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sexualidade

Famílias, não expulsem seus filhos LGBTs de casa

O título desse texto poderia ser outro, direcionado apenas aos pais, mas sabemos que existem diferentes formações familiares. Por família, entende-se todo e qualquer grupo que conviva entre si sob um mesmo teto. Para além disso,

Empoderamento feminino e sexualidade é tema de oficina na UFN

A oficina sobre Empoderamento Feminino e Sexualidade ocorreu no 1° Workshop da Fisioterapia na Universidade Franciscana na tarde desta quarta (5). Ministrada por Caroline Cavalheiro Fereira e Bianca Ourique, a oficina teve como foco assuntos relacionados à sexualidade

Oficina discute a sexualidade no puerpério

O 1º Workshop em Fisioterapia ocorreu na  quarta-feira, 05 de setembro, no Conjunto III da Universidade Franciscana. O tema do evento trata das atualidades nas disfunções sexuais: do diagnóstico ao tratamento, e tem como objetivo fomentar

Como tratar as disfunções sexuais?

A disfunção sexual é uma das principais alterações ou perturbações de uma vida sexual satisfatória e gratificante. A afirmação é do fisioterapeuta Gustavo Latorre,  responsável por mostrar para os alunos do curso  de Fisioterapia da Universidade Franciscana (UFN)

Painel discute gênero e políticas públicas

O debate sobre gênero e políticas públicas ocorreu na tarde de quarta-feira, 29 de agosto, e reuniu a psicóloga, mestre e doutora em Psicologia Social e Institucional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Priscila Pavan

O título desse texto poderia ser outro, direcionado apenas aos pais, mas sabemos que existem diferentes formações familiares. Por família, entende-se todo e qualquer grupo que conviva entre si sob um mesmo teto. Para além disso, a família é uma instituição que educa, orienta e influencia o comportamento social de cada indivíduo. Esse texto não aborda estruturas familiares, mas a importância do apoio familiar na vida de um LGBT+ e os reflexos de quando esses filhos são expulsos de casa.

O processo de descoberta de um LGBT+ é muito individual, mas um ponto em comum, é que desde pequenos a sociedade nos diz que pertencer a alguma dessas “letras” é errado. Se perceber LGBT+ é o primeiro passo para infinitas lutas que travamos dentro de nós. Um dos primeiros embates é o momento de “revelar” a sexualidade e/ou identidade de gênero à família. O medo da não aceitação aparece, cobranças são feitas e tudo parece desmoronar. Enquanto a vida nos ensina a sobreviver, a sociedade não faz o mesmo.

Medo. Essa é uma palavra muito presente na vida de um LGBT+. A rejeição familiar é uma das problemáticas que mais geram transtornos psicológicos nessas pessoas. Prova disso é o alto índice de suicídio na população LGBT+. Um estudo realizado na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, com jovens entre 13 e 17 anos, concluiu que adolescentes lésbicas, gays e bissexuais são cinco vezes mais propensos a tentar suicídio do que heterossexuais. No Brasil, em 2018, o Grupo Gay da Bahia (GGB) registrou 100 suicídios de LGBT+. Os números foram coletados através de uma pesquisa feita pelo GGB, ainda assim, faltam dados oficiais para entendermos melhor a profundidade do problema.

Além de transtornos psicológicos, expulsar um filho LGBT+ de casa, muitas vezes, os coloca no mundo das drogas, na prostituição, na rua, provocando uma fragilidade gigante frente a uma sociedade que aponta o dedo a todo instante. Mas destaco os problemas emocionais, por ter sofrido isso durante a adolescência. O receio da rejeição familiar me fez, muitas vezes, rezar para que eu não fosse gay. Entre meus 12 e 15 anos, repetia essa conversa todas as noites antes de dormir. “Não quero que meu pais tenham vergonha de mim”. Meu maior medo era ser expulso de casa e não ter para onde ir; que as pessoas que eu mais amo deixassem de me amar.

Meus pais não me expulsaram de casa. Meu receio foi em vão até os 18 anos, quando eles souberam da minha sexualidade. Conto essa experiência, para conseguir expor um pouco do que é o medo da rejeição familiar enfrentado por um LGBT+. Minha história se torna pequena comparada a inúmeros casos de rejeição familiar que realmente acontecem. Mas ela poderia ter um final diferente, infeliz, devido aos problemas emocionais que me acompanharam no período da adolescência.

Esse medo não é só meu, mas também de outros LGBT+: receio da reação dos pais ao saberem que a filha é lésbica; incerteza sobre o que os avós pensarão sobre a bissexualidade de sua neta; medo que o pai nunca mais fale com o filho ao descobrir que ele é gay. Enquanto famílias rejeitam e expulsam seus filhos, outras criam uma rede de apoio. Há 10 anos, a ONG Mães Pela Diversidade, conscientiza pais e mães sobre a importância do apoio da família para com seus filhos. Presente em 23 estados brasileiros e formada por mães e pais de LGBT+, o grupo alerta sobre a LGBTfobia: “Meu filho não será estatística”.

