG CAMPO DOS BUGRES (25ª RT)

2º Lugar – TIAGO LUIGI GUADAGNIN RADIN – CTG POUSADA DO IMIGRANTE (11ª RT)

3º Lugar – NATÁLIA CIMA – CTG TROPILHA FARRAPA (24ª RT)

VIOLÃO
1º Lugar – GABRIEL DE SOUZA AUGUSTIN – 35 CTG (1ª RT)

2º Lugar – PARLA CRISTIANE DE QUEIROZ MACEDO – CTG RANCHO GRANDE (26ª RT)

3º Lugar – HENRIQUE SOARES BRAGAMONTE – DTG CLUBE JUVENTUDE DE ALEGRETE (4ª RT)

VIOLA
1º Lugar – GABRIEL DE SOUZA AUGUSTIN – 35 CTG – 1ª RT

2º Lugar – MATEUS FERNANDES DE SOUZA – PTG BOCAL DE PRATA – 23ª RT

CONJUNTO INSTRUMENTAL

1º Lugar – DT QUERÊNCIA DAS DORES – 13ª RT

2º Lugar – CTG GETÚLIO VARGAS – 19ª RT

3º Lugar – CTG RANCHO FELIZ – 15 ªRT

CONJUNTO VOCAL

1º Lugar –CTG SENTINELA DA QUERÊNCIA – 19ª RT

2º Lugar – CTG LAÇO DA QUERÊNCIA – 1ª RT

3º Lugar – CTG ESTÂNCIA DO MONTENEGRO – 15ª RT

INTÉRPRETE SOLISTA VOCAL MASCULINO

1º Lugar – JOÃO VITOR MENEZES DE OLIVEIRA – DT QUERÊNCIA DAS DORES – SANTA MARIA – 13ª RT

2º Lugar – IGOR TADIELO CEZAR – DT QUERÊNCIA DAS DORES – SANTA MARIA – 13ª RT

3º Lugar – PABLO MACHADO CARDOSO – DT QUERÊNCIA DAS DORES – SANTA MARIA – 13ª RT

INTÉRPRETE SOLISTA VOCAL FEMININO

1º Lugar – KASSIA MARIA MACEDO COSTA – DTG RANCHO DA AMIZADE (1ª RT)

2º Lugar – PYETRA HERMES PEREIRA – CTG LAÇO DA AMIZADE (1ª RT)

3º Lugar – MARCELLY BUENO DA SILVA WALTEMAN – CTG M´BORORÉ (30ª RT)

TROVA MI MAIOR DE GAVETÃO

1º Lugar – JOÃO VALMOR BARROS DA ROCHA – PTG JOÃO MANOEL ( 3ª RT)

2º Lugar – LUCIANO PEREIRA QUINES – CTG PRESILHA DO PAGO DA VIGIA (18ª RT)

3º Lugar – CELSO DE OLIVEIRA – CTG VELHA CAMBONA (15ª RT)

TROVA DE MARTELO

1º Lugar – PAULO ELIZANDRO DE LIMA CHAVES – CTG LENÇO VERDE – 18ª RT

2º Lugar – LUIZ CARLOS DOS SANTOS ARAÚJO – AT PEDRO RIBEIRO DA LUZ – 7ª RT

3º Lugar – JOÃO BENITO SOARES ARENA – CTG CARRETEIROS DA SAUDADE – GRAVATAÍ – 1ª RT

TROVA ESTILO GILDO DE FREITAS

1º Lugar – PAULO ROGÉRIO DE LIMA CHAVES – CTG TARUMÃ – 18ª RT

2º Lugar – ROGER JOSIEL DA SILVA CHAVES – PTG NOVO GRITO – 18ª RT

3º Lugar – PEDRO ALAOR DA SILVA MERCHEL – CTG HERDEIROS DA TRADIÇÃO – 25ª RT

TROVADOR MAIS POPULAR

JORGE LUIZ PIENIZ – CTG TROPEIROS DO BURICÁ – 20ª RT

DECLAMAÇÃO MASCULINA

1º Lugar – ARIEL VAREIRO PEREIRA – CTG HERDEIROS DA TRADIÇÃO (25ª RT)

2º Lugar – VITOR LOPES RIBEIRO – CTG BRIGADEIRO RAPHAEL PINTO BANDEIRA (6ªRT)

3º Lugar – SEDINEI ANTONIO RICHTTER – CTG FELIPE PORTINHO (7ª RT)

