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Educação é tema de manifestação nacional

Um ato em prol da educação pública de qualidade ocorreu hoje, 18, em todo o país. Promovido pela União Nacional do Estudantes (UNE), o manifesto é em defesa da educação e contra os bloqueios orçamentários. Em

Greve geral: trabalhadores e estudantes em luta

No início da tarde da última sexta-feira, dia 14 os professores da rede municipal de ensino se reuniram entre a Prefeitura Municipal, em uma manifestação pública para solicitar um encontro com o prefeito Jorge Pozzobom. A

Elas sim, ele não: a revolução das mulheres nas ruas

No último sábado, 29 de setembro, o movimento de “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro” tomou as ruas para mostrar a potência da organização feminina. Depois sofrer ataques cibernéticos, agressão e tentativa de silenciamento por parte da oposição, os protestos

Ato público: professores protestam contra governo estadual

Professores e funcionalismo estadual precisam sobreviver com R$ 350,00, menos da metade do salário mínimo. Será possível sustentar uma família, pagar aluguel, saldar dívidas e, ainda, se alimentar com este valor? Com base nisso, o CPERS/Sindicato realizou

Polícia Civil em luto

Gravataí, Rio Grande do Sul, 23 de Junho de 2017, mais uma morte. Mais um policial é vítima da violência e do tráfico na região metropolitana de Porto de Alegre. Rodrigo Wilsen da Silveira, 39 anos,

Santa-marienses vão às ruas protestar contra o governo

     Aconteceu no final da tarde desta quinta-feira, 18, uma manifestação na praça Saldanha Marinho contra o governo do presidente Michel Temer. A partir das 17h reuniram-se professores, estudantes, servidores públicos, sindicalistas e militantes de

Atos pelo impeachment: o que pensa Santa Maria?

O anúncio de  protestos marcados em diversas regiões do país  para este domingo, 15,  tem como foco principal a  destituição da presidente Dilma Rousseff do cargo via impeachment,  e gera mobilizações e tensionamentos diversos. Santa Maria não está fora desse circuito. A

Buracos atrapalham o tráfego em Santa Maria

Moradores da Rua Pedro Santini, no Bairro Cerrito, realizaram um protesto civilizado e bastante curioso. Para chamar a atenção da Prefeitura de Santa Maria, eles resolveram fazer em meio aos buracos uma roda de chimarrão. Junto à

Um ato em prol da educação pública de qualidade ocorreu hoje, 18, em todo o país. Promovido pela União Nacional do Estudantes (UNE), o manifesto é em defesa da educação e contra os bloqueios orçamentários.

Ato ocorreu na Praça Saldanha Marinho. Imagem: Luiza Silveira

Em Santa Maria o ato ocorreu na Praça Saldanha Marinho, tendo início às 16h. A manifestação organizada pelo Diretório Central dos Estudantes da UFSM (DCE UFSM) e demais entidades sindicais reuniu ativistas pela educação pública de qualidade, de diversos cursos, idades, e de universidades públicas e particulares.

Sofia Dotto é acadêmica do 4º semestre do curso de Teatro da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e integrante do DCE da UFSM e conta que: “ Desde que o atual governo assumiu, nós  estudantes temos assistido o presidente desprezar o ensino gratuito, público e de qualidade”.

O ato de hoje para ela é uma resposta não só ao último congelamento de investimentos feito pelo governo, mas também para todos os ataques que têm ocorrido às universidades federais, “porque desde o início do governo, ele só tem nos atacado, para nos enfraquecer e desunir, é isso que ele quer, nos ver fracos”.  A acadêmica afirma que “eu estou aqui, porque eu acredito que o governo chegou no limite. Eu acho que o Brasil tem jeito, o Brasil pode voltar a sorrir”, conclui Sofia.

Já para a estudante do 4º semestre de Psicologia da Universidade Franciscana (UFN), Letícia Salbego, “é muito importante a união dos estudantes, pois mostra que não estamos sozinhos, que realmente nos unimos nas lutas contra o desmonte das universidades federais e mesmo sendo de universidade particular isso expõe que estamos unidos”.

O jornalista Felipe Monteiro acredita que sempre que se trata de educação deve ser tratado com suma importância: “Não podemos deixar o governo federal bloquear ou tirar verbas da educação para colocar em política. No caso do Bolsonaro, o que ele quer na verdade é comprar o centrão e está tirando verba de todos os lados. Isso a longo prazo vai prejudicar a educação federal e eu acho que é importante os estudantes se movimentarem. Trancar o pé com esse governo que além de não estar preocupado com a saúde também não se preocupa com a educação. É um governo que está destruindo a juventude e o futuro do Brasil.”

