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Alemanha parada

Alemanha parada Funcionalismo público alemão inicia hoje sétima semana de greve. Desde a última quarta-feira, dia 15, médicos dos hospitais universitários alemães estão parados. Eles são uma das últimas corporações alemãs a paralisar as atividades no país.

 Funcionários públicos de vários Estados da Alemanha estão em greve há quase dois meses. O movimento iniciou com os servidores públicos responsáveis pela limpeza urbana e pelas cozinhas de escolas e hospitais públicos, incorporou o setor bancário que paralisou as atividades no país durante uma semana e, agora, pararam os médicos universitários.

Alemanha parada

A greve é um protesto contra o aumento da jornada de trabalho de 38 para até 42 horas – no caso dos funcionários da limpeza – e os cortes sociais do governo no setor. Nos últimos 15 anos o funcionalismo público alemão vem perdendo vários benefícios sociais, e aproximadamente um em cada três postos de trabalho foi eliminado num total de 2,2 milhões de pessoas demitidas. Benefícios sociais como salário para viagem de férias e salário de natal (correspondente ao 13° salário brasileiro) foram cortados do orçamento na maioria dos Estados,  bem como também o auxílio alimentação e o salário família.

A redução das vagas de emprego do funcionalismo público associada às demissões em massa no setor privado elevaram o número do desemprego no país.   Os grevistas estão em uma situação delicada e lutam por direitos que muitos consideram mordomias e que o governo afirma não poder mais sustentar. A greve perdeu a simpatia da maioria da população por causa da longa duração.

Várias empresas privadas estão aproveitando o momento para recrutar mão-de- obra mais barata  e há um exército de desempregados à caça de vagas. O fato é que esta é a primeira onda de greves do setor público depois da grande coalisão ter eleito Angela Merkel com o claro objetivo de reduzir os gastos do governo com benefícios sociais.

Alemanha parada
  Aviso: "Este estabelecimento está em greve!"

Há 14 anos atrás, mais de 300 mil funcionários públicos entraram em greve com o objetivo de evitar demissões e cortes de benefícios. Mesmo assim, o governo Kohl nao cedeu e iniciou a grande onda de demissões e a decadência social, contra as quais os funcionários em greve hoje lutam.

O desafio parece, de certa maneira, mundial: encontrar o equilíbrio para conseguir se sustentar como país e, ao mesmo, tempo oferecer qualidade de vida à população.

 Texto: Cíntea Richter é bolsista do Programa de Intercâmbio Pedagógico promovido pelo Ministério de Educação e Cultura da Alemanha.

Fotos: Paulo Henrique Pepe é fotojornalista e reside na Alemanha

 

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Alemanha parada Funcionalismo público alemão inicia hoje sétima semana de greve. Desde a última quarta-feira, dia 15, médicos dos hospitais universitários alemães estão parados. Eles são uma das últimas corporações alemãs a paralisar as atividades no país.

 Funcionários públicos de vários Estados da Alemanha estão em greve há quase dois meses. O movimento iniciou com os servidores públicos responsáveis pela limpeza urbana e pelas cozinhas de escolas e hospitais públicos, incorporou o setor bancário que paralisou as atividades no país durante uma semana e, agora, pararam os médicos universitários.

Alemanha parada

A greve é um protesto contra o aumento da jornada de trabalho de 38 para até 42 horas – no caso dos funcionários da limpeza – e os cortes sociais do governo no setor. Nos últimos 15 anos o funcionalismo público alemão vem perdendo vários benefícios sociais, e aproximadamente um em cada três postos de trabalho foi eliminado num total de 2,2 milhões de pessoas demitidas. Benefícios sociais como salário para viagem de férias e salário de natal (correspondente ao 13° salário brasileiro) foram cortados do orçamento na maioria dos Estados,  bem como também o auxílio alimentação e o salário família.

A redução das vagas de emprego do funcionalismo público associada às demissões em massa no setor privado elevaram o número do desemprego no país.   Os grevistas estão em uma situação delicada e lutam por direitos que muitos consideram mordomias e que o governo afirma não poder mais sustentar. A greve perdeu a simpatia da maioria da população por causa da longa duração.

Várias empresas privadas estão aproveitando o momento para recrutar mão-de- obra mais barata  e há um exército de desempregados à caça de vagas. O fato é que esta é a primeira onda de greves do setor público depois da grande coalisão ter eleito Angela Merkel com o claro objetivo de reduzir os gastos do governo com benefícios sociais.

Alemanha parada
  Aviso: "Este estabelecimento está em greve!"

Há 14 anos atrás, mais de 300 mil funcionários públicos entraram em greve com o objetivo de evitar demissões e cortes de benefícios. Mesmo assim, o governo Kohl nao cedeu e iniciou a grande onda de demissões e a decadência social, contra as quais os funcionários em greve hoje lutam.

O desafio parece, de certa maneira, mundial: encontrar o equilíbrio para conseguir se sustentar como país e, ao mesmo, tempo oferecer qualidade de vida à população.

 Texto: Cíntea Richter é bolsista do Programa de Intercâmbio Pedagógico promovido pelo Ministério de Educação e Cultura da Alemanha.

Fotos: Paulo Henrique Pepe é fotojornalista e reside na Alemanha