AMADRINHADOR DESTAQUE NA DECLAMAÇÃO MASCULINA

CAIQUE MELLO

DECLAMAÇÃO FEMININA

1º Lugar – JÉSSICA RODRIGUES CRUZ – CTG FARROUPILHA (6ª RT)

2º Lugar – ROSA MARIA MAKOSKI LINN – CTG LALAU MIRANDA (7ª RT)

3º Lugar – ROMILA HOFFMANN DO AMARAL – CTG HERDEIROS DA TRADIÇÃO (25ª RT)

AMADRINHADOR DESTAQUE NA DECLAMAÇÃO FEMININA

ALEXANDRE SOUZA

PAJADA

1º Lugar – JOÃO VALMOR BARROS DA ROCHA – PTG JOÃO MANOEL – 3ª RT

2º Lugar – ROGER JOSIEL DA SILVA CHAVES – PTG NOVO GRITO – 18ª RT

3º Lugar – CELSO DE OLIVEIRA – CTG VELHA CAMBONA – PORTÃO – 15ª RT

CAUSO

1º Lugar – FATIMA DE ROSSO DIAS – CTG TROPEIROS DO BURICÁ – 20ª RT

2º Lugar – CESAR JOSÉ TOMAZZINI LISCANO – CTG ESTÂNCIA DA AZENHA – 1ª RT

3º Lugar – RICARDO GERUNTHO SALABERRY – CTG ALDEIA DOS ANJOS – 1ª RT

DANÇA GAÚCHA DE SALÃO

1º Lugar – GABRIEL CAMPANHOLA BECKER E LAURA PANZER – CTG RANCHO DA SAUDADE – 1ª RT

2º Lugar – MATHEUS DE FREITAS BOMM E RENATA PRESSER – CTG TROPILHA FARRAPA – 24ª RT

3º Lugar – HELDER MOREIRA MACHADO E BRUNA SANGOI DA SILVA – CTG SENTINELA DA QUERÊNCIA – 13ª RT

POESIA

1º Lugar – NAIRO ANDRÉ DE FREITAS COUTINHO – CTG BENTO GONÇALVES – SANTA MARIA – 13ª RT

2º Lugar – SAMUEL ALBUQUERQUE MACIEL – UNIÃO GAÚCHA JOÃO SIMÕES LOPES NETO – PELOTAS – 26ª RT

3º Lugar – JOÃO DE DEUS VIEIRA ALVES – CTG PORTEIRA DA TRADIÇÃO – ELDORADO DO SUL – 1ª RT

CONTO

1º Lugar – CÂNDIDO ADALBERTO DE BASTOS BRASIL – CTG LAÇO DA AMIZADE – GRAVATAÍ – 1ª RT

2º Lugar – FELIPE BAYER DECZUTA – CTG DARCI FAGUNDES – GUAÍBA – 1ª RT

3º Lugar – FERNANDA COSTA DE CAMPOS – CTG CRUZEIRO DO SUL – GUAÍBA – 1ª RT

CONJUNTO MUSICAL DE INVERNADA – FORÇA A

1º Lugar – CTG RANCHO DA SAUDADE – CACHOEIRINHA (1ª RT)

2º Lugar – CTG SENTINELA DA QUERÊNCIA – SANTA MARIA (13ª RT)

3º Lugar – CTG M´BORORÉ – CAMPO BOM (30ª RT)

CONJUNTO MUSICAL DE INVERNADA – FORÇA B

1º Lugar – DTG NOEL GUARANY – SANTA MARIA (13ª RT)

2º Lugar – CTG UNIDOS PELA TRADIÇÃO – VIAMÃO (1ª RT)

3º Lugar – DT INDUSTRIAL – PASSO FUNDO ( 7ª RT)

MELHOR ENTRADA
1º Lugar – CTG RANCHO DA SAUDADE – CACHOEIRINHA ( 1ª RT)

2º Lugar – UNIÃO GAÚCHA JOÃO SIMÕES LOPES NETO – PELOTAS (26ª RT)

3º Lugar – CTG ALDEIA DOS ANJOS – GRAVATAÍ (1ª RT)

MELHOR SAíDA

1º Lugar – CTG BRIGADEIRO RAPHAEL PINTO BANDEIRA – RIO GRANDE (6ª RT)

2º Lugar – CPF PIÁ DO SUL – SANTA MARIA (13ª RT)