Galeria de fotos da manifestação na praça Saldanha Marinho ( imagens Luiza Silveira)

75% das escolas municipais aderiram a greve geral. Fotos: Mariana Olhaberriet/LABFEM

No início da tarde da última sexta-feira, dia 14 os professores da rede municipal de ensino se reuniram entre a Prefeitura Municipal, em uma manifestação pública para solicitar um encontro com o prefeito Jorge Pozzobom.

A coordenadora de Organização e Patrimônio do Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria (Sinprosm), Martha Najar, explica que entre as pautas do ato está o descongelamento do auxilio alimentação, que permanece o mesmo valor desde 2014, e a garantia do tempo de planejamento para os educadores. “Nossas condições de trabalho não são respeitas, esse tempo de planejamento está no nosso plano de carreira, no mínimo 20% da carga horária deve ser destinada ao planejamento e isso não acontece em todas as escolas”, conta Martha.

Já sobre a questão salarial, os professores receberam uma reposição de 3,75% atrasada e parcelada, e não receberam o aumento de salário referente ao piso nacional.

“Não podemos aceitar que um governo eleja a educação e os educadores como os inimigos da nação”, diz Martha Najar.

Entre as professoras municipais aposentadas que se uniram a causa, Eva Bastianello esperava por mais colegas presentes. “Esperamos, com este ato, um retorno do prefeito que até agora não nos recebeu”, afirma Eva. Ao solicitarem a presença do prefeito, foram convidados a formar uma comitiva para entrar e conversar com ele, porém, após uma votação, decidiram que manteriam suas exigências de que todo o grupo de manifestantes fosse recebido. Porém, o prefeito Jorge Pozzobom não concordou com a decisão, se negando a ir receber os professores.

Eloiz Guimarães Cristino, coordenador da Central Única do Trabalhador.

Ás 16 horas, o ato se encaminhou para a Praça Saldanha Marinho, onde estudantes e trabalhadores se reuniam para protestar contra a reforma da previdência proposta pelo governo federal. Uma das frentes organizadoras deste ato foi a Central Única dos Trabalhadores (CUT), da qual Eloiz Guimarães Cristino é coordenador. Ele alega que, neste dia, a classe trabalhadora do país inteiro luta para mostrar ao presidente que irão resistir até o fim e que não querem a aprovação do projeto da reforma da previdência.

Segundo Franciéli Barcellos de Moraes, coordenadora geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFSM, a greve geral é uma paralisação apoiada por mais de uma categoria usada para parar a geração de capital e para parar o comércio, afim de mostrar as pautas pelas quais estão lutando e dialogar com a população que passa pelo centro comercial da cidade. Sobre o projeto da previdência, Franciéli diz que “não é uma reforma, mas um desmonte que vai atacar os mais pobres” e que o DCE se reuniu aos trabalhadores “porque a gente também é filho de trabalhador, vai ser da classe trabalhadora, também quer se aposentar com qualidade e entrar no mercado de trabalho com dignidade”.

Tânia Lopes, professora estadual aposentada.

Já o estudante de filosofia da UFSM, Arthur de Oliveira Machado, manifesta que a proposta da previdência “vai fazer com que o trabalhador trabalhe mais e ganhe menos, recebendo apenas 60% do salário médio”. Participando também da manifestação, a professora aposentada do estado e escritora infantil, Tânia Lopes afirma que “se a gente cala, a gente se submete ao que o poder central disser, mas nós temos que ter voz e vez, é isso que a nossa presença deve representar”. Além disso, os estudantes do Colégio Técnico Industrial de Santa Maria (CTISM) se fizeram presente na manifestação, o aluno Kassio Ventura conta que “nesse momento histórico para o povo brasileiro, nós devemos nos unir para lutar pelos nossos direitos e que para que nossas vozes sejam ouvidas”.

Foi às 17h que a manifestação tomou seu rumo pelas ruas de Santa Maria, saindo da Praça Saldanha Marinho, descendo a Avenida Rio Branco até a Rua Silva Jardim, voltando para passar embaixo do Viaduto Evandro Behr. Logo, seguiu na Rua do Acampamento até a Avenida Nossa Senhora das Dores, entrando na Rua Riachuelo e subindo a Rua Ângelo Uglione até a Praça novamente.

