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Muay Thai de Santa Maria vai competir na Tailândia

As artes marciais são um conjunto de técnicas de uma luta individual. O Muay Thai ou boxe tailandês é uma arte milenar originada na Tailândia e iniciada no Brasil nos anos 80. Hoje, ela é praticada em muitos países

Gustavo Raquelli (E) treina com o técnico Fernando Munekata (D). Meta é disputar Mundial, em março de 2020, na Tailândia
Foto: João Pedro Foletto

As artes marciais são um conjunto de técnicas de uma luta individual. O Muay Thai ou boxe tailandês é uma arte milenar originada na Tailândia e iniciada no Brasil nos anos 80. Hoje, ela é praticada em muitos países e já é reconhecida como esporte.  As técnicas de ataque e defesa ensinadas no Muay Thai são conhecidas como “arte dos oito membros”, pois o praticante pode utilizar as mãos, os cotovelos, as pernas e os pés para atacar o oponente.

Fernando Munekata, 27 anos, professor e dono do TC Munekata, em Santa Maria, explica que pessoas de todas as faixas etárias podem praticar muay thai. Segundo ele,  o público que mais procura a modalidade é o feminino, que busca atividades que ajudem a “queimar” muitas calorias. Munekata ressalta que, além dos benefícios físicos, a arte marcial ajuda no convívio social e no alívio do estresse.

Gustavo Raquelli, 14 anos, duas vezes campeão do Torneio Gaúcho de Muay Thai e uma vez campeão nacional, vai representar, com mais dois colegas do CT Munekata e da seleção brasileira, o país no Mundial de Muay Thai. O torneio vai ser em março de 2020, na Tailândia. Sobre as expectativas, o atleta comenta: “Sei que não será fácil, mas nós vamos estar bem preparados e fortes para enfrentar o que vier”. Raquelli iniciou sua carreira no taekwondo e ficou na modalidade por oito anos. Agora, ele pratica Muay Thai há um ano meio.

Para ajudar nos custos da viagem, o professor Munekata comenta que rifas e risotos são organizados, além da dupla buscar patrocínios.  O CT Munekata fica na RST-287, número 257, sala 9, no bairro Camobi, em Santa Maria. Mais informações pelo telefone (55) 99936-6635.

Confira a reportagem radiofônica abaixo.

 

Por Guilherme Superti e João Pedro Foletto. Matéria produzida para a disciplina de Jornalismo Esportivo, sob orientação do professor Gilson Piber.

“O dia é das mulheres, mas a noite não” é o que diz a tirinha da página Cartumante no Facebook, sobre o Dia das Mulheres. Segundo a pesquisa feita pelo Datafolha, 536 mulheres foram vítimas de agressão física a cada hora no Brasil, em 2018. Também consta que 8,9% (4,6 milhões) foram tocadas ou agredidas fisicamente por motivos sexuais, o que representa 9 mulheres por minuto.

9 mulheres por minutos são agredidas fisicamente por motivos sexuais no Brasil. Foto: Mariana Olhaberriet/LABFEM

Enquanto 42% das vítimas apontam a casa como local da agressão, 29% sofreram violência na rua. São por esses motivos que, mais do que nunca, as mulheres têm buscado alternativas de proteção como aprender defesa pessoal. “A necessidade da defesa pessoal sempre me pareceu importante diante da sociedade machista e violenta em que vivemos, onde não sentimos segurança para sair na rua ou em festas e, enquanto mulher, até em relacionamentos amorosos pensamos que podemos estar vulneráveis de alguma forma”, afirma Luana Borges Lemes, mestra em História e praticante de artes marciais desde 2012.

É buscando por empoderamento que as mulheres tem transformado seus discursos em práticas sociais e investido em oficinas de artes marciais. A jornalista Maria Luisa Vianna conta que procurou por aulas de Muay Thai para ter uma noção de defesa pessoal e por ser uma ótima atividade física. “É uma atividade completa, tanto para o corpo quanto para a mente. Me proporcionou uma maior aceitação com meu corpo, melhorou minha saúde e fez eu me sentir mais confiante”, relata Maria Luisa. Já a estudante e professora de dança Esther Avila Schmidt relata que, após 3 anos de prática, se sente mais forte e capaz de lidar com uma possível situação de perigo, além de se sentir hábil para ajudar outras mulheres se for necessário. “Aprendi a trabalhar questões como o medo e o nervosismo, é empoderador”, completa ela.

Laura Helena será a instrutora da aula aberta de defesa pessoal feminina deste sábado. Foto: Mariana Olhaberriet/LABFEM

A instrutora da Escola Pa Kua de artes marciais Laura Helena Paz fala da importância de se ter aulas ministradas tanto por homens como por mulheres. “No viés pedagógico, eu posso conversar e dar orientações de segurança que façam mais sentido para elas, mas por outro lado, é bom praticar com homens para colocar em prática os aprendizados, afinal, elas não vão encontrar um agressor de 45 quilos e 1,54 de altura igual a mim”, explica a instrutora.

Laura Helena ainda menciona que a Liga Internacional de Pa Kua está ofertando em todas as escolas do país uma grande aula aberta sobre defesa pessoal feminina no próximo sábado, dia 30. “Vai ser a segunda aula de defesa pessoal aberta que eu faço, mas tenho expectativas positivas, ainda mais por ser uma cidade universitária em que as mulheres tem mais essa coisa de se ligar com a defesa pessoal, acho que a demanda por isso sempre vai ser grande”, complementa.

“Eu tinha desejo de me sentir mais confiante”, relata Thamyres Guimarães Olympio, professora de dança. “As aulas me trouxeram vivências incríveis e melhoraram muito a minha autoestima, eu me sinto preparada para manter a calma e pensar com clareza se me deparar com alguma situação perigosa”, comenta. A instrutora Laura Helena também esclarece que “a defesa pessoal enquanto concepção é você tentar substituir uma reação instintiva de correr ou paralisar, por uma reação que é técnica e é consciente, mas, no fim, por mais que a gente treine muito, ainda não há garantia de segurança”, pondera Laura Helena.