Santa Maria, RS (ver mais >>)

Santa Maria, RS, Brazil

Pela estrada, na Nova Zelândia

 Após 3 meses e alguns dias no Mount Maunganui, está na hora de pegar a estrada e desbravar um pouco dessa Nova Zelândia… No embalo do ferry boat (balsa, que mais parece um cruzeiro do que uma balsa qualquer), conseguimos um tempo para parar, achar uma tomada para recarregar baterias de câmeras e do notebook,  mas, claro, depois de apreciar o mar e o vento forte que divide a Ilha Norte da Ilha Sul, nosso rumo.


Essa jornada iniciou há uns dias atrás. Depois de nos despedirmos do Mount Maunganui, no dia 4 de novembro, chegamos (Nic e Preto no carro e o pessoal na van) após uns 100km mais ou menos, ao sudoeste do Mount, ao Huka Falls. Um  rio azul com uma cachoeira e correnteza muito forte e uma vista belíssima. Seguimos para Taupo, uma cidade ao centro da ilha norte. Por lá estacionamos pelo meio-dia, almoçamos um Noodle Canteen (tipo China in Box), e não exploramos mais a cidade e arredores pois o mau tempo nos acompanhava.

Tipicamente New Zealand, assim como pode chover sem nuvem, pode fazer sol de rachar e, de repente, tudo fecha, e logo abre um sol com vento gelado…enfim… de tudo. Falar em vento gelado, outra peculiaridade é o fato de estarmos no hemisfério sul em novembro e, mesmo assim, totalmente encasacados!!!!

Bom, seguindo viagem, de Taupo, decidimos ir para Napier – ao litoral sudeste – atrás de um tempo bom e de uma vista legal do mar. Chegando la, fomos para uma praia um tanto esquisita. Sem areia nem cascalho de conchas, a praia era de pedras, parecidas com britas, mas todas redondinhas. Caminhamos pela cidade, conhecida por sua arquitetura do tipo “Art Deco”, e fomos curtir o pôr-do-sol em  um monte da praia de Napier, onde ficamos por um bom tempo clicando fotos e curtindo aquela pintura no céu fundindo-se com o mar e terra.

À noite, descansar para mais um outro dia de viagem… Encontramos um estacionamento à beira-mar e ali paramos para dormir após tomar um banho em um clube ao lado por dois dólares. A gurizada foi para Hot Pool do clube, um pouco mais caro, mas eu e o Preto preferimos economizar. Bom, já é tarde e é hora de dormir. E isso é uma  história à parte: nosso carrinho little blue, virou um home-car. Imagine a função que está lá dentro daquilo…mochilas, malas que não couberam na van do pessoal, sacolas de coisas e mais coisas de viagem…enfim… e para dormir ali,  é uma comédia entre mochilas, volante, câmbio, tentando encontrar a melhor posição para se esticar o máximo sem ter que ficar apertando os pedais…!

Bom, o dia amanhece, acordo com os primeiros raios do sol – o que me faz viajar na idéia de que sou das primeiras pessoas no mundo a ver o sol daquela quarta-feira…hehe..enfim… – cookies e suco de café da manhã, seguimos a oeste rumo a Wellington, capital da Nova Zelândia. Na estrada, quando víamos a placa “lookout” parávamos, pois era algum tipo de mirante em uma paisagem que valia a pena umas fotografias.

Falar nisso, há muitas paisagens que lembram o RS… Quarta Colônia… enfim… Na estrada, passamos por uma placa com um desenho de uma `biruta`. Logo entendemos. O vento que fazia era deveras forte… O tempo havia clareado, mas, uma cortina de chuva logo ali na frente já nos esperava. Nada que estragasse a viagem. Seguindo, passamos – e subimos – por uma cadeia de montanhas que, infelizmente nao conseguimos tirar mais fotos pois a estrada era muito, mas muito, estreita e não havia acostamento. Como aquelas cenas aéreas de filmes onde há uma pequena estrada em montanhas e logo na beirada da estrada, o penhasco. Por essas que passamos… Com sorte havia um mirante, o tempo chuvoso resolveu se fazer presente, de novo, mas valeu a pena a parada e a vista única (essas não parecidas com o RS!! ).