3º Lugar – CTG LALAU MIRANDA – PASSO FUNDO (7ª RT)

GRUPO DE DANÇAS MAIS POPULAR

PTG BOCAL DE PRATA – OSÓRIO (23ª RT)

MELHOR ACAMPAMENTO

PIQUETE ACAMPAMENTO FARROUPILHA – SANTA CRUZ DO SUL – 5ª RT

DESTAQUE DO ENART 2018

1º Lugar – CTG TROPILHA FARRAPA (24ª RT)

2º Lugar – DT QUERÊNCIA DAS DORES (13ª RT)

3º Lugar – CTG RANCHO DA SAUDADE (1ª RT)

TROFÉU MARCA GRANDE – 1ª REGIÃO TRADICIONALISTA

Fonte: Eco da Tradição

Produzido para as disciplinas de Jornalismo I e Jornalismo Digital I sob a orientação dos professores Sione Gomes e Maurício Dias

Grupo Caami – 13ªRT em apresentação no ENART. Fonte: TV Tradição.

“Não posso, tenho ensaio!” Essa é a frase mais dita pelos dançarinos de CTG, que dedicam muito tempo de suas vidas com um mesmo propósito: cultuar a tradição gaúcha. As danças tradicionais gaúchas são uma das mais antigas danças populares brasileiras. Tiveram origem na Espanha em meados dos séculos XVII e XVIII. São legítimas expressões da alma gauchesca. Em todas elas está presente o espírito de respeito à mulher, que sempre caracterizou o peão rio-grandense. As danças dão margem para os bailarinos extravasarem sua teatralidade, a partir de interpretações artísticas.

Os departamentos das entidades tradicionalistas são denominados “invernadas”, e dentro da finalidade de cada entidade, a artística, conjuntamente com a campeira e a cultural, são os pólos pelos quais as entidades desenvolvem sua finalidade. Assim, para o MTG, a invernada artística, junto à cultural e à campeira, são as bases para o desenvolvimento das próprias finalidades do MTG.

Movimento Tradicionalista Gaúcho – MTG

Símbolo do Movimento Tradicionalista Gaúcho. Fonte: Site oficial do MTG.

O Movimento Tradicionalista Gaúcho – MTG é uma associação civil que possui personalidade jurídica e se caracteriza como de direito privado, sem fins lucrativos, com circunscrição em todo o território nacional e com número ilimitado de associados indicados sob a denominação de filiados. Surgiu a partir de um movimento jovem dos estudantes do colégio Júlio de Castilhos de Porto Alegre, preocupados em resgatar e preservar a cultura vivenciada através dos tempos passados da história desta província que hoje é conhecida como Estado do Rio Grande do Sul. Ainda há quem defenda como marco inicial a fundação do 35 CTG, em abril de 1948 ou a realização do 1º Congresso Tradicionalista Gaúcho, em 1954, ou, ainda, a constituição do Conselho Coordenador, em 1959. Seja qual for o ponto de partida, o importante é que, em 1966, durante o 12º Congresso Tradicionalista Gaúcho realizado em Tramandaí, foi decidido organizar a associação de entidades tradicionalistas constituídas, dando-lhe o nome de Movimento Tradicionalista Gaúcho. Então desde 28 de outubro de 1966, a Instituição se tornou conhecida como MTG.

O MTG enquanto instituição, se destina a preservar a autenticidade dos costumes praticados em seus eventos e festividades. Tem como objetivo congregar os Centros de Tradições Gaúchas e entidades afins para constituir uma associação que permite padronização de procedimentos e realização de atividades com abrangência estadual ou nacional das quais participam todos os filiados com interesse no tema. Também preservar o núcleo da formação gaúcha e a ideologia consubstanciada nos estudos da história, da tradição e do folclore.

Regiões Tradicionalistas

As Entidades Tradicionalistas filiadas ao MTG estão distribuídas em 30 Regiões Tradicionalistas, as quais agrupam os municípios do RS. O município de Santa Maria faz parte da 13ª Região Tradicionalista.

Distribuição das RT’s, de acordo com cada região.

As siglas de identificação de cada entidade tradicionalista são instituídas de acordo com sua finalidade, origem e desenvolvimento, sendo ingerência de cada entidade a sua constituição. Em geral, CTGs são Centro de Tradições Gaúchas e DTGs são Departamentos Tradicionalistas Gaúchos vinculados a algum clube ou instituição.

