Os santa-marienses terão novo sistema de coleta de lixo. A partir de amanhã, os contêineres devem estar nas ruas para o depósito de lixo. Porém, o sistema não é seletivo e apenas substitui as lixeiras pelo processo automatizado.
Segundo a Prefeitura, a opção de não selecionar o lixo antes de depositar no contêiner é devido ao processo de educação não poder ser radical. “O primeiro passo é pôr os contêineres para todo tipo de lixo. No futuro pode haver separação, mas o contrato é de cinco anos. Vai depender da política do novo governo. Nossa expectativa é continuidade”, afirma o funcionário da prefeitura Luiz Geraldo Cervi, autorizado a falar sobre o sistema.
No mês de dezembro, serão apenas 15 pontos de entrega voluntária seletiva (PEV) com contêineres diferentes. O lixo deles será distribuído entre seis associações de catadores da cidade. Mas os pontos ainda não foram divulgados.
Cidades como Buenos Aires, na Argentina, Santiago do Chile e Montevideo, no Uruguai, já possuem o sistema de coleta de lixo por contêiner. No Rio Grande do Sul, Caxias do Sul já utiliza o sistema e Pelotas está em processo de implantação, assim como Santa Maria.
A cidade tem graves problemas ambientais. Em 2006 começou o processo de elaboração do edital. Com o lixão saturado, foi feito um contrato emergencial. Em março deste ano, foi fechado o contrato com a empresa dos contêineres.
“Os contêineres mantém a cidade limpa”, afirma o funcionário da Prefeitura, Luiz Geraldo Cervi. A escolha pelo contêiner é porque mantém o lixo protegido e pode ser depositado a qualquer hora. “A tecnologia é italiana, mais cara que a tradicional, mas vale a pena. Traz mais benefícios à comunidade e ao meio ambiente”, explica.
Os resíduos têm sido colocados de forma inadequada nas lixeiras, ruas e calçadas. “No geral, as pessoas se preocupam apenas em tirar o lixo das casas e colocar em qualquer lixeira. O lixo mal acondicionado polui”, diz Cervi.
Além da chuva, catadores e animais mexem no lixo. O que cai no chão fica, porque os lixeiros recolhem apenas o que está em sacolas. “O sistema não impede que os catadores retirem o lixo, apenas dificulta”, complementa.
As lixeiras serão retiradas das ruas porque não são compatíveis com o novo sistema. Para isso, é necessário que o morador autorize a retirada. “Quem quiser pode doar a lixeira para ser colocada em praças e bairros, mas ninguém é obrigado. Pode guardar, se quiser”, comenta Cervi.
“Os contêineres estarão dispostos a cada 100m de forma estratégica para que as pessoas não caminhem mais de 50 m para fazer o depósito”, explica o representante da Prefeitura. Os caminhões farão a coleta do lixo, pela lateral, através de “mãos mecânicas”, por isso não pode haver nada entre o contêiner e o caminhão.
Em Santa Maria devem ser instalados 370 contêineres nas ruas e 30 são para reserva. “A tendência é aumentar. Em Caxias, hoje, já utilizam 800 contêineres”, comenta Geraldo. A coleta deve ser diária no centro, mas depende do volume de lixo depositado. Nos locais mais afastados não deve passar de três dias.
Devido o tamanho do caminhão, a coleta do centro continuará sendo à noite para não atrapalhar o trânsito. São dois tipos de caminhão: um para coleta e outro para higienização. O processo de limpeza é semelhante ao do lixo. A limpeza será feita a cada dois ou três esvaziamentos, semanal ou bi-semanal, depende da quantidade de lixo.
Todo o lixo recolhido dos contêineres vai para o novo aterro licenciado, a Tecnoresíduos. O caminhão faz a compactação do lixo. A tecnologia utilizada pela empresa dá destinação final aos resíduos domiciliares com sistema de drenagem e tratamento de chorume. O lixo é depositado no galpão de triagem. A seleção dos recicláveis e orgânicos é feita por 100 catadores, em duas esteiras. O reciclável é prensado e embalado. O úmido vai para o aterro. A água utilizada na lavagem dos contêineres será trazida para tratamento junto ao chorume.
Fotos: Gabriela Perufo e Carolina Moro