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Psicofobia e estrutura para tratamento psiquiátrico

A psicofobia, preconceito contra pacientes psiquiátricos, ainda impera na sociedade, infelizmente. Segundo professoras do Centro Universitário Franciscano, o preconceito deve ser desconstruído a partir de políticas para uma maior inserção desses pacientes na sociedade, inclusive o

Homossexualidade ainda em meio a dúvidas e preconceitos

Quando começou a chamar a atenção da sociedade, em meados dos anos 70,  a homossexualidade foi diretamente relacionada à AIDS. Na época a nomenclatura trazia o prefixo “ismo”, o que referenciava a homossexualidade como doença. Nos

Intervenção teatral abriu o debate (foto por Arcéli Ramos)
Intervenção teatral abriu o debate (Foto: Arcéli Ramos)

Ocorreu na tarde de sábado (23), em Santa Maria, o “Ato contra a redução da maioridade penal”. O Ato estava previsto para ser na Praça Saldanha Marinho mas, em função da chuva, foi transferido para a boate do DCE da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), na rua Professor Braga, 79.

O Teatro do Buraco, composto por Greice Morati, estudante de Relação Públicas na UFSM, e Gelton Quadros, ator, diretor e formado em Teatro pela UFSM, abriram o Ato com uma intervenção teatral: “Você não me conhece?”.

“Você não me conhece?” nos leva para a realidade de um menor de idade, negro, crescido numa família desestruturada, na periferia. O ator interpretou o policial e o menor infrator, contando a história de vida de um negro que veio de um meio criminalizado pela sociedade e todas as barreiras que são impostas a ele. “Eu acredito que o ser humano não nasce ruim, a sociedade torna ele ruim”, comentou Quadros sobre a construção da peça e o roteiro, que foi escrito por ele.

“Tu vai reclamar pra quem? Só que eu precisava comer! Só que os manos aí não deixam. Mano, aí ó! Veio o rancho. Encostam como quem não quer nada e tchau, viram tua marmita. Tu vai reclamar pra quem? A gente aguenta como pode, e foi isso que eu fiz, aguentei, mas a barriga berra! E o frio? Já passou frio? Voltei pra rua, vendi raspadinha, vendi suco no asfalto. Alguém aqui já vendeu suco no asfalto? Eu tinha um trampo massa, vendendo jornal, mas aí chega o filho do dono e vem com ‘quem é esse neguinho aí? Não que eu tenha preconceito, mas tem que ver da onde vem esse tipo de gente!’. Eu tenho a cor do medo, do desassossego, da desconfiança” – o ator traz cenas e diálogos que chocam, fazem refletir sobre o preconceito impregnado na sociedade e a discriminação que nasce com a cor.

Debate fez parte da programação

(Foto por Amanda Souza)
Alice Carvalho, Rafaela Mello e Leandro Sassi (Foto: Amanda Souza)

Após a encenação, Alice Carvalho, estudante de Psicologia e integrante do DCE-Unifra e da Juventude Negra Feminina (JUNF), e Leandro Augusto Sassi, Juiz de Direito da 4ª Vara Criminal da Comarca de Santa Maria, participaram de um debate acerca do assunto, mediado por Rafaela da Cruz Mello, da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SM.

O juiz se colocou contra a redução e considera que essa medida é “tratar da consequência e não da causa”. Para ele é dever do Estado e da família garantir à criança e ao adolescente desenvolvimento, saúde, liberdade e educação, segundo o Artigo da Maioridade, número 227. Para Sassi o Estado não consegue arcar com esses deveres nem garantir os direitos do jovem e o pune, então não precisa mais se preocupar. “A problemática do Ato Constitucional da prática de delitos por adolescentes está diretamente ligada à falta de estrutura. Hoje, 57% dos jovens que cometeram delitos pararam de estudar antes dos 14 anos e 8% são analfabetos, então estamos no século 21 com adolescentes analfabetos”, argumenta o juiz. Segundo Sassi fica clara a inter-relação entre a falta de oportunidade com a marginalização desses jovens.

A integrante da JUNF problematizou a questão do genocídio do povo negro. Hoje, para cada jovem branco que morre, temos 18 jovens negros que são mortos. Ela também ressaltou o caso do menino Eduardo de Jesus, 10 anos, que foi morto pela PM no Complexo do Alemão, Rio de Janeiro. “Deveríamos estar discutindo empregabilidade, educação, descriminalização desses grupos, a redução é uma ação violenta do Estado contra a juventude pobre e negra”, disse Alice.