As invernadas artísticas são departamentos pertencentes a uma entidade, que por sua vez, para se filiar ao MTG, necessita:

  1. Ficha cadastral
  2. Compromisso de aceitação do ordenamento legal
  3. Justificativa para o nome da entidade
  4. Parecer do conselheiro
  5. Parecer do coordenador
  6. Parecer do encontro regional
  7. Ficha cadastral piquete dependente
  8. Parecer conselheiro para filiação definitiva
  9. Parecer coordenador para filiação definitiva

Os relatos de quem está inserido no meio tradicionalista

Diretor do Departamento Artístico da 13ª Região Tradicionalista, Valmir Bohmer. Fonte: Arquivo Pessoal.

De acordo com o Diretor do Departamento Artístico da 13ª Região Tradicionalista, Valmir Bohmer, o MTG tem mais de 1.700 entidades tradicionalistas, sendo inexato o número de entidades que possuem o departamento artístico ativo. “Se eu fosse arriscar um palpite com base na experiência da minha vivência tradicionalista, em torno de 500 departamentos artísticos ativos”, analisa Valmir.

Com relação a paixão e envolvimento das pessoas nas danças tradicionais, Valmir acredita que a essência da arte de nossas tradições, com uma certa influencia do espirito competitivo inerente a grande parte dos seres humanos, resultaram na realidade atualmente vivenciada. “Para embasar este posicionamento, compartilho o fato de que se transformássemos os concursos de danças em mostras artísticas, mais da metade dos grupos deixariam de participar”, complementa o Diretor Artístico.

Thiago Mendes durante apresentação no ENART. Fonte: Arquivo Pessoal.

Thiago Mendes, 19 anos, estudante, é dançarino há 15 anos. Ele dança no CTG Coronel Thomaz Luiz Osório, de Pelotas, e, além de dançar, também é instrutor artístico. Ele conheceu o meio tradicionalista através de sua família, pois seu avô era patrão em um CTG de Pelotas, no qual grande parte de sua família dançou. “A dança é a atividade que eu mais gosto, ela me leva para perto dos meus amigos”, conta o jovem.

Primeira Prenda Adulta da 18ªRT, Diana Silva, dança desde os 12 anos. Fonte: Arquivo Pessoal.

A primeira prenda adulta da 18ª RT, Diana Silva, 19 anos, conta que começou a dançar aos 12 anos. Ela acredita que o incentivo é o principal fator que impulsiona os dançarinos. Seu irmão mais velho sempre dançou desde a fundação da Invernada Artística, e ela desde pequena participou assistindo e acompanhando.

Sobre o que lhe motiva continuar a dançar, Diana aborda aspectos sobre despertar a desenvoltura, aprimorar a coordenação motora, e que a dança tradicional gaúcha, através das invernadas artísticas, ensina sobre o trabalho coletivo. “Não estamos sozinhos a nenhum momento e todos dependem de todos. Fico extremamente feliz de conciliar duas coisas que amo: a dança e a nossa história, porque dançar também é resgatar e perpetuar nossas tradições”, finaliza a prenda.

Rodeios artísticos

Os rodeios são eventos onde se cultua fortemente a tradição gaúcha. São competições que oferecem aos primeiros colocados prêmios, como troféus e até mesmo valores em dinheiro. Entre os mais famosos do Rio Grande do Sul estão o Enart e o Fegadan. As invernadas podem ser categorizadas em pré-mirim (de 5 a 8 anos), mirim (de 8 a 11 anos), juvenil (de 12 a 14 anos) e adulta (de 15 a 30 anos). Nas competições de danças artísticas dos rodeios, cada invernada é integrada por casais que dançam uma sequência de danças, normalmente são 5 músicas.

O ENART

Na década de 70, o MOBRAL – Movimento Brasileiro de Alfabetização. empenhava-se em combater o alto nível de analfabetismo no país. No Rio Grande do Sul, além de alfabetizar, também almejava divulgar a cultura como forma de elevar a auto-estima da população e oportunizar o surgimento de novos valores artísticos.

