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Santa Maria, RS, Brazil

Sobre Cinema

Desde que posso me lembrar gosto de assistir filmes. Tenho um conceito particular e não sei se correto o que diferencia “filme” de “cinema”. Filme” pode ser uma captação amadora, ou até mesmo profissional, mas daquelas escolhidas nas locadoras e que tentam seduzir bolsos com atores/atrizes famosos e perfeitos.

“Cinema” parece envolver esforço e dedicação.  expressão “indústria cinematográfica” dói aos meus ouvidos, pois não faz sentido. Explico-me:

Sou uma pessoa que desconfia do sucesso. Um livro muito lido, um filme com bilheteria extraordinária, uma banda muito popular: perdem pontos para mim. Talvez por apreciar mais o alternativo e o “lado B” das culturas.

Quando estudei Sociologia e Teoria da Comunicação, passei “ de leve” pela Escola de Frankfurt e a Indústria Cultural. Discutia-se a desvalorização da arte a partir do momento que ela era reproduzida em massa. A indústria cultural produz para a população interessada apenas em lucro – sem particularidades, sem exclusividade, sem o valor primitivo do “produto”. Minha associação é a mesma. Espero, com o respaldo de Adorno e Horkheimer, justificar meus conceitos. Mas conceitos pessoais não precisam ser justificados, na verdade.

Voltando ao cinema, apesar de sempre apreciá-lo, não o conheço muito bem. Saber sobre cinema exige mais do que conhecer meia dúzia de roteiros, diretores e assistir A “Sessão da Tarde”. Exige estudo. Nos meus 21 anos, sei bem menos do que imaginava que deveria saber.

Morei em uma porção de cidades, e todas elas muito escassas em cultura cinematográfica. Minha mãe sempre foi cinéfila: nos tempos de pré-internet, ela ficava até três horas da manhã anotando os vencedores do Oscar. Vem dela este interesse.

Pensam vocês: “ Ora, pois, sua mãe não estaria apenas interessada na indústria cinematográfica, que tanto renegas?”.

E eu respondo: Era uma pequena parcela. Bons mesmo eram as Mostras de Cinema Internacional, na TV Cultura. Cinema alemão, japonês, ucraniano. Meu ponto é que, de todas estas cidades que morei, vim parar em Santa Maria.  Cidade natal de minha mãe e pólo audiovisual.

O Festival de Cinema local (Santa Maria Vídeo e Cinema) é uma expectativa. O clima maravilhoso de julho, suas noites geladas e cheias de cinema na praça e no teatro (Theatro 13 de Maio), além de realizadores de todo o país no calçadão, fazem desta época do ano, a minha preferida.

Quando penso no papel bem pequenininho que estou desempenhando, na cidade de minha mãe, na área cultural, sinto-me vibrante. Como quem complementa um papel já iniciado.

Falar de cinema, como já disse é falar de esforço. É falar de si mesmo. É não conseguir ser máquina. É ser vivo, pessoal e ferido.

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Desde que posso me lembrar gosto de assistir filmes. Tenho um conceito particular e não sei se correto o que diferencia “filme” de “cinema”. Filme” pode ser uma captação amadora, ou até mesmo profissional, mas daquelas escolhidas nas locadoras e que tentam seduzir bolsos com atores/atrizes famosos e perfeitos.

“Cinema” parece envolver esforço e dedicação.  expressão “indústria cinematográfica” dói aos meus ouvidos, pois não faz sentido. Explico-me:

Sou uma pessoa que desconfia do sucesso. Um livro muito lido, um filme com bilheteria extraordinária, uma banda muito popular: perdem pontos para mim. Talvez por apreciar mais o alternativo e o “lado B” das culturas.

Quando estudei Sociologia e Teoria da Comunicação, passei “ de leve” pela Escola de Frankfurt e a Indústria Cultural. Discutia-se a desvalorização da arte a partir do momento que ela era reproduzida em massa. A indústria cultural produz para a população interessada apenas em lucro – sem particularidades, sem exclusividade, sem o valor primitivo do “produto”. Minha associação é a mesma. Espero, com o respaldo de Adorno e Horkheimer, justificar meus conceitos. Mas conceitos pessoais não precisam ser justificados, na verdade.

Voltando ao cinema, apesar de sempre apreciá-lo, não o conheço muito bem. Saber sobre cinema exige mais do que conhecer meia dúzia de roteiros, diretores e assistir A “Sessão da Tarde”. Exige estudo. Nos meus 21 anos, sei bem menos do que imaginava que deveria saber.

Morei em uma porção de cidades, e todas elas muito escassas em cultura cinematográfica. Minha mãe sempre foi cinéfila: nos tempos de pré-internet, ela ficava até três horas da manhã anotando os vencedores do Oscar. Vem dela este interesse.

Pensam vocês: “ Ora, pois, sua mãe não estaria apenas interessada na indústria cinematográfica, que tanto renegas?”.

E eu respondo: Era uma pequena parcela. Bons mesmo eram as Mostras de Cinema Internacional, na TV Cultura. Cinema alemão, japonês, ucraniano. Meu ponto é que, de todas estas cidades que morei, vim parar em Santa Maria.  Cidade natal de minha mãe e pólo audiovisual.

O Festival de Cinema local (Santa Maria Vídeo e Cinema) é uma expectativa. O clima maravilhoso de julho, suas noites geladas e cheias de cinema na praça e no teatro (Theatro 13 de Maio), além de realizadores de todo o país no calçadão, fazem desta época do ano, a minha preferida.

Quando penso no papel bem pequenininho que estou desempenhando, na cidade de minha mãe, na área cultural, sinto-me vibrante. Como quem complementa um papel já iniciado.

Falar de cinema, como já disse é falar de esforço. É falar de si mesmo. É não conseguir ser máquina. É ser vivo, pessoal e ferido.