Com esta frase, o jornalista da Rede Globo, Marcelo Canellas, enfocou, na palestra de encerramento do IV Fórum de Comunicação Social da Unifra, que o importante no jornalismo é a notícia. Com simpatia e simplicidade, o repórter partilhou de seus conhecimentos adquiridos com o público, mostrou convicções e trouxe um pouco do fascínio de se fazer televisão.
Canellas falou de televisão como uma fábrica de clichês, onde a inovação assume papel fundamental. Falou da soberania da imagem, situando-a como o fator mais importante do discurso televisivo. Mostrou um texto curto, ritmado, bonito, cheio de gente, de “vida que aparece em fragmentos”. Ensinou que o efeito comparativo elimina a necessidade de muito texto, porque motiva no telespectador a reflexão sobre o fato e constrói a cidadania.
O cunho social
"O que me incomoda como cidadão, me incomoda como jornalista”, ressaltou Canellas. O cunho social, que marca a carreira do cronista das quartas-feiras do Diário de Santa Maria, é característica de um autor que acredita não haver um jornalismo social, pelo fato de que o jornalismo em si deve se preocupar com a vida.
O diploma e a democracia
A importância da academia para Canellas está na aprendizagem das ferramentas teóricas, no preparo do repórter para refletir o mundo. “Os meios não são melhores, nem piores que a sociedade. Os meios a refletem, só a democracia viva em uma prática social cotidiana tornará os meios democráticos, porque a matéria-prima do jornalismo são as contradições da vida”, salienta. Sobre o contexto brasileiro, ele é enfático: “Democracia não é votar. Democracia é ter casa pra todo mundo”.
A receita
Questionado sobre a receita do sucesso, Marcelo avisa: “Vai ser uma guerra. O mercado de trabalho que recebe novos jornalistas é competitivo, os avanços da tecnologia são impressionantes”. A dica: “Hoje é fácil fazer uma transmissão ao vivo do fundo do mar, é fácil transmitir imagens de Marte, difícil é tocar o coração das pessoas”.