A família é o nosso primeiro vínculo afetivo. Algumas pessoas dizem que é nosso “porto seguro”, mas o que fazer quando esse porto não está aberto para nós? Para onde vamos correr depois de uma tempestade provocada pela sociedade? A família não pode intimidar. Além de educar, ela tem o dever de acolher e dar amor. A sociedade já é muito cruel com a gente. Não precisamos de mais um mar tempestuoso que nos expulsa para fora dele.

Famílias, não expulsem seus filhos LGBT+ de casa. Ame-nos e nos respeite do jeito que somos. Não crie expectativas e nem projete um futuro para seus filhos. Tenham orgulho. Nós só queremos o seu amor.

 

Deivid Pazatto é jornalista egresso da UFN. Foi repórter da Agência Central Sul e monitor do Laboratório de Produção Audiovisual (Laproa) durante a graduação. É militante do movimento LGBTQ+, aborda questões pertinentes sobre essa temática em seus textos.

Momento de reflexão na oficina sobre Empoderamento feminino e sexualidade no 1° Workshop da Fisioterapia na UFN. Crédito: Juliana Gonçalves/LABFEM

A oficina sobre Empoderamento Feminino e Sexualidade ocorreu no 1° Workshop da Fisioterapia na Universidade Franciscana na tarde desta quarta (5). Ministrada por Caroline Cavalheiro Fereira e Bianca Ourique, a oficina teve como foco assuntos relacionados à sexualidade da mulher.

“Qual foi a primeira vez que você sentiu prazer? Foi na infância?”. Reflexões como estas foram trazidas à tona durante a oficina. Também houve meditação guiada com velas, música suave e pensamentos para encontrar a Deusa interior.

As participantes apresentaram relatos sobre as primeiras experiências amorosas, inclusive sobre relacionamentos abusivos. Mulheres que, desde pequenas, foram ensinadas a servirem os homens, esquecendo do seu poder e prazer pessoal.

 

Oficina sobre puerpério. Foto: Thaís Trindade/LABFEM

O 1º Workshop em Fisioterapia ocorreu na  quarta-feira, 05 de setembro, no Conjunto III da Universidade Franciscana. O tema do evento trata das atualidades nas disfunções sexuais: do diagnóstico ao tratamento, e tem como objetivo fomentar a discussão sobre aspectos relacionados a disfunção sexual e a visão integral do paciente.

Uma das oficinas da tarde foi sobre a “sexualidade no puerpério”, ministrada pela professora de enfermagem da Universidade Franciscana, Bibiana Sales Antunes que possui pós-graduação em enfermagem e formação em obstetrícia, . Segundo ela, o puerpério é a fase pós-parto da mulher, quando ela passa por modificações físicas e psíquicas, até que os seus órgãos reprodutores retornem ao seu momento pré gestacional. O tempo desse processo é impreciso. “Segundo o Ministério da Saúde, o puerpério dura 42 dias após o parto, mas, atualmente, sabemos que este tempo é particular de cada mulher ”, afirma.

Clara Monteiro, psicóloga pela Universidade Franciscana e mestra em Educação pela Universidade Federal de Pelotas, também ministrantes da oficina, abordou  o blues puerperal. Ela diz que, “na minoria das vezes, a mulher possui uma depressão pós parto e, na maioria, ela possui o que chamam de blues puerperal. O blues puerperal é uma tristeza que pega a família de surpresa, por ser um momento em que se imagina estar a mãe nas nuvens de tanta felicidade com a chegada do bebê. E isso é caracterizado por irritabilidade, labilidade do humor, choro fácil e indisposição. “Blues” significa tristeza em inglês, e pode durar um mês ou mais, e isso se dá por causa da queda hormonal”.

Bibiana comenta que é opção da mulher ter um parto vaginal ou cesárea, mas é preciso explicar a elas o que são esses tipos de parto. Ela também destaca que parto cesariano é tão praticado no Brasil que as mulheres só pensam em fazer este tipo de parto. Assim, acaba diminuindo os números de partos vaginais, sendo que é comprovado cientificamente que o parto cesariano tem mais riscos para a saúde, tanto para o bebê quanto para a mãe. “Existem muitas justificativas das mulheres para fazer cesária, mas nem todas são plausíveis e não possuem uma indicação real.  Mas, a cesária precisa existir, pois elas salvam vidas, e há casos em que o bebê ou a mãe podem ir a óbito”, conclui a enfermeira.

