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Santa Maria, RS, Brazil

Animais mortos, o que fazer?

Qual a sua reação ao ver um animal morto na sarjeta? Nojo? Pena? E com o passar dos dias, quando exala cheiro ruim ou junta insetos? De quem é a responsabilidade de recolher? O assunto é tão polêmico que a maioria das pessoas que atenderam nos órgãos contatados para esta matéria, não quis seu nome divulgado.

 Os Bombeiros só recolhem animais de grande porte. Eles explicam que os pequenos animais são de responsabilidade da Prefeitura. Para a Secretaria de Proteção Ambiental da Prefeitura, o dono do animal morto ou o incomodado é o responsável por recolher o corpo: “Deve ensacar o animal e depositar no lixo, para que os lixeiros levem”, disse a pessoa que atendeu a Agência CentralSul.

“Nunca se deve colocar animais mortos no lixo”, enfatiza a médica veterinária Marta Bonow Rodrigues. No caso de animais de rua, a Prefeitura seria a responsável por recolher, segundo ela.

 

A legislação não prevê o recolhimento de animais mortos, por isso ninguém se responsabiliza, é o que afirma a Secretaria de Proteção Ambiental. E informa que os animais de grande porte, mortos em vias públicas, são de responsabilidade da Secretaria de Obras da Prefeitura.

A Patrulha Ambiental da Brigada Militar, segundo o sargento Luís Alberto, tem a função de fiscalizar maus tratos e crimes ambientais. “Recolher e dar destino aos animais mortos, é função da Prefeitura” afirma o sargento.

 

 As empresas de coleta de lixo, PRT e RTM, afirmaram que não recolhem animais mortos, pois sua função é recolher o lixo urbano. Segundo uma funcionária da RTM, a empresa é responsável por recolher resíduos especiais, o que inclui lixo das clínicas veterinárias, mas não animais mortos.

 

Em algumas cidades, existe cemitério de animais domésticos, que funciona como o de seres humanos. Como em Santa Maria não existe, “uma opção é entregar o animal em faculdades de veterinária, que incineram ou utilizam os animais em aulas práticas”, aponta a veterinária Marta Rodrigues. Porém, essa prática não é muito aceita. As pessoas costumam tratar os animais como membros da família.

 

De acordo com a veterinária Marta Bonow Rodrigues, o correto é incinerar o corpo dos animais mortos para não contaminar o solo. Mas, como o serviço não existe na maioria das cidades, o que se deveria fazer seria enterrar em um local isolado, longe de habitações e da nascente de rios, só que ainda não existe uma forma de controlar.

 

Se uma pessoa precisar recolher um animal morto da rua, o ideal é usar pás. Marta afirma que “não se deve tocar no cadáver sem uso de luvas e avental de plástico ou de outro material não absorvente”. Para o transporte, o animal deve ser colocado em recipiente em que não haja vazamento de líquidos, como sangue e urina.

O local onde o animal estava, se a causa da morte for desconhecida, deve ser lavado. O melhor é usar água com substâncias antimicrobianas, como água sanitária, detergentes à base de amônia e creolina. Isto porque existe um risco decorrente de zoonoses .

 

Moradora do bairro Itararé, Jane Schultz convive com o descaso das pessoas há anos. Defensora de animais, Jane pagou sozinha várias castrações para evitar o sofrimento de possíveis novos animais moradores de ruas, já que a maioria das mortes, por atropelamento, é de animais sem dono. Apenas, às vezes, consegue colaboradores, senão, arca com todos os custos.

Para a veterinária Letícia Santana Pereira, condições mínimas de higiene, como luvas ou proteção às mãos são suficientes. “O animal não é uma bomba relógio, que ao encostar vá explodir”, afirma.  Um animal doméstico pode ter as mesmas doenças que um de rua, se não for  vacinado e bem cuidado, justifica.

A pergunta "de quem é a responsabilidade de recolher?” continua sem resposta.