Cartazes, banners e sinalizadores coloridos deram vida as ruas de Santa Maria neste 14 de junho.

As inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) estão abertas até amanhã, dia 17 de maio. Mesmo que a incerteza seja algo muito presente nas provas de vestibular, esse ano ela ronda mais que vestibulandos e atinge desde os estudantes da pré-escola até mestrandos e doutorandos das universidades públicas do Brasil. O Enem é atualmente a prova que permite o ingresso de alunos ao ensino superior e, no ano passado, teve o menor número de inscritos confirmados desde 2011 – o que já é assustador refletir sobre a redução de 18% do número de participantes, e se torna ainda mais preocupante diante dos cortes de verbas da educação pública no país.

Protesto contra os cortes do governo federal que atinge universidades federais mobilizou milhares de pessoas no centro de Santa Maria ontem. Foto: Julia Trombini

No final de abril, o Ministério da Educação anunciou um corte de 30% nos repasses de verbas destinadas às universidades federais, em razão de um contingenciamento de R$ 5,9 bilhões no orçamento. Essa medida, denominada pelo secretário de Educação Superior como “bloqueio preventivo”, vai ao encontro das decisões do governo Bolsonaro em relação aos professores e a ao projeto denominado Escola sem Partido. Além disso, o presidente já declarou que pretende retirar verbas dos cursos de Filosofia e Sociologia.

Com esse objetivo posto, segundo ele, seria possível focar em áreas que gerem “retorno imediato”, como veterinária, engenharia e medicina, por exemplo. “A função do governo é respeitar o dinheiro do contribuinte, ensinando para os jovens a leitura, escrita e a fazer conta e depois um ofício que gere renda para a pessoa e bem-estar para a família, que melhore a sociedade em sua volta”, aponta o presidente em um segundo tweet.

Em um palco de muitas contradições, a educação não parece ser um assunto que vá para os bastidores. O Ministério da Educação (MEC) também cortou 36% da verba da única escola federal de ensino básico nas cidades do Rio de Janeiro, Niterói e Duque de Caxias. O Colégio Pedro II, fundado em 1837 e que possui cerca de 13 mil alunos, teve um corte de 36,37% do orçamento de custeio previsto para este ano, o que ultrapassa R$ 18,5 milhões, e “terá implicações devastadoras”, segundo os diretores.

Aos se referir às universidades federais como balbúrdia, o Ministro da Educação desencadeou uma série de protestos em diversas cidades do país. Foto: JuliaTrombini

Mobilizar-se e ir para as ruas é o recurso último que a população tem para defender seus direitos e lutar contra retrocessos. Desta vez, a luta é pela educação. Sobretudo pela educação pública de qualidade! Um agente de transformação inegável. Por isso, não esqueçamos que a finalidade da educação é a de construção do ser social. Desde as criações humanas, das descobertas, das reflexões e dos aprendizados às gerações posteriores. Mais do que cortes que se apresentem como redução de gastos e não de investimentos, é provável que isso tudo custe caro em um futuro breve, em um país que diz não caber em seu orçamento algo tão primordial quanto a educação. Um país onde  115 milhões de brasileiros ainda não sabe ler e outros tantos milhões serão privados de estudar e de desenvolver as suas potencialidades. Afinal, diante do talho nas verbas do ensino público, talvez seja necessário um espetáculo de “balbúrdia” em âmbito nacional para que possamos conseguir lutar e garantir nossos direitos.

Julia Trombini é jornalista, escorpiana, egressa da UFN. Fez parte da equipe do LabFem (Laboratório de Fotografia e Memória) como repórter fotográfica. Trabalhou também com diagramação, assessoria de imprensa e produção de conteúdo. Tem interesse em fotografia, audiovisual e temas de resistência política.

Concentração tomou conta da Avenida Rio Branco em Santa Maria.

No último sábado, 29 de setembro, o movimento de “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro” tomou as ruas para mostrar a potência da organização feminina. Depois sofrer ataques cibernéticos, agressão e tentativa de silenciamento por parte da oposição, os protestos mostraram que não há como calar a voz das quase 3 milhões de mulheres, organizadas em um grupo no Facebook. Elas (nós) foram para a rua e não estavam sozinhas. Mulheres e homens, cis gêneros e transgêneros. Idosos, adultos, jovens, crianças e bebês, alguns ainda dentro da barriga. Pessoas das mais diferentes etnias, orientação sexual, crenças, partidos políticos e classe social. Uma pluralidade de vidas, histórias e seres que ultrapassa qualquer estereótipo criado na tentativa de deslegitimar a luta.

