O centro de Santa Maria possui mais de 60 monumentos em locais públicos que homenageiam personagens da história local e internacional. O vandalismo e o abandono estão presentes na maioria das obras. Como na imagem do precursor do Movimento Metodista, John Wesley (ao lado, na Praça dos Bombeiros), que “ganhou” um bigode e um cavanhaque. |
Um dos maiores descasos da atual cultura santa-mariense encontra-se no busto do poeta Felippe D’ Oliveira. O monumento, presente na Praça Saldanha Marinho, foi produzido em bronze por um dos precursores da escultura modernista no Brasil, o paulista Victor Brecheret, autor do famoso Monumento às Bandeiras no parque do Ibirapuera, em São Paulo (1953).
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“É uma pequena obra-prima”, afirma o jornalista e professor de história da arte, Carlos Alberto Badke. Hoje, casulos de aranhas se encontram entre o pescoço e o queixo do poeta. Sua face e seu olho esquerdo estão manchados. Segundo Badke, todos os bustos têm influência greco-romana. No entanto, foi Alexandre o Grande o primeiro a utilizar esta forma de marketing. A escultura é uma arte de representar imagens, servindo também para homenagear pessoas ilustres ou de importância histórica ou artística. |
Passeando pela Praça Saldanha Marinho aprende-se que as esculturas também têm caráter político. A boa vizinhança entre Brasil, Argentina e Uruguai é representada na presença de heróis latinos no coração de Santa Maria. O general uruguaio José Artigas e o general e libertador argentino José San Martin estão próximos ao Theatro Treze de Maio. Este último com a farda destruída pelo tempo. |
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Contudo, não é apenas na Saldanha Marinho que a história está mal tratada pelo presente. Por ironia, é no rosto de Eduardo Trevisan, um dos maiores pintores retratistas brasileiros, que se encontra o maior abandono. Sozinha, em frente ao Colégio Manoel Ribas (Maneco), a escultura sofre com a pichação.
Eduardo Trevisan
E quando o problema não é vandalismo é o descaso. O monumento em homenagem ao pioneiro do ensino comercial da cidade, Antônio da Fontoura Ilha (ao lado), foi construído há mais de 40 anos e hoje está escondido no início do camelódromo da Rio Branco.
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Porém, nem toda história está perdida. O busto com influências modernistas de Irineu Evangelista de Souza, o Visconde ou Barão de Mauá, é um dos mais conservados em locais públicos da cidade. Data de 1946, repousa soberano entre Rio Branco e Silva Jardim.
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