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Público compareceu ao Ato no sábado. (Foto por Arcéli Ramos)

Outras pautas

A legalização da maconha, a guerra às drogas, o preconceito e machismo contra a mulher negra no Brasil também foram pautas do Ato. Geanine Escobar, integrante da JUNF, declamou adaptações de vários poemas sobre juventude, além de outras intervenções artísticas, como a apresentação poética das meninas do Levante Popular da Juventude, e uma apresentação musical do Coletivo de Resistência Artística Periférica (CO-RAP). Este foi um dos vários eventos que os grupos organizadores pretendem realizar na cidade para problematizar os temas e trazer um espaço de reflexão.

A psicofobia, preconceito contra pacientes psiquiátricos, ainda impera na sociedade, infelizmente. Segundo professoras do Centro Universitário Franciscano, o preconceito deve ser desconstruído a partir de políticas para uma maior inserção desses pacientes na sociedade, inclusive o trabalho contra o preconceito começa na sala de aula. Além dessa barreira, o tratamento psiquiátrico atravessa a falta de locais estruturalmente apropriados, onde os pacientes em surto possam ser assistidos.

(foto por: Viviane Campos, Laboratório de Fotografia e Memória)
(Foto: Viviane Campos/Laboratório de Fotografia e Memória)

A professora e coordenadora do curso de Psicologia do Centro Universitário, Cristina Kruel, fala sobre a abordagens das aulas de psicologia: elas são pautadas em casos práticos, factuais, quando tratamos a saúde mental ela está permeada em todas as disciplinas, nas disciplinas de psicopatologia onde falamos mais especificamente dos transtornos, então é tratada questões de diagnósticos.
A forma de trabalhar com pacientes psiquiátricos e o tratamento é lapidado em todas as aulas, os alunos conhecem o transtorno e esse é problematizado. As aulas geralmente são em círculos, para todos se enxergarem e ter uma melhor dinâmica.
“O foco também está na saúde do paciente, além do transtorno, pois ele não é só aquele sintoma, ele tem coisas mais saudáveis, então trabalhamos com esses aspectos positivos para o tratamento, não focamos somente na doença mental, fala Cristina”.
Discutimos no Conselho de Psicologia a questão do preconceito sempre, que é combatido, inclusive, na formação do profissional. É necessário desconstruir a pré-imagem do paciente, mostrar que essa pessoa sofre e não é só esse transtorno ou sintoma, ela deve ser compreendida e não rotulada. O paciente tem a sua vida, sua família, seu emprego.

Segundo a coordenadora, os professores abordam também a teoria de não nomear ao paciente o seu sintoma, pois é como ele se sente, isso não resume a identidade dela, é somente uma característica do todo, um detalhe do ser humano que ela é. Evitam usar esses nomes também nas escolas para que a criança e o adolescente não cresça com a ideia de que ela é só isso e não consiga ter autonomia.

“Temos no curso estágios básicos e específicos; os básicos começam a partir do quarto semestre e o específico já tem uma ênfase maior nas facetas do curso. Trabalhamos com os alunos no Hospital São Francisco, na Casa de Saúde e aqui nos laboratórios do curso”, Cristina comenta.

(Foto por: Francine Antunes, Laboratório de Fotografia e Memória)
(Foto: Francine Antunes/Laboratório de Fotografia e Memória)

A professora de saúde mental, do curso de Enfermagem, Karine Cáceres, ministra a parte da reforma psiquiátrica, faz uma contextualização até os dias atuais, posteriormente entra nas patologias, com exemplos da realidade e das suas experiências enquanto supervisora da saúde mental e psiquiatria. “Isso facilita o desenvolvimento das aulas, trago exemplo reais e atuais, como o co-piloto que tinha problemas mentais, que causou o acidente de avião”, comenta.
Vejo, infelizmente, muito preconceito contra o paciente psiquiátrico, desde que dou aula nessa disciplina mostro aos alunos que são pessoas normais, mas que em um certo momento de crise, tem de se ter um cuidado a mais. Nós devemos começar a tentar mudar essa visão e conceito que têm dos pacientes. Há um receio muito grande das pessoas em se comunicar com os psiquiátricos, elas acham que eles serão agressivos mas isso só ocorre em tempo de surto ou crises.
“Hoje, no Hospital São Francisco, temos 25 leitos para pacientes psiquiátricos e dependentes químicos, temos também a Casa de Saúde e o HUSM,  que atendem pelo SUS, também comportam um grande número de pacientes, mas ainda falta estrutura”. Um paciente em surto precisa estar em um ambiente onde tenha o tratamento correto, porque muitas vezes eles têm crise em decorrência da não-medicação. Contamos também com os CAPs, mas Santa Maria precisa de mais suporte nessa área.
Na unidade de psiquiatria, atua a Enfermagem, com estágios, a Terapia Ocupacional e a Psicologia, e a Nutrição, da UNIFRA. Na Casa de Saúde, além desses cursos tem a residência médica em psiquiatria.

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O relacionamento afetivo-sexual entre pessoas do mesmo sexo ainda enfrenta o preconceito.