Foram centenas de milhares de pessoas reunidas em atos por todo o Brasil e no exterior.  Das grandes as pequenas cidades. De Erechim a Paraty, Frankfurt à Balneário Camboriú, Ilhéus a São Paulo. Segundo a Mídia Ninja, que organizou uma rede de cobertura colaborativa, as manifestações foram realizadas em mais de 250 cidades, 27 estados e dezenas de países.

O calor forte do sábado não dispersou a multidão. Fotos: Daniel Z. Guterres ( cedidas)

Em Santa Maria não poderia ter sido diferente. A organização estima que 7 mil pessoas participaram do ato que teve concentração de três horas na Praça Saldanha Marinho, região central da cidade, e seguiu em marcha por algumas das principais ruas do entorno. Ao som do Bloco TPM, sigla de Te Permite Mulher, os manifestantes seguiram por mais de uma hora pedindo #EleNão, hashtag que ganhou e deu força ao movimento.

Em meio à multidão, muitos comparavam a força do ato às Jornadas de Junho de 2013. O dia 29 de setembro tornou-se um dia histórico que representa a força das mulheres, considerando que o movimento se organizou a partir da mobilização feminina nas redes sociais. Mas os protestos estão longe de representar um desfecho. Não há desenlace para movimentos sociais, há somente a renovação das lutas e resistência pela permanência de direitos. Enquanto todas as pessoas não tiverem suas vidas respeitas e garantidas, a luta continua. E para nós, mulheres, a vigilância é cotidiana e persistirá, como tem sido ao longo da história.

Nunca se esqueça que basta uma crise política, econômica ou religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados. Esses direitos não são permanentes. Você terá que manter-se vigilantes durante toda a sua vida”, Simone de Beauvoir.

Protesto em função do parcelamento de salários ocorreu hoje em Santa Maria Foto. Maiquel Rosauro

Professores e funcionalismo estadual precisam sobreviver com R$ 350,00, menos da metade do salário mínimo. Será possível sustentar uma família, pagar aluguel, saldar dívidas e, ainda, se alimentar com este valor? Com base nisso, o CPERS/Sindicato realizou um grande ato, nesta quinta-feira, 21, na Praça Saldanha Marinho, em Santa Maria.

O protesto visou denunciar  o mal pagamento e o descaso do governo do Estado para com os servidores estaduais, os quais receberam o seu salário mais uma vez parcelado, com o valor inicial de R$350,00.

O ato é organizado pelo Comando de Greve do 2º Núcleo do CPERS de Santa Maria e contará com a participação de colegas do 4º Núcleo – Cachoeira do Sul, 18º Núcleo – Santa Cruz do Sul e 41º Núcleo – São Gabriel. A Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm), a Associação dos Servidores da UFSM (Assufsm) e o Diretório Central dos Estudantes da UFSM (DCE/UFSM) também confirmaram presença.

Durante a manifestação, foram realizados uma sessão Plenária Regional, uma Aula Pública e por fim, Ato Público Unificado em Defesa da Educação e dos Direitos, com uma marcha que percorreu o centro de Santa Maria.

A greve da categoria teve início em 5 de setembro e não tem data para ser finalizada. O CPERS cobra o fim imediato da política de parcelamento de salários.

Gravataí, Rio Grande do Sul, 23 de Junho de 2017, mais uma morte. Mais um policial é vítima da violência e do tráfico na região metropolitana de Porto de Alegre. Rodrigo Wilsen da Silveira, 39 anos, participava de uma operação na região central de Gravataí, com o objetivo desarticular uma quadrilha especializada em tráfico de drogas, quando criminosos reagiram a ação e atiraram contra o policial civil.

O policial foi baleado com um tiro na cabeça e levado ao Hospital Dom João Becker, mas não resistiu e veio a óbito. A esposa de Silveira, também agente da polícia, participava da operação, presenciou a morte do marido.

Colegas de farda e demais agentes da polícia do estado prestaram homenagens durante todo o dia para o escrivão que morreu em serviço. A manifestação começou às 16h, e durou 5 minutos de sirenes ligadas.   