 Descendo as montanhas, encontramos um rio que foi uma  das locações de filmagem do Senhor dos Anéis.

 

Chegamos a Wellington pela tarde. Fomos para o Museu Nacional Te Papa. Dali para… ops, cadê a van dos guris?!?!?! É, nos perdemos. Trânsito na hora do rush, 17h mais ou menos. A mensagem no celular era o Guilherme(*) avisando onde estavam, mas como encontrar se eles é que tinham o mapa da cidade?! Bom, seguimos por ali e por aqui, dobramos em uma rua simples e  sem aviso nenhum. E o que nos esperava logo ali? Motorway!!! Algo como uma free-way. Sim, e na hora do rush. Sem caminho de volta, seguimos o fluxo em busca de algum retorno  para Wellington. Mais ou menos a uns 3…4…5… kilômetros uma placa indicava o caminho de volta mais à frente. Ok, voltamos, paramos no museu novamente para pegar um free map para nos guiarmos e encontrarmos o pessoal. Ah sim, a comunicação aqui entre nós, desde que chegamos na N.Z., é só por mensagem. Aqui a gente paga 10 dólares e tem 2 mil mensagens por mês….

Subimos um monte alto na cidade, para variar, curtir o pôr-do-sol lá de cima. O vento que fazia não era brincadeira mesmo! Muito forte e o frio, então… Por sorte pegamos um dia interessante. Até hoje nao sabemos o que significa 5 de novembro aqui para Nova Zelândia, mas havia festas e foguetório em toda cidade. Assistimos a um show de fogos – fireworks – daquele monte gélido e ventoso. Dali para um shopping e algo estranho acontecia, pois passava de 9 horas da noite e muita gente na rua e nos shoppings. Talvez pelo motivo da data, pois  é muito incomum ver lojas e shoppings abertos e pessoas na rua à noite passado de 8 ou 9 da noite.

Rango feito, encontramos um estacionamento à beira-mar para mais uma noite de “sono”. Quinta-feira começa e o rumo é Ilha Sul via ferry boat. Uma experiência muito linda pela paisagem que encontramos no mar que divide as duas ilhas… montes, ilhas pequenas, e algumas montanhas geladas lá ao fundo. Fora o vento forte que fazia, também! Havia momentos em que precisava se segurar para não sair voando…

Ah sim, comecei esse texto no ferry boat, mas estou continuando em outro lugar e em outro dia também… Enfim…

 Após as 3 horas de viagem pelo mar que divide as ilhas, desembarcamos em Picton e seguimos para a cidade de Nelson.  Lá encontramos o `Anel`. Sim, o anel original do filme O Senhor dos Anéis, além de um anel gigante que serviu de molde para os efeitos especiais da trilogia. Isso em exposição na joalheria que fabricou o anel.

 

 

Dali para um…monte, claro, para assistirmos o pôr-do-sol e também para tirarmos fotos, pois ali havia um pequeno monumento que indicava que estávamos exatamente  no centro geográfico da Nova Zelândia. Mais uma noite… e a janta dessa vez foi um miojão no fogareiro, comprado para viagem, em um estacionamento. Sexta-feira chega, café e cookies, mais uma abastecida no carro e seguimos para costa de Abel Tasman.

 

 

 

Isso ao norte da ilha sul. Lá decidimos, na hora, fazer um tour de barco pela costa. Praias desertas e águas transparentes… verdinho azulado, uma ilha com  focas, parada em uma das pequenas praias para fotos e tudo mais. Algo que lembrava aqueles passeios em Floripa, mas um pouco mais perto do pólo sul. Seguimos rumo à cidade de Greymouth. A estrada foi longa mas prezerosa. Sabe aquelas fotos de tela de fundo do Windows, ou de Atlas ou de calendários com paisagens que tu pensas que nunca vais ver na vida?… pois então, nessa estrada tivemos a felicidade de vermos. Campos com ovelhas pastando, montanhas compostas por árvores uniformes ou coloridas e, ao fundo, uma montanha com neve no topo.