Quando começou a chamar a atenção da sociedade, em meados dos anos 70,  a homossexualidade foi diretamente relacionada à AIDS. Na época a nomenclatura trazia o prefixo “ismo”, o que referenciava a homossexualidade como doença. Nos dias de hoje a população já começa a aceitar que optar por um (a) parceiro (a) do mesmo sexo é muito mais que uma escolha, mas ainda assim, há preconceito e intolerância vindos de todas as partes do globo.

Em março de 2014, a Uganda, um dos 37 países do continente africano, que discrimina a relação entre pessoas do mesmo sexo, aprovou a lei que decreta prisão perpétua para homossexuais moradores do país. Por conta dessa atitude tomada pelo governo Ugandês, que aprova as demais represálias da população contra gays, o país, que não conta com uma economia ascendente, está perdendo ajuda financeira de países europeus, como a Suécia, que agora deixará de enviar o auxílio de 1 milhão de dólares. Com isso, não só quem é homossexual sofre com as medidas do governo, mas também toda sociedade, independente da opção sexual.

Até que ponto o Estado pode intervir nas escolhas pessoais do cidadão? De acordo com o sociólogo e professor do Centro Universitário Franciscano Guilherme Howes, o Estado deve respeitar a individualidade de cada um. “Eu tenho uma posição muito própria a respeito disso. Acho que a individualidade do sujeito referente sobre tudo a sua sexualidade, sofre uma interferência do Estado bastante grande. […]O Estado regula a nossa sexualidade”, afirma.

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O sociólogo e professor universitário Guilherme Howes afirma haver muita interferência do Estado na sexualidade dos sujeitos, cujos padrões são construídos historicamente.

Juntamente com o Estado, há princípios religiosos que colocam a homossexualidade como perversão, indo contra as leis da natureza e da vida moral. O sociólogo explica que nascemos seres humanos e construímos nossa identidade sexual ao longo da nossa existência. “Quando as pessoas não gostam da identidade ou querem desconstruir a identidade gay, [por exemplo], elas remetem a um fator natural, a ideia do desde sempre, homem é homem, mulher é mulher e não pode ser diferente disso. Isso não é verdade”, explica.

Para a pastora da Igreja Evangélica Ministério Crescer em Cristo Sara Kormives, não é possível desconstruir o que não existe. Ela aponta que na visão de homem e de mundo existe apenas homem e mulher e não um terceiro gênero. “Na nossa visão não existe a construção de um terceiro gênero, a não ser por escolha de comportamento”, afirma.

De acordo com o sociólogo, a relação entre pessoas do mesmo sexo já perpassa séculos. Os cidadãos da antiguidade ou da renascença, por exemplo, só se relacionavam com outros homens e isso porque somente um homem estava à altura de um estatuto humano de outro homem. Segundo Howes, só um homem era merecedor do amor puro e digno de outro homem, o que não acontecia com as mulheres. O professor explica que as mulheres nessa época estavam abaixo do estatuto, portanto não merecedoras do amor de um homem.

Segundo Howes, esse status mudou com a chegada do Iluminismo – também conhecido como Século das Luzes, um movimento cultural europeu do século 18, que buscou mobilizar o poder da razão, com o intuito de reformar a sociedade – onde se construiu outros padrões de sexualidade. “Levou-se alguns séculos para que se descontrua um (padrão) e se construa outro”, declara.

Segundo a pastora, a visão da Igreja Evangélica a respeito da homossexualidade tem como parâmetro a bíblia. De acordo com essa visão, a homossexualidade é um desvio de conduta. “Assim ela [homossexualidade] é enquadrada na bíblia, como esse desvio, alguma coisa que está fora desse padrão pré-estabelecido por Deus. Não é algo que Deus criou assim”, afirma.

Para a pastora, o argumento utilizado por homossexuais de que a opção sexual não é questão de escolha, mas sim algo que está intrínseco àquele ser humano, não é válido, pois não é confirmado cientificamente.

De acordo com Sara, não existe descriminação em relação às pessoas, mas sim ao comportamento, quando esse é visto pela bíblia como um desvio. “As pessoas nunca são descriminadas por aquilo que elas escolhem ou por aquilo que elas fazem. Quando a gente olha o ser humano pela bíblia, você vai ver que o homem se desviou de Deus , da presença de Deus. Não foi o homossexual, foi o ser humano”, declara.

Bandeira arco-íris, símbolo dos homossexuais e também do movimento LGBT. Foto: internet
Bandeira arco-íris, símbolo dos homossexuais e também do movimento LGBT. Foto: internet

Quando o preconceito começa em casa

Lucas** tem 22 anos, é formado em Ciências da Computação e mora em Santa Maria, com amigos que conheceu em um intercâmbio para Portugal. Lucas é homossexual. Ele recorda que desde o início da adolescência já sentia que não tinha os mesmo interesses que os garotos da sua idade. Lucas se assumiu aos 18 anos e afirma nunca ter tido problemas por conta de sua orientação sexual, a não ser por parte da família. “Todos os meus problemas começaram na minha família. Se não fosse eles, eu teria me assumido muito mais cedo do que eu me assumi”.