Em Santa Maria a concentração ocorreu na Rua Dos Andradas, em frente a Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA) na tarde desta sexta-feira, 23.

De acordo com o coordenador regional do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores da Polícia Civil (Ugeirm), Pablo de Souza Mesquita, mais de 50 agentes participaram da mobilização em solidariedade ao colega de farda. Durante alguns minutos sirenes tocaram incessantemente.

Pablo de Souza Mesquita, coordenador regional do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores da Polícia Civil (Ugeirm). Foto: Mariana Olhaberriet, Labfem.

“Às vezes parece que entramos no automático, por fazer isso todos os dias, o que se torna rotineiro. Mas quando acontece uma coisa dessas levamos um choque de realidade, e nos colocamos no lugar do colega e ficamos pensando que podia ter sido com a gente. É um momento bem difícil, e a homenagem é uma forma de se solidarizar não só com a família, mas com toda a corporação, porque nós também somos humanos”, declarou Mesquita.

Protesto pede eleições diretas e o fim do governo Temer. Fotos: Juliana Brittes. Lab. de Fotografia e Memória

     Aconteceu no final da tarde desta quinta-feira, 18, uma manifestação na praça Saldanha Marinho contra o governo do presidente Michel Temer. A partir das 17h reuniram-se professores, estudantes, servidores públicos, sindicalistas e militantes de partidos de esquerda para protestar contra diversas medidas realizadas pelo governo, também pedir a renúncia de Temer e reforçar a realização de “Diretas Já”.

Os manifestantes, cerca de três mil, carregavam bandeiras e cartazes com dizeres “Fora Temer” e “Diretas Já”, trancaram o trânsito em parte da Avenida Rio Branco e logo após seguiram em direção a rua do Acampamento.

Protesto reuniu manifestantes na praça Saldanha Marinho.

Conforme Loiva Chansis, pedagoga na Universidade Federal de Santa Maria e integrante da comissão organizadora, a organização do manifesto foi feita de ontem para hoje, porque foram pegos de surpresa com a reviravolta no cenário político. O protesto tem como objetivo dar uma força para o presidente Temer cair, denunciar as reformas do governo e mostrar o quanto Temer está envolvido em corrupção. “Não vamos nos calar diante de uma notícia bombástica como essa, queremos “Diretas já”, do jeito que está não dá para continuar”, afirma Loiva. Ela enfatiza que o povo vai para às ruas protestar todas as vezes que forem necessárias, e que serão fortes para mudar esse cenário político que o país está enfrentando.

Cristofer Cardoso, garçom de 22 anos relata que é a primeira vez que participa de uma manifestação, e conta que veio à convite de um amigo que é militante de um partido político. Ele declara que não é envolvido em nenhum movimento político e salienta que todo cidadão consciente deve brigar pelos seus direitos. “Eu vim lutar pelo meu futuro e também dos meus filhos. Algo precisa ser feito, e não é ficando parado que a mudança vai acontecer”, conclui.

Foto: Juliana Brittes. Lab Fotografia e Memória

     De acordo com Gabriele Borges, 19 anos, estudante da UFSM, o futuro do país depende muito da juventude. “Se nós queremos um Brasil decente não podemos ficar calados, se não eles irão nos fazer de palhaços novamente. Temos que vir às ruas sim”, assegura a jovem. Ela garante que confia muito na juventude para fazer a diferença e não deixar que mais políticos corruptos voltem a assumir o poder.

Cobertura em vídeo foi feita pelo Laproa/Jornalismo/Unifra.

Protesto na tarde de ontem, na praça Saldanha Marinho. (foto: Cpers Sindicato)
Protesto na tarde de ontem, na praça Saldanha Marinho. (foto: Cpers Sindicato)

Ontem, dia Nacional do Estudante, por volta das 18 horas, alunos e professores se manifestavam contra os projetos da lei Escola sem Partido, PLS 193/2016 e PL 867/15, na praça Saldanha Marinho.  Com faixas e cartazes no chão, a mobilização era contra a retirada de direitos dos professores e contra o projeto, chamado de “Lei da Mordaça” pelos secundaristas. Após o ato na praça, o grupo se dirigiram para a Avenida Presidente Vargas, onde teve início o confronto com a Brigada Militar, forçando que o protesto terminasse. Hoje pela manhã, o CPERS promoveu novo protesto em frente à Escola Cilon Rosa, repudiando a ação da Brigada Militar.