O professor e advogado Praxedes da Silva Machado, responsável cultural pelo Mobral, buscou a parceria do Movimento Tradicionalista Gaúcho e, com a participação do IGTF Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore, criaram o Festival Estadual de Arte Popular e Folclore, que se popularizou como Festival Estadual do Mobral. O evento foi idealizado para ser itinerante, isto é, cada ano em uma cidade diferente. A primeira edição deste festival foi no ano de 1977, cuja fase final foi realizada na cidade de Bento Gonçalves. A 2ª em 1978 – Porto Alegre, a 3ª em 1979 – Lajeado, a 4ª em 1980 – Cachoeira do Sul, a 5ª em 1981 – Lagoa Vermelha, a 6ª em 1982 – Canguçu, a 7ª em 1983 – Soledade e a 8ª em 1984 – Farroupilha. Em 1985, a 9ª edição seria em Rio Pardo. Como as autoridades do município desistiram, Farroupilha passou a sediar novamente. Decidiu-se, então, não mais alternar o local, uma vez que Farroupilha se propunha em continuar realizando anualmente a final.

A partir de 1986, o evento passa a ser promovido pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho, em parceria com a Prefeitura Municipal de Farroupilha e o Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore -IGTF, passando a ser denominado FEGART – Festival Gaúcho de Arte e Tradição. Sua realização acontecia sempre no último final de semana de outubro, permanecendo em Farroupilha da 1ª à 11ª edições, portanto, até o ano de 1996.

Tendo em vista o crescimento do festival e das necessidades estruturais e financeiras para sua realização e a manifestação da Prefeitura de Farroupilha de não mais sediar o evento, em 1997, a 12ª edição, foi transferida para Santa Cruz do Sul. O evento passou a ser realizado no segundo final de semana de novembro de cada ano.

Por questões que envolveram o nome do festival, reivindicado pela Prefeitura de Farroupilha, houve a necessidade de mudança, no ano de 1999, passando a denominar-se ENART – Encontro de Artes e Tradição Gaúcha.

É realizado em três etapas: regionais, inter-regionais e final. Envolve competidores de todo o estado do Rio Grande do Sul, e espectadores de todo o mundo. Estima-se haver mais de dois mil concorrentes por ano, e mais de 60 mil espectadores na fase na final.

Somente entidades e seus associados filiados ao MTG, maiores de 15 anos, podem participar do ENART. O foco da competição são artistas amadores, exceto os músicos das Forças A e B de Danças Tradicionais, que podem ser profissionais.

A etapa regional é realizada nos meses de maio, junho e julho, onde pode ou não ser realizado um concurso (varia entre as regiões), classificam-se sete competidores de cada modalidade para a próxima fase.

A inter-regional realizada a partir de agosto, é a etapa onde em grupos de regiões, classificam-se, oito ou nove competidores (dependendo da Inter), para a fase final. São realizadas três inter-regionais, envolvendo todas as 30 Regiões Tradicionalistas do estado.

A fase final, e a mais importante, onde os classificados das inter-regionais competem com concorrentes de todo o estado, elegendo assim os “Campeões Estaduais”. Em algumas modalidades, como Danças Tradicionais (a principal modalidade do encontro), existe mais uma fase, que ocorre no terceiro dia da fase final, chamada de finalíssima, onde são selecionados os 20 primeiros grupos da categoria A e os 20 primeiros da categoria B, para se reapresentar.

Para saber um pouco mais sobre as coreografias do Enart, confira o vídeo abaixo:

FEGADAN

O Festival Gaúcho de Danças (FEGADAN) tem por finalidade a preservação, valorização e divulgação das danças tradicionais Gaúchas, primando pela espontaneidade no bailar, baseando – se nas obras publicadas por João Carlos Paixão Côrtes e Luiz Carlos Barbosa Lessa. Entre os objetivos do festival estão: Valorizar o artista amador do Rio Grande do Sul, evitando atitudes pessoais ou coletivas que deslustrem os princípios de formação moral do povo gaúcho; credenciar os vencedores do festival, nas diversas modalidades, a se apresentarem nos eventos oficiais do MTG e representarem o Estado nos eventos nacionais e internacionais, quando convidados preservando a autenticidade a fim de representar a modalidade. O primeiro FEGADAN aconteceu em 2014, na cidade de Caxias do Sul. Portanto, é um evento ainda jovem.

