De acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS), responsável pela coordenação e controle do sistema elétrico, espera-se que haja uma redução de 4% a 5%. O valor representa uma economia de 2 mil megawatts no período de pico, entre o fim da tarde e início da noite (das 18h às 21h).
O que é o horário de verão?
A professora de Geografia do Centro Universitário Franciscano (Unifra), Elsbeth Léia Spode Becker, explica que o horário de verão é uma interação do homem com seu sistema, o planeta terra. Ela comenta que o aproveitamento da luz solar está presente na trajetória humana. No passado, o homem nômade se deslocava em busca de alimento, segurança e também devido à radiação solar, que sofre alterações durante o ano. “É como a migração das aves”, compara.
O período que marca a troca de horário é determinado por fatores geográficos. Segundo Elsbeth, as datas são associadas aos movimentos de translação e inclinação do eixo terrestre. Quanto maior for o ângulo de inclinação da Terra, mais prolongada será a incidência de luz em certas regiões do hemisfério Sul. Ao se adequar a esse ‘fotoperíodo’, o horário de verão pretende fazer com que as pessoas usufruam, por mais tempo, da iluminação natural.
A Terra, que começou a alterar seu eixo no dia 21 de junho, atinge o máximo de inclinação, no mês de dezembro, e retorna à trajetória até estar perpendicular. “No Pólo Sul quase não haverá noite em dezembro, porque a Terra estará tão inclinada que o Sol não irá se pôr, mesmo com a rotação”, analisa.
A professora salienta que os estados brasileiros e países que estão próximos da linha do Equador não têm horário de verão, pois a incidência de luz solar recebida é a mesma. Para Elsbeth, a diferença de uma hora, entre os horários velho e novo, é ideal: “Se fizermos mais de uma hora surge a demanda de mais energia e vamos usar mais luz”. O aumento desse tempo poderia provocar um problema operacional devido aos diferentes fusos de estados e países.
Aliado ou inimigo?
A chegada do horário de verão divide opiniões. A comerciante Lucilene Moreira de Castro, 24 anos, garante que a mudança trará resultados positivos para seu estabelecimento: “O movimento vai crescer com o horário de verão”. Já a monitora Patrícia Pereira, 36 anos, diz que poderá chegar cedo em casa. “Para quem trabalha é uma vantagem, pois ganha mais tempo”. Àqueles que não se acostumarem com a troca e ficarem com sono, ela sugere doses de café durante o dia.
Aproveitar a luz do Sol. É esse o desejo da professora de História, Jaqueline Barcelos, 44 anos, para o horário de verão. A educadora comenta que os dias mais longos são uma oportunidade para o lazer e descanso. “Acho mais difícil se adaptar ao retorno do horário velho, do que entrar no novo”, compara.
Os calouros de Direito, Renata de Oliveira, 21 anos, Daiane de Almeida, 20 anos, e Sanderson Mariano, 30 anos, compartilham da mesma idéia: estão preparados para a alteração do horário.
Eles afirmam que, de bom humor, podem aproveitar melhor o dia. Apesar disso, Renata considera baixa a porcentagem de economia obtida nessa fase do ano: “Muda toda a rotina para pouco”.
A colega dos jovens, Cássia Viviane Coelho da Silva, 22 anos, confessa que não gosta da transformação: “Tem sempre que acordar mais cedo e é uma burocracia”. A acadêmica relata se sentir cansada. O horário de verão também causa incomodação para o produtor rural Luciano Rocha, 39 anos. Para ele, o seu sono é afetado durante os dois primeiros meses da troca.
“Não é tão difícil se acostumar”. A frase proferida pela estudante Priscila Xisto, 17 anos, mostra que, apesar do cansaço e do sono, as pessoas podem se adaptar ao novo horário. Conforme a jovem, haverá mais tempo para sair e se divertir com os amigos. A estudante Luiza Smeh de Matos, 17 anos, também acredita que o dia pode ser mais aproveitado, pois é mais longo.
E você, gosta do horário de verão? Amando-o ou odiando-o, o importante é lembrar de adiantar os relógios em uma hora. Não perca tempo e seja pontual!