Segundo os participantes, a violência policial começou na rua contra os estudantes e professores, com a  utilização de balas de borracha e cacetadas, para reprimir o protesto. A aluna Alexia Piber postou em rede social depoimento com fotos e vídeo gravado dentro da Escola Estadual de Ensino Médio Cilon Rosa, onde os estudantes continuaram a ser espancados pelos policiais que invadiram a instituição. Nas fotos, há estudantes machucados e o vídeo mostra o momento que os policiais militares os reprimem com chutes e cacetadas. Segundo Alexia que ficou com o rosto machucado e a boca cortada após levar um chute de um brigadiano quando estava no chão,  a agressão foi porque estava filmando o confronto. Ela também foi algemada e mais tarde, levada à Unidade de Pronto Atendimento. Seus colegas foram agredidos da mesma forma, imobilizados, e alguns tiveram ferimentos graves. A maioria dos estudantes no ato de ontem são menores de idade, segundo a vice-diretora da noite da escola.

Outra aluna que estava no protesto e pede para não ser identificada diz que “os policiais não queriam que trancássemos a Avenida por causa do trânsito e a gente resistiu, porque não existe  sentido em fazer um ato onde não se tranque a rua. Eles começaram a empurrar, bateram em uma companheira nossa e a gente conseguiu puxá-la e continuamos, e eles continuaram pressionando para finalizar o ato, chamando a gente de  m*… e dizendo que não deveríamos estar ali. Na hora em que chegamos na frente do colégio, a diretora abriu o portão, uma galera conseguiu entrar e aí eles fecharam e ninguém mais passou. Aí eles começaram a bater em quem estava tentando entrar e nas pessoas que estavam ali em frente. E essas pessoas se defenderam, claro.”.

O vice-diretor geral do Cilon Rosa, professor Dartagnan Agostini contou que alguns alunos foram detidos e levados à delegacia da Polícia Civil. Ele e um grupo de advogados acompanharam os jovens para ajudar na liberação, após exames de corpo de delito. Segundo Dartagnan,  “a agressão começou na Presidente Vargas, já próximo à escola. Os policiais atacaram, inclusive, pessoas que estavam na parada de ônibus, não no protesto. Quando eles pularam o muro da escola e entraram começaram a agredir funcionários e alunos”, declara o vice-diretor. “Foi uma reação desproporcional da Brigada Militar. O protesto estava pacífico e é um direito de todo cidadão, segundo a Constituição, se manifestar. A invasão de uma instituição pública também é grave”.
O CPERS – Núcleo 2 entrou com um processo jurídico contra as ações dos policiais e contra qualquer acusação aos secundaristas. Quem está cuidando do caso é o advogado Marcelo Fagundes, do CPERS de Porto Alegre.

Contatado pela ACS, o comandante do 1º RPMon, Gedeon Pinto da Silva, respondeu que poderia se manifestar apenas por email e enviou uma nota oficial na qual a Brigada Militar lamenta o episódio, afirmando que os policiais militares estavam exercendo sua profissão  quando foram agredidos e buscaram garantir a tranquilidade pública, a segurança dos pedestres e a fluidez do trânsito. Segundo a nota, cinco policiais foram lesionados durante o ato. A tropa especializada interviu e os manifestantes foram encaminhados à Polícia Civil. Alega ainda que os fatos serão devidamente apurados nas esferas competentes.

(foto: Cpers Sindicato)
(foto: Cpers Sindicato)

Para entender a ” Lei da Mordaça”

Em 2015, o projeto de lei Escola sem Partido veio para o Rio Grande do Sul proposto pelo deputado Marcel van Hattem (PP), e começou a tramitar na Câmara dos Deputados (PL 867/15). No Senado Federal (PLS 193/2016), de autoria do senador Magno Malta (PR), ele começou a tramitar em maio deste ano. Os projetos tiram a liberdade dos professores de tratar determinados temas em sala de aula, como sexualidade, religião, conceitos de gênero e ideologias, bem como foge do contexto sociocultural em que vivemos, e restringe os assuntos a serem abordados. Não permite que os estudantes de Ensino Médio reflitam sobre a realidade em que vivemos, e outros realidades. Reforçando o pensamento conservador que hoje, está fortemente presente no país.
Os outros projetos de lei que censuram as escolas públicas são: PL 7180/14, PL 7181/14, PL 1859/15, PL 5487/16, PL 1411/15, PL 4486/16.

