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Papa Bento XVI nega evangelho de Judas

Um texto escrito em papiro, intitulado de Evangelho de Judas, foi descoberto na década de 70. Ele foi recentemente traduzido e teve a sua autenticidade comprovada pela Fundação Maecenas.  O documento tem 1700 anos e está escrito em cóptico, idioma utilizado por antigos egípcios cristãos. O conteúdo desse texto vai de encontro com as crenças da comunidade cristã. Segundo o material encontrado, Judas não teria traído Jesus Cristo.

Descoberto no deserto egípcio, o Evangelho de Judas passou por vários lugares. Esteve nas mãos de comerciantes de antiguidades no Egito, na Europa e Estados Unidos. Por 16 anos, o texto esteve em um cofre em um banco de Long Island, estado de Nova Iorque. 

No ano 2000, Frieda Nussberger, antiquária suíça, comprou o documento com a finalidade de preservar e traduzir o texto, para isso o entregou à Fundação Maecenas.  A tradução foi feita por um grupo de pesquisadores de vários países, com apoio da National Geographic Society.

Evangelho
Segundo os especialistas que fizeram a tradução, o evangelho de Judas coloca em questão certos princípios da doutrina cristã e permite uma revolucionária reabilitação de Judas, que durante séculos carregou o estigma de traidor de Jesus.

O evangelho registra que Judas não traiu Jesus por trinta moedas de prata. Segundo esse documento, Iscariotes teria agido dessa forma a pedido do próprio Jesus, entregando-o aos soldados que mais tarde fizeram a crucificação. O texto garante que Judas teria ido para o deserto meditar e não se matado, como professam as religiões cristãs.

Igreja Católica
Segundo o padre Antônio Bonini, a Igreja não reconhece esse documento. “É um evangelho apócrifo, como muitos outros que existem por aí”. Evangelhos apócrifos são textos ou livros que têm autenticidade duvidosa, eles não são reconhecidos pelo magistério eclesiástico.

Bonini ressaltou que a Igreja Católica, assim como outras igrejas cristãs, reconhece apenas os quatro Evangelhos que estão nas Sagradas Escrituras: João, Mateus, Lucas e Marcos. Estes quatro são considerados canônicos, ou seja, inspirados por Deus.

Os seguidores da fé cristã não se abalaram com essas novas teorias sobre Judas, segundo o Padre Bonini. Para ele, os fiéis já estão acostumados a lidar com os evangelhos apócrifos que hoje somam 122 textos.

O Papa Bento XVI, em um pronunciamento oficial, disse que o Evangelho de Judas se trata de um texto fantasioso e que é mais um entre tantos evangelhos apócrifos.

O professor do curso de teologia, Agnelo Burim, confirma as declarações do padre Bonini: “é um texto fantasioso, que nunca vai ameaçar as crenças cristãs, que têm mais de 2000 anos de existência”.

A comunidade cristã acredita que os evangelhos apócrifos tenham sido escritos por movimentos que descordaram dos ideais cristãos. Segundo o professor Burim, foram os caimitas, movimento que não concordava com a maneira que a doutrina cristã apresentava Judas e Jesus, que escreveram o documento.

 

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Um texto escrito em papiro, intitulado de Evangelho de Judas, foi descoberto na década de 70. Ele foi recentemente traduzido e teve a sua autenticidade comprovada pela Fundação Maecenas.  O documento tem 1700 anos e está escrito em cóptico, idioma utilizado por antigos egípcios cristãos. O conteúdo desse texto vai de encontro com as crenças da comunidade cristã. Segundo o material encontrado, Judas não teria traído Jesus Cristo.

Descoberto no deserto egípcio, o Evangelho de Judas passou por vários lugares. Esteve nas mãos de comerciantes de antiguidades no Egito, na Europa e Estados Unidos. Por 16 anos, o texto esteve em um cofre em um banco de Long Island, estado de Nova Iorque. 

No ano 2000, Frieda Nussberger, antiquária suíça, comprou o documento com a finalidade de preservar e traduzir o texto, para isso o entregou à Fundação Maecenas.  A tradução foi feita por um grupo de pesquisadores de vários países, com apoio da National Geographic Society.

Evangelho
Segundo os especialistas que fizeram a tradução, o evangelho de Judas coloca em questão certos princípios da doutrina cristã e permite uma revolucionária reabilitação de Judas, que durante séculos carregou o estigma de traidor de Jesus.

O evangelho registra que Judas não traiu Jesus por trinta moedas de prata. Segundo esse documento, Iscariotes teria agido dessa forma a pedido do próprio Jesus, entregando-o aos soldados que mais tarde fizeram a crucificação. O texto garante que Judas teria ido para o deserto meditar e não se matado, como professam as religiões cristãs.

Igreja Católica
Segundo o padre Antônio Bonini, a Igreja não reconhece esse documento. “É um evangelho apócrifo, como muitos outros que existem por aí”. Evangelhos apócrifos são textos ou livros que têm autenticidade duvidosa, eles não são reconhecidos pelo magistério eclesiástico.

Bonini ressaltou que a Igreja Católica, assim como outras igrejas cristãs, reconhece apenas os quatro Evangelhos que estão nas Sagradas Escrituras: João, Mateus, Lucas e Marcos. Estes quatro são considerados canônicos, ou seja, inspirados por Deus.

Os seguidores da fé cristã não se abalaram com essas novas teorias sobre Judas, segundo o Padre Bonini. Para ele, os fiéis já estão acostumados a lidar com os evangelhos apócrifos que hoje somam 122 textos.

O Papa Bento XVI, em um pronunciamento oficial, disse que o Evangelho de Judas se trata de um texto fantasioso e que é mais um entre tantos evangelhos apócrifos.

O professor do curso de teologia, Agnelo Burim, confirma as declarações do padre Bonini: “é um texto fantasioso, que nunca vai ameaçar as crenças cristãs, que têm mais de 2000 anos de existência”.

A comunidade cristã acredita que os evangelhos apócrifos tenham sido escritos por movimentos que descordaram dos ideais cristãos. Segundo o professor Burim, foram os caimitas, movimento que não concordava com a maneira que a doutrina cristã apresentava Judas e Jesus, que escreveram o documento.