 

Fotos: arquivo Agência CentralSul e Maurício Barbosa Pereira

 

 

 

 

 

 

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Qual a sua reação ao ver um animal morto na sarjeta? Nojo? Pena? E com o passar dos dias, quando exala cheiro ruim ou junta insetos? De quem é a responsabilidade de recolher? O assunto é tão polêmico que a maioria das pessoas que atenderam nos órgãos contatados para esta matéria, não quis seu nome divulgado.

 Os Bombeiros só recolhem animais de grande porte. Eles explicam que os pequenos animais são de responsabilidade da Prefeitura. Para a Secretaria de Proteção Ambiental da Prefeitura, o dono do animal morto ou o incomodado é o responsável por recolher o corpo: “Deve ensacar o animal e depositar no lixo, para que os lixeiros levem”, disse a pessoa que atendeu a Agência CentralSul.

“Nunca se deve colocar animais mortos no lixo”, enfatiza a médica veterinária Marta Bonow Rodrigues. No caso de animais de rua, a Prefeitura seria a responsável por recolher, segundo ela.

 

A legislação não prevê o recolhimento de animais mortos, por isso ninguém se responsabiliza, é o que afirma a Secretaria de Proteção Ambiental. E informa que os animais de grande porte, mortos em vias públicas, são de responsabilidade da Secretaria de Obras da Prefeitura.

A Patrulha Ambiental da Brigada Militar, segundo o sargento Luís Alberto, tem a função de fiscalizar maus tratos e crimes ambientais. “Recolher e dar destino aos animais mortos, é função da Prefeitura” afirma o sargento.

 

 As empresas de coleta de lixo, PRT e RTM, afirmaram que não recolhem animais mortos, pois sua função é recolher o lixo urbano. Segundo uma funcionária da RTM, a empresa é responsável por recolher resíduos especiais, o que inclui lixo das clínicas veterinárias, mas não animais mortos.

 

Em algumas cidades, existe cemitério de animais domésticos, que funciona como o de seres humanos. Como em Santa Maria não existe, “uma opção é entregar o animal em faculdades de veterinária, que incineram ou utilizam os animais em aulas práticas”, aponta a veterinária Marta Rodrigues. Porém, essa prática não é muito aceita. As pessoas costumam tratar os animais como membros da família.

 

De acordo com a veterinária Marta Bonow Rodrigues, o correto é incinerar o corpo dos animais mortos para não contaminar o solo. Mas, como o serviço não existe na maioria das cidades, o que se deveria fazer seria enterrar em um local isolado, longe de habitações e da nascente de rios, só que ainda não existe uma forma de controlar.

 

Se uma pessoa precisar recolher um animal morto da rua, o ideal é usar pás. Marta afirma que “não se deve tocar no cadáver sem uso de luvas e avental de plástico ou de outro material não absorvente”. Para o transporte, o animal deve ser colocado em recipiente em que não haja vazamento de líquidos, como sangue e urina.

O local onde o animal estava, se a causa da morte for desconhecida, deve ser lavado. O melhor é usar água com substâncias antimicrobianas, como água sanitária, detergentes à base de amônia e creolina. Isto porque existe um risco decorrente de zoonoses .

 

Moradora do bairro Itararé, Jane Schultz convive com o descaso das pessoas há anos. Defensora de animais, Jane pagou sozinha várias castrações para evitar o sofrimento de possíveis novos animais moradores de ruas, já que a maioria das mortes, por atropelamento, é de animais sem dono. Apenas, às vezes, consegue colaboradores, senão, arca com todos os custos.

Para a veterinária Letícia Santana Pereira, condições mínimas de higiene, como luvas ou proteção às mãos são suficientes. “O animal não é uma bomba relógio, que ao encostar vá explodir”, afirma.  Um animal doméstico pode ter as mesmas doenças que um de rua, se não for  vacinado e bem cuidado, justifica.

A pergunta "de quem é a responsabilidade de recolher?” continua sem resposta.

 

Fotos: arquivo Agência CentralSul e Maurício Barbosa Pereira