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De um lado, a Rua do Acampamento. Do outro, o mesmo local 106 anos depois. Descubra como essa história começou. |
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Na briga para definir os limites das terras entre Portugal e Espanha, as duas nações firmaram, em 1º de outubro de 1777, o Tratado Preliminar de Restituições Recíprocas. O convênio também determinava a devolução mútua de tudo o que fora ilegalmente arrebatado em guerras anteriores.
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Dez anos depois, a 1ª Subdivisão da Comissão de Demarcadores de Limites (espanhola e portuguesa) acamparam à margem ocidental do passo do Arroio de Santa Maria, hoje Passo d’ Areia, sob o Arroio Cadena. Após levantar acampamento, os desbravadores cruzam o Arroio dos Ferreiros (hoje, Arroio da Ferreira) e avançam até o acampamento espanhol em Boca do Monte. |
Historiadores como Romeu Beltrão, autor de “Cronologia Histórica de Santa Maria e do Extinto Município de São Martinho” e Leyda Abelin, que redigiu “Micro-História de Santa Maria 131 anos”, acreditam que o atual território de Santa Maria era habitado por diversas reduções jesuíticas, entre índios Tapes e Minuanos da região. A teoria não é comprovada, mas os autores citam ser provável que um posto indígena denominado Guarda de Santa Maria, pertencente ao primeiro período da evangelização jesuítica (1626 – 1636), povoou o local. |
Avenida Rio Branco, hoje, ao fundo |
A 2ª Subdivisão prosseguiu em novembro de 1797. Muitos perigos rondavam a caravana. Entre onças, cobras e índios o maior temor era um ataque dos espanhóis que, sem motivo aparente, abandonaram os demarcadores e seguiram para as missões, território sob domínio da Coroa Espanhola.
Outro ângulo da Av. Rio Branco, em 1914 |
Depois de atravessar os arroios Ferreira e Santa Maria, os aventureiros acamparam em uma colina, onde hoje é o cruzamento da Rua Venâncio Aires com a Avenida Rio Branco (primeiras fotos). Para garantir a soberania das terras, os portugueses colonizaram a região que viria a originar a cidade de Santa Maria. |
A historiadora Leyda Abelin acredita que a denominação Rua do Acampamento tem origem em alguma capela ou oratório que os jesuítas costumavam erguer em suas estâncias. “Mais tarde, acrescentaram a denominação ‘Boca do Monte’ para designar sua posição junto à estrada que embocava na Serra de São Martinho, no Monte Grande”, argumenta Leyda, no livro “Micro-História de Santa Maria 131 anos”. |
Do mesmo ângulo, hoje, pouco se consegue observar |
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Fontes:
“História do Município de Santa Maria, 1797 – 1933”, João Belém;
“Micro-História de Santa Maria 131 anos”, Leyda Abelin;
“Cronologia Histórica de Santa Maria e do Extinto Município de São Martinho”, Romeu Beltrão;
“Santa Maria Panorama Histórico-Cultural”, Aristilda Rechia.
Fotos Atuais: Núcleo de Fotografia e Memória – Unifra (Ericson Friderich)
Fotos Antigas: Cronologia Histórica de Santa Maria e do Extinto Município de São Martinho, Romeu Beltrão