 Em um momento dessa viagem paramos, finalmente, em um mirante, para observarmos um pouco dessa paisagem e a cadeia dos alpes neozelandeses – Southern Alps – ao fundo.

 

Chegando em Graymouth fomos para um… não, não, um monte não, dessa vez o pôr-do-sol no mar!!! A praia era de pedras como aquela descrita em Napier, e o mar era o Mar da Tasmânia! Por ali curtimos aquele momento em uma praia cinza mas com um céu artístico e o sol mar adentro trazendo mais uma noite fria e um sábado promissor, pois o rumo agora  é o Franz Josef Glacier e Fox Glacier… como é lá? Bom, estamos a caminho nesse momento… na estrada… somando mais alguns kilômetros nos mais de 1.400  já rodados pelas estradas neozelandezas.

 Enquanto isso, neste sábado,  à frente e ao lado esquedo da faixa, os alpes ainda nos acompanham ao fundo e, no lado direito, o Mar da Tasmânia (e o Preto neste momento, no volante pela primeira vez na estrada! que perigo!!!).


Cada vez mais ao sul da Nova Zelandia, curtindo paisagens nunca antes vistas, chegamos ao Josef Franz Glacier, onde tambem foi uma das locações de O Senhor dos Anéis. Passamos horas por lá caminhando entre montes até o pouco do gelo que restava – para os que não pagavam um passeio completo, claro, pois subindo a montanha havia mais neve. Como estamos sempre na tentativa de não precisar gastar muito e aproveitando o máximo, curtimos o que foi possível e valeu a pena. Apoó esse passeio, já um tanto cansados, resolvemos ir para o  minúsculo vilarejo de Fox Glacier. Chegamos por volta das 16h e, desta vez, resolvemos todos posar em um backpecker, após dias dormindo no carro. Como estávamos em um lugar em que tudo fechava cedo e os poucos restaurantes, muito caros, ficamos no miojo com tuna feitos na cozinha do backpecker. Cama, finalmente, para dormir! Amanhece domingo, e a chuva e o mau tempo deram as caras durante o dia todo. Gostaríamos de ver e conhecer melhor os alpes do Fox Glacier mas a chuva constante fez com que esse passeio fosse resumido.

Seguimos viagem em uma estrada chuvosa, aparentemente linda se houvesse sol e um tanto solitária pois nao havia muitas cidades no caminho. Falar nisso, algo que há aqui na Nova Zelândia são cidades pequenas que praticamente tem a rua principal, a estrada. O `centrinho` da cidade, lojinhas, subway e KFC, são ali. Enfim… seguindo viagem, após algumas boas horas na estrada e paisagens perdidas pelo mau tempo, chegamos a Lake Wanaka. O máximo foi jantar um subway e estacionar para dormir. O dia clareia e o desenho se faz. Sol, céu limpo, lago Wanaka espelha os Alpes nevados ao fundo… Ali praticamos nosso primeiro esporte radical aquático da viagem: pedalinho!!!!…hehehe… Depois de muitas fotos naquele belo cenário, seguimos para a famosa Queenstown. Mas antes, passamos  no Puzzle World, um lugar divertido e diferente com um visual explicável apenas por foto. Lá tem uma sala de jogos com puzzles, ou seja, jogos divertidos que exigem um certo nível de raciocínio, for free (e o que tinha que pagar deixamos para uma outra vez.. hehe). Isso entre outros divertimentos do lugar.

