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Santa Maria, RS, Brazil

Cultura indígena vai à escola

Com o rosto pintado e cocar na cabeça crianças recebem a visita especial de um grupo de indígenas no Colégio Adventista de Santa Maria. Durante toda a semana que antecede o Dia do Índio, celebrado neste 19 de abril, os alunos, da Educação Infantil até 4ª série, discutem sobre o tema. O projeto “Dia do índio na escola” acontece todo ano. Com ele, os alunos aprendem sobre a história e o modo de vida desse grupo que de "dono da terra" passou a minoria no Brasil.

 “Os alunos tendo um conhecimento mais amplo anterior podem interagir pouco mais com a família”, explicou a coordenadora pedagógica Raquel Tossin, durante a atividade proposta na tarde de sexta-feira. Para os índios, a interação com as crianças foi fácil porque aproveitaram o momento para contar sobre sua cultura.

 A família é da aldeia de Ronda Alta e uma vez por ano, mais ou menos nessa época, vem à cidade vender seus artefatos, arrecadar dinheiro e roupas para levar para os que ficaram na aldeia. Quem explica é Domingos, líder do grupo. Na aldeia, eles têm uma escola onde as professoras, bilíngües, ensinam português e as matérias tradicionais. Os índios têm um nome brasileiro e um no dialeto caigangue, que preserva suas origens. Os nomes fazem homenagem a elementos da natureza e são escolhidos pelos avós das crianças.

No Colégio Adventista, a chegada do grupo de índios é antecedidada por um lanche coletivo com os alimentos que aprendem serem cultivados pelos índios. De casa, as crianças trazem alimentos não perecíveis que são doados às famílias, além de dinheiro para comprar artesanato produzido pelos indígenas, que na cidade passam o seu dia, assim como muitos outros, alojados de forma provisória em lonas, em pequeno acampamento perto da rodoviária.

Flechas, capins coloridos, taquaras trançadas em cestos e potes, marcelas colhidas por eles e canetas, que aprenderam a decorar com linhas, são alguns dos objetos trazidos pelos índios. Domingos conta que o grupo que vem à cidade manda aos que não puderam sair da tribo o que conseguem. O dinheiro arrecadado é usado na compra de roupas e materiais para a escola, pois os produtos cultivados na aldeia são para consumo das famílias locais, mas nem sempre são suficientes. O dinheiro obtido com as vendas ajuda a comprar produtos de necessidade básica.

A história dos entrevistados por seus nomes

Jair ou “kóiadá”: quer dizer codorna

Cassiane ou “káféi”: é o nome de uma flor, uma planta

Juarez ou “Kosí”: significa enxame de abelha

Emerson ou “káiê”: quer dizer mico

Domingos Tupé ou “Péní ”: é o mesmo que tartaruga

 

Fotos:  Francine Boijink (Núcleo de Fotografia e Memória)

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Com o rosto pintado e cocar na cabeça crianças recebem a visita especial de um grupo de indígenas no Colégio Adventista de Santa Maria. Durante toda a semana que antecede o Dia do Índio, celebrado neste 19 de abril, os alunos, da Educação Infantil até 4ª série, discutem sobre o tema. O projeto “Dia do índio na escola” acontece todo ano. Com ele, os alunos aprendem sobre a história e o modo de vida desse grupo que de "dono da terra" passou a minoria no Brasil.

 “Os alunos tendo um conhecimento mais amplo anterior podem interagir pouco mais com a família”, explicou a coordenadora pedagógica Raquel Tossin, durante a atividade proposta na tarde de sexta-feira. Para os índios, a interação com as crianças foi fácil porque aproveitaram o momento para contar sobre sua cultura.

 A família é da aldeia de Ronda Alta e uma vez por ano, mais ou menos nessa época, vem à cidade vender seus artefatos, arrecadar dinheiro e roupas para levar para os que ficaram na aldeia. Quem explica é Domingos, líder do grupo. Na aldeia, eles têm uma escola onde as professoras, bilíngües, ensinam português e as matérias tradicionais. Os índios têm um nome brasileiro e um no dialeto caigangue, que preserva suas origens. Os nomes fazem homenagem a elementos da natureza e são escolhidos pelos avós das crianças.

No Colégio Adventista, a chegada do grupo de índios é antecedidada por um lanche coletivo com os alimentos que aprendem serem cultivados pelos índios. De casa, as crianças trazem alimentos não perecíveis que são doados às famílias, além de dinheiro para comprar artesanato produzido pelos indígenas, que na cidade passam o seu dia, assim como muitos outros, alojados de forma provisória em lonas, em pequeno acampamento perto da rodoviária.

Flechas, capins coloridos, taquaras trançadas em cestos e potes, marcelas colhidas por eles e canetas, que aprenderam a decorar com linhas, são alguns dos objetos trazidos pelos índios. Domingos conta que o grupo que vem à cidade manda aos que não puderam sair da tribo o que conseguem. O dinheiro arrecadado é usado na compra de roupas e materiais para a escola, pois os produtos cultivados na aldeia são para consumo das famílias locais, mas nem sempre são suficientes. O dinheiro obtido com as vendas ajuda a comprar produtos de necessidade básica.

A história dos entrevistados por seus nomes

Jair ou “kóiadá”: quer dizer codorna

Cassiane ou “káféi”: é o nome de uma flor, uma planta

Juarez ou “Kosí”: significa enxame de abelha

Emerson ou “káiê”: quer dizer mico

Domingos Tupé ou “Péní ”: é o mesmo que tartaruga

 

Fotos:  Francine Boijink (Núcleo de Fotografia e Memória)