 

Gustavo Latorre, fisioterapeuta. Foto: Juliana Kujawinski/LABFEM

A disfunção sexual é uma das principais alterações ou perturbações de uma vida sexual satisfatória e gratificante. A afirmação é do fisioterapeuta Gustavo Latorre,  responsável por mostrar para os alunos do curso  de Fisioterapia da Universidade Franciscana (UFN) que o tratamento pode estar muito mais presente neste campo.

A palestra ocorreu desta quarta (5), durante o  1º Workshop em Fisioterapia, e tratou da problemática das disfunções sexuais como campo de atuação do fisioterapeuta.

Latorre explica que a disfunção sexual é uma dificuldade sentida por uma pessoa ou casal durante qualquer estágio da atividade sexual, incluindo desejo, excitação ou orgasmo. As causas podem ser orgânicas, psicológicas ou mistas. Nos homens, a manifestação ocorre principalmente em  problemas de ereção e ejaculação. Nas mulheres, as disfunções mais comuns são a dispareunia (dor no momento do ato), anorgasmia (dificuldade ou incapacidade para atingir o orgasmo) e vaginismo (contração involuntária dos músculos da vagina que impede ou evita a penetração).

O fisioterapeuta relata que muitas pessoas consideram a disfunção como um problema pessoal, causado por algum estresse particular ou no relacionamento, e isso faz com que a procura por um tratamento seja muito baixa.  Hoje, o problema está na forma de como a sociedade enxerga o tratamento. Muitos não sabem ou não tem ideia de que a ajuda pode estar na fisioterapia.

As mulheres têm mais facilidade em buscar ajuda, pois como a maioria tem consultas com ginecologistas acabam tendo um comportamento diferente do homem, que, por sua vez, não sabe por onde procurar auxílio. Um dos casos mais comuns é o da ejaculação precoce, problema muscular que pode  ser tratado com o fisioterapeuta.  Segundo o especialista, o problema é similar a dor, “só que hoje, a sociedade procura mais a fisioterapia para tratamentos musculares, articulares e não sabem que existem profissionais especializados para essa área. A gente não é conhecido pelo povo, precisamos mudar isso urgentemente”, diz.

Segundo Latorre, o campo da fisioterapia pélvica, que é a prevenção ou tratamento de todas as disfunções que afetam o assoalho pélvico, tem crescido e o retorno é muito satisfatório não só âmbito lucrativo, mas no pessoal, pois a ajuda aos pacientes é muito importante para desenvolvimento de qualquer profissional.

O assunto foi de grande importância para os futuros profissionais de fisioterapia. A aluna Rafaela Camargo destacou que o tema sexualidade  ainda é considerado um tabu,  e a sociedade o  retrata de forma errônea sem abordar os pontos positivos. E isso faz que o auxílio ao bem-estar do indivíduo apenas mostre as consequências do ato, como a das doenças sexualmente transmissíveis.

“É muito importante não apenas o profissional da saúde entender a sexualidade, mas sim toda a sociedade. Entender e abordar de forma correta, e nos como profissionais temos como objetivo transmitir esta informação para um melhor entendimento do assunto”, comentou a aluna.

O debate sobre gênero e políticas públicas ocorreu na tarde de quarta-feira, 29 de agosto, e reuniu a psicóloga, mestre e doutora em Psicologia Social e Institucional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Priscila Pavan Detoni e  Amilton Gustavo da Silva Passos,  pós-graduado em Educação e membro da Corpora em Liberdad, de Porto Alegre, durante o 9º Interfaces do Fazer Psicológico.

Priscila iniciou o debate falando sobre gêneros, cor e classe social, ressaltando que “todos esses marcadores são categorias que nos constrói como sujeitos.  A psicóloga explica que, no Facebook, ao criar uma conta o usuário informa seus dados como a data de nascimento, o idioma, a cidades e um dado que para muitos, passa despercebido – o gênero. De acordo com ela, o site de relacionamento oferece 17 tipos de gêneros. Na Inglaterra, o Facebook oferece 84 novas opções de gêneros para que o usuário possa expressar melhor a sua identidade com a nova opção de customização.

Priscila destacou a violência de gênero como um tipo de agressão física e psicológica cometida contra qualquer pessoa de um sexo sobre o sexo oposto. E citou o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) como uma unidade pública de assistência social que se propõe ao atendimento de famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidade e risco social e ressaltou que dos 90% a 95% dos atendimentos são do sexo feminino mulheres.

Seguindo o debate, Gustavo Passos abordou sobre gênero sexualidade: componentes úteis ao controle prisional. Ele falou sobre a criação de uma ala especifica para agrupar travestis e gays no Presidio Central de Porto Alegre (PCPA). “A ala surge com o propósito de uma medida de segurança na tentativa de preservar a vida da pessoa que está convivendo com grande risco à vida. E também devido aos travestis não quererem ir para as prisões femininas”, afirma o pós-graduado em educação.