Lucas conta que teve uma formação religiosa evangélica. Antes de se assumir, mantinha pensamentos de que não poderia ser gay, que era pecado. “Eu já sabia que era gay a muito tempo e tentava mudar isso dentro de mim. Chegou o ponto que eu tentei [mudar] todos os dias e não consegui”, lembra.

Na época, a mãe de Lucas, que estava casada com um pastor, começou a ficar intrigada com o fato de o filho sair muito para a balada, o que ele não fazia antes. Nesse meio tempo Lucas começou a namorar um rapaz e relata que tinha receio que a família fosse descobrir. O padrasto resolveu investigar o que Lucas estava fazendo e mexeu em seu computador pessoal.

“Minha mãe descobriu que eu era gay e surtou, não sabia como reagir, só chorava pelos cantos”, relata. Lucas e a mãe ficaram uma semana sem se falar. Passado esse período, Lucas decidiu que estava na hora de conversar com a mãe sobre o assunto. Lucas assegurou para a mãe que a orientação sexual não ia mudar o fato de ele ser um “ótimo filho”, mas mesmo assim, ela não aceitou a escolha. “Ela preferia ter um filho sem nada, mas que fosse heterossexual. […]Ela queria que eu mudasse.”, define.

Daquele momento em diante os conflitos só aumentaram. Um dia quando voltava da balada, o padrasto o impediu de entrar em casa. No outro dia a mãe o colocou para fora de casa. “Joguei tudo o que eu tinha dentro de uma mala e saí. Sentei na praça na frente de casa. Não sabia o que ia fazer. Ai caiu a ficha e eu comecei a chorar muito”, recorda.

Lucas destaca que o padrasto foi uma “aberração” em sua vida. “Todos os problemas que eu já tive na minha vida, grande parte deles foi por causa dele (o padrasto)”. Lucas comenta que os dois vivam em conflito, que trocavam agressões verbais e físicas. De acordo com Lucas, o padrasto não parecia por em prática os ensinamentos bíblicos. “Eu não via nenhum evangelho nele do tipo amar as pessoas. Ele sempre quis me bater, me quis fora de casa, queria que eu me ferrasse”, assegura.

Um mês após ter saído de casa, Lucas embarcou em um intercâmbio, mas ficou sem dinheiro. Sem ter muitas opções de para quem pedir ajuda, entrou em contato com a mãe para que ela lhe ajudasse. Porém, o padrasto interferiu novamente na relação de Lucas com a mãe. Por meio de uma rede social, o padrasto foi enfático quanto ao que queria para Lucas: “Teus problemas só estão começando. Eu quero que tu se ferre. Se tu precisa de dinheiro vai dar o c* para conseguir dinheiro, porque tua mãe não vai ficar sofrendo por causa tua e se alguma coisa acontecer com ela tenha certeza que tu é o responsável”, relata.

Ao voltar para Santa Maria, Lucas marcava encontros em cafés para ver a mãe. Ele conta que tinha medo de convidar a mãe para conhecer o lugar onde estava morando, por conta do padrasto. “Eu não queria que ela soubesse onde eu estava morando por medo. Esse cara me bateu algumas vezes dentro de casa”, descreve.

Por conta da escolha de Lucas, o laço que ele tinha com a mãe se desfez. “Eu defino meu sentimento por ela não mais de amor de mãe e também sem nenhum ódio, talvez desprezo”. Hoje, a mãe não mora mais em Santa Maria e eles se só falam por telefone em ligações mensais.

Todo o tipo de amor vale a pena.
Todo o tipo de amor vale a pena.

Lucas me contou sua história de forma muito espontânea, sem hesitar. Parecia como uma conquista poder falar sobre sua sexualidade. Mas de acordo com Lucas, falar dessa forma sobre seus problemas é um modo de conseguir lidar com eles. “Talvez o fato de tratar com tanta naturalidade ou tentar esquecer esses problemas, me fazem tornar esse assunto simplista, coisa que não é“.  Porém, mesmo por todos os obstáculos pelos quais Lucas passou, hoje ele avalia que tudo foi um aprendizado. “Essa época da vida, as dificuldades que eu passei foram como uma escola para mim, escola de maturidade”. Lucas destaca que o único preconceito que sofreu por conta da orientação sexual veio da família. “A partir do momento que eu saí de casa não tive problemas com as pessoas saberem sobre a minha sexualidade”, assegura.

“Hoje minha vida é excelente”. comemora Lucas.

**O nome foi alterado para preservar a identidade da fonte