O videogame já é um senhor com mais de 40 anos. Segundo Marsal Branco e Cristiano Pinheiro, os jogadores atuais têm, em média, 30 anos, e, com isso, o conteúdo dos games vem se estruturando e se aprimorando para continuar atingindo o público. Talvez, o discurso de Pinheiro, que além de pesquisador da área é um jogador assíduo, explique porque os games sejam tão atrativos: “Os games são os precursores da linguagem digital e estão sempre à frente em relação a outras mídias”, relata.
O mercado de games, segundo Branco, é maior que o ocupado pelo cinema, atualmente. Devido a esse fenômeno, o número de publicações especializadas em jogos eletrônicos aumentou criando, assim, uma possibilidade de atuação para jornalistas, publicitários e relações públicas.
Os profissionais na área da comunicação podem atuar em diferentes fases que vão desde a produção dos jogos até a divulgação. Para o caso dos jornalistas, a quem se destinava a palestra, os professores mostraram que é possível se trabalhar em revistas especializadas, como em Detonados ou em Tecnologias.
As publicações específicas se caracterizam por mostrar uma série de jogos e fornecer dicas e atalhos para se conquistar os objetivos dos games. Já as de tecnologia tratam das novidades tecnológicas do mercado e, entre elas, fornecem informações sobre jogos eletrônicos. Para os palestrantes, o jornalista especializado nessa área deve ser um “Gamer Hardcore”, uma pessoa que joga freqüentemente, que gosta disso e sabe explicar a dinâmica, as táticas, a narrativa. Ainda falando sobre o papel do jornalista na crítica dos games, Pinheiro e Branco salientaram a importância de o profissional ser íntimo dos games para que conheça a cultura oriunda dessa mídia. Eles disseram que é errado afirmar, como se vê comumente nos meios de comunicação, que os psicopatas foram impulsionados a cometer crimes porque têm o hábito de jogar games violentos, pelo contrário: “A pessoa precisa de uma fonte para descarregar sua energia violenta e, nesse caso, o videogame é um bom aliado. Só sai matando quem é psicopata mesmo!”, define Pinheiro.
Foto: Núcleo de Fotografia e Memória (Nícholas Fonseca)