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Santa Maria, RS, Brazil

Postura correta começa na escola


 Na faixa etária de seis a sete anos, a criança apresenta grande mobilidade e movimento, está sempre mudando de posição, e quase nunca pára. É nessa idade que ela passa por um processo de crescimento e maturação de seu desenvolvimento e incorpora novas habilidades. É também a fase de ingresso na vida escolar. E aqui começam os problemas. As escolas raramente adequam o mobiliário à criança, o que pode vir a prejudicá-la. 

 

A fisioterapeuta santa-mariense, Anelise C. S. Bischoff, pesquisou o comportamento postural infantil na escola Objetivo de Santa Maria, em séries iniciais. Foram acompanhadas 32 crianças em sua rotina escolar, durante trinta dias no ano de 2002. A fisioterapeuta analisou o conforto visual oferecido aos alunos, acústica, iluminação, ventilação, espaço de lazer e mobiliário em atividades de Educação Física, em sala de aula e durante o recreio. 
Para realizar a análise, Anelise partiu de uma pesquisa quali-quantitativa, onde os participantes foram observados no seu ambiente escolar, relacionando o ambiente físico com o comportamento dos pequenos. “ O ser humano, fisicamente, tem a capacidade de se adaptar aos diferentes mobiliários que ele irá utilizar. As crianças, como se movimentam muito, vão realizar mais adaptações se o mobiliário não estiver adequado ao perfil físico delas. Por exemplo, uma criança que tem uma cadeira muito alta, para sua baixa estatura, vai procurar uma maneira de ficar confortável, ou seja, em equilíbrio. Então, ela irá cruzar as pernas em cima da cadeira, ou irá apoiar os pés em uma mochila, realizando compensações, que, com o tempo, irão prejudicar a sua postura.”, diz a fisioterapeuta.
Tanto em crianças quanto em adultos, a postura correta é aquela que permite aos músculos do corpo liberdade de movimento e à respiração e circulação trabalharem normalmente. Para isso o importante é que, quando sentados na escola, a altura das mesas e cadeiras deve ser proporcional à estatura dos alunos, para evitar desequilíbrios musculares, que resultam em alterações na coluna vertebral.  Assim, é ideal que, além de exigir que a criança mantenha uma postura saudável, as escolas tenham mobiliários adequados para isso.

A fisioterapeuta constatou que há pouco conhecimento, ou nenhum, por parte dos professores e da escola, a respeito de como melhorar a postura das crianças em sala de aula. 

“Apenas chamar a atenção, para que o próprio aluno se corrija, considerando-o culpado de sua má postura, é um equívoco, pois o aluno é uma vítima do ambiente escolar. O conjunto cadeira-mesa inadequado não permite à criança assumir uma boa postura, característica de sua idade.”, afirma a profissional.

Anelise alerta que nesta fase, as crianças possuem uma grande capacidade de assimilação, e é  inútil adequar o mobiliário se a criança não for orientada sobre qual a melhor maneira de proceder para alcançar uma postura correta. Segundo ela, se a saúde da coluna, desde os mais simples movimentos cotidianos, não for um hábito, a criança tende a desenvolver distúrbios posturais como lordose, cifose e escoliose, caracterizadas por alterações nas curvaturas da coluna.

A fisioterapeuta acredita que uma solução seria incluir ao programa educacional, a educação e consciência corporal, já que alterar todo o mobiliário escolar pode ter um custo elevado. “A criança seria capaz de adquirir um novo conceito de postura, e incorporá-lo ao seu dia-a-dia, como algo inconsciente, feito com prazer, guardando e mantendo-o por toda sua vida”, conclui.

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 Na faixa etária de seis a sete anos, a criança apresenta grande mobilidade e movimento, está sempre mudando de posição, e quase nunca pára. É nessa idade que ela passa por um processo de crescimento e maturação de seu desenvolvimento e incorpora novas habilidades. É também a fase de ingresso na vida escolar. E aqui começam os problemas. As escolas raramente adequam o mobiliário à criança, o que pode vir a prejudicá-la. 

 

A fisioterapeuta santa-mariense, Anelise C. S. Bischoff, pesquisou o comportamento postural infantil na escola Objetivo de Santa Maria, em séries iniciais. Foram acompanhadas 32 crianças em sua rotina escolar, durante trinta dias no ano de 2002. A fisioterapeuta analisou o conforto visual oferecido aos alunos, acústica, iluminação, ventilação, espaço de lazer e mobiliário em atividades de Educação Física, em sala de aula e durante o recreio. 
Para realizar a análise, Anelise partiu de uma pesquisa quali-quantitativa, onde os participantes foram observados no seu ambiente escolar, relacionando o ambiente físico com o comportamento dos pequenos. “ O ser humano, fisicamente, tem a capacidade de se adaptar aos diferentes mobiliários que ele irá utilizar. As crianças, como se movimentam muito, vão realizar mais adaptações se o mobiliário não estiver adequado ao perfil físico delas. Por exemplo, uma criança que tem uma cadeira muito alta, para sua baixa estatura, vai procurar uma maneira de ficar confortável, ou seja, em equilíbrio. Então, ela irá cruzar as pernas em cima da cadeira, ou irá apoiar os pés em uma mochila, realizando compensações, que, com o tempo, irão prejudicar a sua postura.”, diz a fisioterapeuta.
Tanto em crianças quanto em adultos, a postura correta é aquela que permite aos músculos do corpo liberdade de movimento e à respiração e circulação trabalharem normalmente. Para isso o importante é que, quando sentados na escola, a altura das mesas e cadeiras deve ser proporcional à estatura dos alunos, para evitar desequilíbrios musculares, que resultam em alterações na coluna vertebral.  Assim, é ideal que, além de exigir que a criança mantenha uma postura saudável, as escolas tenham mobiliários adequados para isso.

A fisioterapeuta constatou que há pouco conhecimento, ou nenhum, por parte dos professores e da escola, a respeito de como melhorar a postura das crianças em sala de aula. 

“Apenas chamar a atenção, para que o próprio aluno se corrija, considerando-o culpado de sua má postura, é um equívoco, pois o aluno é uma vítima do ambiente escolar. O conjunto cadeira-mesa inadequado não permite à criança assumir uma boa postura, característica de sua idade.”, afirma a profissional.

Anelise alerta que nesta fase, as crianças possuem uma grande capacidade de assimilação, e é  inútil adequar o mobiliário se a criança não for orientada sobre qual a melhor maneira de proceder para alcançar uma postura correta. Segundo ela, se a saúde da coluna, desde os mais simples movimentos cotidianos, não for um hábito, a criança tende a desenvolver distúrbios posturais como lordose, cifose e escoliose, caracterizadas por alterações nas curvaturas da coluna.

A fisioterapeuta acredita que uma solução seria incluir ao programa educacional, a educação e consciência corporal, já que alterar todo o mobiliário escolar pode ter um custo elevado. “A criança seria capaz de adquirir um novo conceito de postura, e incorporá-lo ao seu dia-a-dia, como algo inconsciente, feito com prazer, guardando e mantendo-o por toda sua vida”, conclui.