 

O anúncio de  protestos marcados em diversas regiões do país  para este domingo, 15,  tem como foco principal a  destituição da presidente Dilma Rousseff do cargo via impeachment,  e gera mobilizações e tensionamentos diversos. Santa Maria não está fora desse circuito.

A ACS  quis saber o que pensam os santa-marienses e, numa metodologia que consiste em perguntas diretas, entrevistou nas ruas e no espaço das redes sociais um público diversificado.  Eles responderam às seguintes questões: és favorável ao protesto de amanhã? Vais participar? Se sim, por que? Se não, por que? As respostas de quem quis se manifestar foram publicadas na íntegra.

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Athos Miralha. Arquivo pessoal.

Não é uma questão de ser favorável ou não. Estamos numa democracia e todas as manifestações são legítimas. Não participarei porque é um protesto pedindo o impeachment. Entendo que não há indícios, até o presente momento, para o impeachment de Dilma. Acho que deveria ser um protesto nos moldes de junho de 2013.” Athos Ronaldo Miralha, bancário, avaliador de penhores na CEF.

Maria da Graça Cabral, arquivo pessoal.
Maria da Graça Cabral, arquivo pessoal.

Sim, sou totalmente a favor ao protesto, vou participar sim. Por que? Para mostrar a minha indignação contra esta corrupção , mentiras, enganação, etc.” Maria da Graça Cabral, funcionária pública aposentada.

 “Não, pois não defendem o Brasil democrático, soberano e independente o qual todos presidentes juram na sua posse. O que temos no país nesse momento é uma crise econômica, não tão grave quanto os grandes grupos de mídia imprimem à sociedade, que espalham, aos quatro ventos, falácias. O atual governo errou em diversas áreas, contudo, o que há agora é um movimento apocalíptico, negando todos os progressos em que o país passou nos últimos 12 anos…” Rômulo Cattani, estudante de Direito da Unifra.

Eleni Bisognin, arquivo pessoal.Não vou participar porque acho que a presidente foi eleita e precisa do auxílio de todos os brasileiros para governar.”  Eleni Bisognin. Professora aposentada da UFSM e professora na Unifra.

Não iria no protesto, porque as pessoas que estão liderando este protesto não representam o povo, não representam a minoria a classe baixa os que foram contemplados e privilegiados pelo governo. O pessoal que está organizando este protesto não me representa..” Poliana da Costa Marques, estudante de Nutrição da Unifra.

Izaura Borges, arquivo pessoal.
Izaura Borges, arquivo pessoal.

“Sou a favor do povo se manifestar pacificamente, contra esta situação que está se tornando insustentável.” Izaura Borges, professora aposentada.

Sione Gomes, arquivo pessoal.
Sione Gomes, arquivo pessoal.

Eu não iria, porque eu entendo que a manifestação é um pouco equivocada. Eu entendo que o país precisa de reforma sim. O  Brasil precisa de energia na luta contra a corrupção, mas o enfoque dado a manifestação do dia 15 não é exatamente a forma como eu imagino que deva ser.”  Sione Gomes, jornalista, coordenadora do curso de Jornalismo da Unifra.

Lúcia Magalhães. Arquivo pessoal.
Lúcia Magalhães. Arquivo pessoal.

Não concordo com o protesto de amanhã. Não participo de golpe contra a democracia e porque ele está sendo organizado em base ao ódio. Acredito que é um embate ideológico de uma elite dominante que não suporta a ideia das pessoas menos favorecidas saírem da condição de miserabilidade absoluta em que viviam. Sei que há problemas no governo que precisam ser solucionados. O Brasil teve grandes avanços sociais e tem muito a fazer ainda. Pela primeira vez eu vi corrupto indo para a cadeia. Por estas razões, entre outras, não participarei deste protesto de ideologia burguesa embasado no ódio e disputa de poder enquanto classe. ”  Lúcia  Magalhães Fagundes, psicóloga.

