O Colégio Adventista realiza, desde segunda-feira, o curso Como Deixar de Fumar. Com a meta de ajudar as pessoas que têm dificuldades em largar o cigarro, o programa é uma parceria entre o Colégio e o Departamento de Saúde da Igreja Adventista. Até o dia 29, os interessados podem participar de palestras gratuitas com médicos especialistas na área, além de trocar experiências com ex-fumantes. Na sexta-feira, os participantes do curso, alunos e professores da Escola e outras pessoas da comunidade participam da Caminhada contra o Fumo.
O Comitê de Controle ao Tabagismo Mario Rigatto, também, lança iniciativas durante essa semana. Um concurso de redação e desenhos relacionados à prática do fumo foi promovido na Escola Estadual Cícero Barreto, para incluí-las no combate ao fumo. Folders de prevenção ao uso do tabaco serão ainda distribuídos em hospitais e consultórios médicos do município, pelo Comitê.
No âmbito cultural, quem se preocupa com o combate ao cigarro é o Núcleo de Quadrinhistas de Santa Maria – Quadrinhos S.A. O grupo abre nesta sexta-feira, às 10h, a exposição Xô Cigarro! (cartaz ao lado) Compõem a mostra cerca de vinte charges, cartoons, quadrinhos e ilustrações contra o fumo.
Como combater o vício?
Estatísticas revelam que o cigarro é causa de cerca de cinco milhões de mortes por ano e a previsão é que em 2020 estes números dobrem para dez milhões. “Temos muito trabalho pela frente, o tabagismo é uma epidemia global”. O uso do tabaco é assim definido pelo pneumologista Júlio Sarturi, que atende em 80% dos casos, pacientes fumantes, ex-fumantes ou fumantes passivos.
Presidente do Departamento de Pneumologia da Sociedade de Medicina de Santa Maria, Sarturi destaca que a partir da década de 80, o número de fumantes no Brasil diminuiu, mas apenas à custa dos homens. As mulheres e os jovens estão fumando mais, e 90% das crianças de 5 a 18 anos que têm contato com o fumo, passam a ser dependentes depois dos 19 anos. “Esse impacto é muito grande, a partir do momento em que a indústria faz toda sua campanha em cima dos jovens. Então hoje o nosso foco deve ser no adolescente e na mulher, porque não existe perspectiva de diminuir”, enfatiza o médico.
Para Sarturi, o fumante tem de passar por uma mudança de hábitos radical: “O viciado deve evitar situações que o levem a fumar, por exemplo, beber chimarrão, café ou bebidas alcoólicas, além de adotar alimentação adequada e praticar exercícios físicos”. Tentar aumentar o número de locais que proíbem o fumo e investir nas campanhas de esclarecimento à população também são iniciativas apontadas por ele. Quando o tratamento para deixar o cigarro necessita de inclusão de medicação, Sarturi conta que foi lançado ano passado no Brasil, a Variniclina, primeiro medicamento produzido especificamente para o tabagismo, que funciona como bloqueador dos receptores de nicotina no cérebro e tem dado bons resultados.
De acordo com o pneumologista, o primeiro passo para deixar o vício é admitir que se tem uma doença: “O fumante tem que saber que tem uma dependência que requer tratamento adequado, ele não consegue parar sozinho”.
Confira a programação do curso Como Deixar de Fumar:
Quarta-feira: 27 de agosto, às 20h– palestra com o Dr. Olmiro Cezimbra, ginecologista, sobre “O tabagismo e a mulher”.
Quinta-feira: 28 de agosto, às 20h – palestra com o Dr. Everaldo Hertz, oncologista, sobre “O tabagismo e o Câncer”.
Sexta-feira: 29 de agosto:
– às 10h – Caminhada de combate ao fumo, com saída do Colégio Adventista (rua Visconde de Pelotas, 586) até a preça Saldanha Marinho.
– às 20 horas – palestra com o Dr. Paulo Tadeu Cavalheiro, cardiologista, sobre “O tabagismo e o aparelho cardiovascular”.
Foto: Tiane Dias Canabarro
Ilustração: Quadrinhos S.A.