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Santa Maria, RS, Brazil

“Rumos” no Parque

 

 Nos campos de São Gabriel, na infância, ele descobriu a lida campeira, o gado, as tradições e as indumentárias gaúchas. Com o passar dos anos, descobriu que podia desenhar as velhas recordações. Ao ingressar na faculdade de Desenho e Plástica, hoje Artes Visuais, descobriu que podia transformar a memória e o passado em arte.

Foi isso que o artista Roberto Chagas, 25 anos, formado em 2006 pela UFSM, fez ao decorrer do curso: transformar as lembranças em objeto de apreciação artística.

No início da faculdade, a idéia da reminiscência à lida campeira era corriqueira no seu trabalho. Fazia touros, bombachas e figuras imponentes. No ateliê de escultura, ainda no curso, fazia trabalhos de bois com barro. Passou a integrar nestas obras o porongo, artigo muito conhecido pelos gaúchos.

Materiais como o carvão e o sal também serviram de base para suas obras, pois, além de retomarem as iguarias da cultura gaúcha, apresentam um nítido contraste de cores e texturas, o que valoriza o trabalho e a visualidade artística.

Em 2004, seu trabalho ganhou reconhecimento maior. Foi selecionado e recebeu um prêmio por exposição individual no XXII Salão Universitário, promovido pelo CAL/UFSM.

Mas sua obra não pára por aqui. Quem está acostumado a passar diariamente pelo Parque Itaimbé, em Santa Maria estranharia se obras de arte ou intervenções urbanas tomassem conta do ambiente habitual. E foi isso que aconteceu na manhã e tarde dessa segunda-feira, dia 23. Roberto Chagas retomou uma antiga pesquisa e, há um mês e meio, criou obras artísticas com ferro e porongo. A novidade é que o artista disponibilizou as obras, de mais ou menos 1,70 de altura, para quem, simplesmente, caminhava pelo parque.

A idéia surgiu das lembranças da infância, do universo rural, dos repontes, de fechar o gado e seguir um rumo. Por isso a escolha do local para mostrar sua produção e o nome da intervenção: “Rumos”.

 As obras expostas no ambiente ao ar livre, geraram opiniões diversas de quem passava e via os objetos artísticos. Adíles Freitas, 39 anos, aprovou a idéia. “Passo por aqui todos os dias e notei rápido as peças. É interessante que essas coisas aconteçam, para mudar o caminho por onde passamos seguido”. Marquita Quevedo, 41 anos, gostou das obras, mas desaprovou a falta de cultura e respeito de certas pessoas. Isso, porque uma obra foi jogada numa valeta.

Mas teve, também, quem não gostou tanto da intervenção. “Muito estranho tudo isso, cada um tem sua imaginação, mas isso não me chama a atenção. Essas coisas não me atraem muito”, declarou Osmar Rodrigues, 56 anos.

O artista revelou que, ao chegar à tarde no parque para tirar algumas fotos, uma senhora se aproximou e contou que duas peças haviam sido levadas, e que ela ia esperar um pouco mais para levar uma obra para enfeitar o pátio de sua casa.

Não ter alguém para cuidar das peças artísticas alimentou a vontade de algumas pessoas de levar as obras para casa. Chagas explica que fez esse trabalho sem expectativas: “Na verdade eu executei essas obras há um mês e meio e queria me desprender materialmente, não fiz esperando reações do público, nem criei expectativas, tanto que nem fiquei no local cuidando as obras”.

Interessados em conferir os trabalhos de Roberto Chagas e a novidade da exposição devem ir logo ao parque, antes que as obras sejam retiradas pelos transeuntes. O local é na avenida Itaimbé com a Pinheiro Machado.

 

Fotos: Catisucia Dotto

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 Nos campos de São Gabriel, na infância, ele descobriu a lida campeira, o gado, as tradições e as indumentárias gaúchas. Com o passar dos anos, descobriu que podia desenhar as velhas recordações. Ao ingressar na faculdade de Desenho e Plástica, hoje Artes Visuais, descobriu que podia transformar a memória e o passado em arte.

Foi isso que o artista Roberto Chagas, 25 anos, formado em 2006 pela UFSM, fez ao decorrer do curso: transformar as lembranças em objeto de apreciação artística.

No início da faculdade, a idéia da reminiscência à lida campeira era corriqueira no seu trabalho. Fazia touros, bombachas e figuras imponentes. No ateliê de escultura, ainda no curso, fazia trabalhos de bois com barro. Passou a integrar nestas obras o porongo, artigo muito conhecido pelos gaúchos.

Materiais como o carvão e o sal também serviram de base para suas obras, pois, além de retomarem as iguarias da cultura gaúcha, apresentam um nítido contraste de cores e texturas, o que valoriza o trabalho e a visualidade artística.

Em 2004, seu trabalho ganhou reconhecimento maior. Foi selecionado e recebeu um prêmio por exposição individual no XXII Salão Universitário, promovido pelo CAL/UFSM.

Mas sua obra não pára por aqui. Quem está acostumado a passar diariamente pelo Parque Itaimbé, em Santa Maria estranharia se obras de arte ou intervenções urbanas tomassem conta do ambiente habitual. E foi isso que aconteceu na manhã e tarde dessa segunda-feira, dia 23. Roberto Chagas retomou uma antiga pesquisa e, há um mês e meio, criou obras artísticas com ferro e porongo. A novidade é que o artista disponibilizou as obras, de mais ou menos 1,70 de altura, para quem, simplesmente, caminhava pelo parque.

A idéia surgiu das lembranças da infância, do universo rural, dos repontes, de fechar o gado e seguir um rumo. Por isso a escolha do local para mostrar sua produção e o nome da intervenção: “Rumos”.

 As obras expostas no ambiente ao ar livre, geraram opiniões diversas de quem passava e via os objetos artísticos. Adíles Freitas, 39 anos, aprovou a idéia. “Passo por aqui todos os dias e notei rápido as peças. É interessante que essas coisas aconteçam, para mudar o caminho por onde passamos seguido”. Marquita Quevedo, 41 anos, gostou das obras, mas desaprovou a falta de cultura e respeito de certas pessoas. Isso, porque uma obra foi jogada numa valeta.

Mas teve, também, quem não gostou tanto da intervenção. “Muito estranho tudo isso, cada um tem sua imaginação, mas isso não me chama a atenção. Essas coisas não me atraem muito”, declarou Osmar Rodrigues, 56 anos.

O artista revelou que, ao chegar à tarde no parque para tirar algumas fotos, uma senhora se aproximou e contou que duas peças haviam sido levadas, e que ela ia esperar um pouco mais para levar uma obra para enfeitar o pátio de sua casa.

Não ter alguém para cuidar das peças artísticas alimentou a vontade de algumas pessoas de levar as obras para casa. Chagas explica que fez esse trabalho sem expectativas: “Na verdade eu executei essas obras há um mês e meio e queria me desprender materialmente, não fiz esperando reações do público, nem criei expectativas, tanto que nem fiquei no local cuidando as obras”.

Interessados em conferir os trabalhos de Roberto Chagas e a novidade da exposição devem ir logo ao parque, antes que as obras sejam retiradas pelos transeuntes. O local é na avenida Itaimbé com a Pinheiro Machado.

 

Fotos: Catisucia Dotto