    Para além das danças e das competições, dançar envolve muito comprometimento, responsabilidade, disposição, e acima de tudo, muito amor. Só quem está inserido no meio tradicionalista sabe a emoção que é pisar no tablado, e o misto de sentimentos que envolve. Claro que troféus são importantes, mas a maior conquista é a união que se constrói dentro de cada grupo, além do companheirismo e os laços afetivos que são criados. Muitos que veem de fora não entendem essa louca paixão, pois para se dedicarem às competições, muitas vezes deixam de lado o convívio com a família e os amigos, abrem mão de suas atividades de lazer para priorizar os ensaios. Aos que pensam que dançarinos são loucos, digo que são apaixonados. Apaixonados por fazerem de suas vidas uma arte, e por não se importarem com as dores ou com o cansaço, pois a força que move cada um, vem de uma inesgotável força chamada coração.

 

Refletir a relevância da mulher na formação social do Rio Grande do Sul e para o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG). Esta é a proposta do Seminário Regional de Prendas, realizado pelas Prendas da 13ª Região Tradicionalista (RT) e que ocorre a partir das 09h do dia 12 de março, no Departamento Tradicionalista Cultural Estudantil (DTCE) Marcas do Pampa.

Neste mês de março, a 13ªRT completa 50 anos de história e o seminário tem em sua programação mesas temáticas abordando os seguintes assuntos: a contribuição da mulher na formação social do Rio Grande do Sul; a inserção e evolução da participação feminina no tradicionalismo organizado, e o Empoderamento da mulher gaúcha: avanços e retrocessos.

Também será entregue, pela primeira vez, o troféu Brinco de Princesa, projeto idealizado pelas promotoras do evento e que será concedido às mulheres que se destacaram ao desenvolver projetos sociais e atividades culturais que acabaram por inspirarem a participação feminina em todos os níveis do MTG e da sociedade em que estamos inseridos.

 * Acadêmica do curso de Jornalismo

logo_meias_do_bemQuem nunca perdeu um pé de meia e ficou com o outro guardado no fundo da gaveta ou tem guardadas meias que não servem mais, furadas de tanto usar e que só ocupam lugar? Se você é umas destas pessoas e não sabe o que fazer com essas meias velhas? Então, temos uma boa notícia.

Em 2013 foi criada pela empresa de confecções Puket, a Campanha Meias do Bem e desde então já foram mais de 10 mil cobertores e meias novas. Neste ano, o projeto entrou na sua quarta temporada, transformando materiais que seriam descartados e poluiriam o meio ambiente em cobertores e meias novas que aquecem pessoas carentes.

O processo é simples, todas as meias velhas doadas são entregues à empresa de confecção responsável, onde são processadas em uma máquina e através de 15 mil agulhas formam um grande feltro, que após é cortado em tamanho padrão de casal. A cada 40 meias doadas, é um cobertor e uma meia nova que poderá esquentar um morador de rua ou pessoas carentes em todo o país.

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Aqui no Rio Grande do Sul apenas três cidades (Caxias do Sul, Passo Fundo e Porto Alegre) participam da campanha, ajudando no recolhimento de doações. Por isso, baseados no artigo primeiro da Carta de Princípios do Movimento Tradicionalista Gaúcho – MTG que diz que os tradicionalistas devem “auxiliar o Estado na solução de seus problemas e na conquista do bem coletivo”, as Prendas e Peões do Rio Grande do Sul, gestão 2016/2017, resolveram auxiliar o projeto Meias do Bem.

De acordo com Carolina Ehlert, 3ª Prenda do RS, o objetivo é que os tradicionalistas dos quatro cantos Estado se mobilizem e levem doações de meias velhas para a 82ª Convenção Tradicionalista, que ocorre na cidade de Cruz Alta, no dia 30 de julho. “Após o recebimento enviaremos para a empresa Puket”, salienta

Já aqui na região central, a causa tem o apoio das Prendas e Peões da 13ª Região Tradicionalista, gestão 2016/2017. Os jovens irão colocar pontos de coleta em Santa Maria e Vila Nova do Sul, para que as comunidades destas cidades, também, participem da campanha. Os pontos estarão disponíveis até o dia 28 de julho em entidades tradicionalistas, instituições de ensino e na sede da 13ª RT, localizada no Parque Itaimbé, ao lado do SESC Santa Maria.

E se você estiver pensando: “mas hoje está quente e tem sol”, não se esqueça que nas últimas semanas o frio foi responsável por temperaturas negativas aqui no Rio Grande do Sul e o inverno ainda não terminou. Ou seja, ainda existem muitas pessoas que vão necessitar de suas meias velhas, esquecidas nas gavetas dos armários.