Sou favorável mas não irei participar pela onda de violência na cidade, e por acreditar que irá ter grupos antagônicos nas ruas.” Rodrigo Lorenzi, acadêmico de jornalismo na Unifra

Carlos Spall, arquivo pessoal
Carlos Spall, arquivo pessoal

Todos movimentos são democráticos, justos e devem ser feitos dentro de uma ordem, dentro de uma logica de respeito, diversidades, respeito à liberdade de pensamentos. Esperamos que esse protesto de domingo ocorra da melhor maneira possível, sem danos ao patrimônio publico e ao patrimônio privado. Em termos gerais, fica muito difícil, institucionalmente, dizer que se vai ou não no protesto, se apoia ou não, porque ele é um protesto individual, onde é convocado cada individuo e não as instituições. Então, creio que cada um tem o livre arbítrio de saber o que é melhor para si, conforme seus interesses pessoais e políticos. É um momento de manifestação e eu entendo que não deve ser partidarizado.  Se fores perguntar se o Carlos Spall vai? Ele não vai.” Carlos Spall, assessor de imprensa da reitoria do Centro Universitário Franciscano.

Lucas Scheneider, arquivo pessoal.
Lucas Schneider, arquivo pessoal.

Pelo ato de cidadania, sou a favor  mas não vou participar. Não tenho um motivo em particular.” Lucas Schneider, acadêmico de Jornalismo da Unifra.

Jayme Filho, arquivo pessoal.
Jayme Filho, arquivo pessoal.

Sou apolítico , nunca me envolvo nessas questões. Mas quanto à manifestação de amanhã sou favorável, pois o povo está descontente e isso é notório. Não há como mascarar a situação. Só não vou participar da manifestação.”  Jayme Filho,  diretor de cinema.

 

Com a colaboração de Maurício Serra, Rubi R. Pires e Victoria Debortoli.

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Ronald Buss de Souza, morador do Bairro Cerrito e idealizador do evento (Foto: divulgação)

Moradores da Rua Pedro Santini, no Bairro Cerrito, realizaram um protesto civilizado e bastante curioso. Para chamar a atenção da Prefeitura de Santa Maria, eles resolveram fazer em meio aos buracos uma roda de chimarrão. Junto à essa ideia, eles organizaram um evento no Facebook chamado “Mateada nos buracos da Rua Pedro Santini”.

Os organizadores convidaram todos os moradores da vizinhança e seus familiares para mostrar sua insatisfação de uma forma bem-humorada e democrática. A mateada aconteceu no domingo, dia 16 de novembro. Segundo a moradora, Joana da Luz, a mateada reuniu cerca de 30 pessoas e “foi um bom começo para tentar chamar a atenção do poder público para os buracos aqui encontrados”.

A Secretaria de Infraestrutura, Obras e Serviços de Santa Maria afirmou, por telefone, que irá rever o asfalto da Rua Pedro Santini, localizada no bairro Cerrito. “Estamos tentando tapar os buracos de várias ruas ao mesmo tempo, pois são muitas reclamações, e por isso os moradores devem ter paciência”, comentou o assessor de gabinete Paulo Genro.

Conforme o morador do bairro Cerrito, Luiz Carlos Machado, “os buracos são muito profundos e largos. Só passo por ali por que tenho que trabalhar, pois aquilo está horrível”.

Linhas de ônibus sofrem desvios em Santa Maria

O Sistema Integrado Municipal (SIM), juntamente com a Associação dos Transportes Urbanos (ATU), comunicou na segunda semana do mês de novembro a alteração dos itinerários de alguns trajetos de ônibus. “Os percursos tiveram de ser alterados porque as vias públicas não oferecem condições de trafegabilidade”, disse o gerente do SIM, Cristiano Andreata. Segundo o secretário de Mobilidade, Miguel Passini, todas as reclamações já foram comunicadas ao secretário de obras Tubias Calil.

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Moradores preferem andar de ônibus ou a pé do que ter carro próprio (Foto: Divulgação)

A doméstica Maria da Silva, que percorre vários bairros durante a semana, contou que em um só dia, o ônibus em que estava estragou dois pneus, devido aos buracos. “Não dá nem pra pensar em ter um carro próprio com as ruas do jeito que estão, dá menos custo andar de ônibus ou a pé”, comenta.

As linhas que estão com novo trajeto são:

-Corredor Santa Marta e Penitenciaria Estadual de Santa Maria.

-Vila Vitória.

-Vila Rossi e Boi Morto.

Você pode ver mais informações sobre os horários e os trajetos dos ônibus no site da Associação dos Transportes Universitários – ATU ou no site do Sistema Integrado Municipal – SIM.

Por Carolina Busatto Teixeira para a disciplina de Jornalismo Online