 

Bom, chegamos a Queenstown apos uma viagem com um visual sem igual no mundo. Por Queenstown, capital mundial do esporte radical, os dias que seguiam à frente, prometiam. Eu e o Preto acabamos optando por uma trip off road em uma empresa que faz tour, de Land Rover, por locais que não há como chegar de carro normal. Ah, sim, os locais são algumas locações de O Senhor dos Anéis, para variar! Hehe… Em um momento havia um local em que, no filme, aparecia por segundos, e o guia perguntou se alguém sabia que cena era, eis que o Preto acerta! O guia se impressiona, pois nunca ninguém havia acertado! A tour passou por rios, vimos locais realmente cinematográficos, cenários montanhosos ao redor de Queenstown  de difícil acesso… enfim, valeu a pena! Já a gurizada preferiu mais adrenalina mesmo! As gurias, pára-quedas, e os outros guris, Bungyjump. Os caras estão bobos até agora… acordam gritando `3, 2, 1, Bungy!!!!`

 

Quinta-feira chega, mais estrada pela frente até Milford Sounds, um dos lugares mais bonitos da Nova Zelândia, só que… chuva!!! em boa parte da estrada até o Milford. Nessa estrada, em um dos momentos, passamos por um túnel que desce por dentro de um dos Alpes. Chegando ao outro lado… branco, tudo branco, estávamos dentro de um nevoeiro muito forte. Bom… velocidade reduzida até nossa próxima parada. É… o passeio de barco pelo Milford Sounds foi debaixo de chuva pelo lago espelhado (que com mau tempo não tem reflexo algum) e montanhas. Durante esse passeio o capitão avisa que ali chove "apenas" 200 dias por ano. Enfim, um tanto frustrados, estrada novamente.

Desta vez, na pilotagem, mais uma vez o Preto, pois o Nic já estava um tanto enjoado de dirigir. Ah sim, já foram mais de dois mil kilômetros percorridos. Falar nisso, me lembra gasolina… aqui há algumas pecualiaridades: a gente mesmo que abastece o carro e depois vai lá pagar, dentro da lojinha de conveniências; passamos por postos em que havia placas dizendo que o próximo só a 120Km. Nao há postos nas estradas, só nas cidades, ou seja, se tiver um azar (ou sorte) de dirigir em locais `descivilizados`, o bom é estar sempre de tanque cheio; e a gasolina custa, em média, 1.53 dolares por litro.

Voltando à trip, descendo mais ao sul, os Alpes ficaram para trás, e campos com ovelhas, muitas ovelhas, nos acampanham pela estrada (comentam que há mais ou menos 14 ovelhas por habitante na NZ, depois de passar por essas estradas, a impressão é que há umas 30, se não mais!!!!). Enfim… chegamos na penúltima cidade do país, Ivercagill. Sem saber nada de lá, estacionamos em frente a um parque.

Aqui, os parques e jardins sao extremamente cuidados. Neste, que era um tanto extenso, havia vários locais temáticos: jardins, aviário, mini-zoológico, e longas pistas de caminhada bem cuidadas e arborizadas. Isso de graca, claro. No parquinho para as criancas havia até pistola dágua para elas brincarem. Além de brinquedos como um balanço adaptado para cadeirantes. Bom… após um passeio pelo parque, fotos e tudo mais… janta: um miojão no fogareiro.

 Sexta-feira amanhace, rumo a Bluff, uma cidadezinha pacata, mas a mais ao sul da Nova Zelândia. Chegamos ao ponto mais próximo do Pólo Sul. Dali seguimos a Dunedin, a provável segunda ou terceira maior cidade da Ilha Sul. E aqui estamos nós, conhecendo essa city com cara de Europa, pela sua arquitetura e herança escocesa.

Após um dia e meio em Dunedin, uma cidade tipicamente européia, chegamos a Christchurch. Uma das maiores cidades da Nova Zelândia, mas infelizmente, uma das mais mal cuidadas. Foi estranho, pelo fato de que todas as cidades têm um cuidado muito grande com limpeza e com os parques, mas em Christchurch isso deixa a desajar um pouco. E mais um detalhe: é que essa cidade lembra, demais, Porto Alegre.

Bom… dois dias em Christchurch e a trip chegou ao fim, após após praticamente duas semanas na estrada, que se passaram muito rápidas, e mais de 2500km rodados por estradas neozelandesas. E daqui para frente, God only knows!

 

Nícholas (Nic) e Vinícius (Preto) Fonseca são alunos de Jornalismo e de Publicidade e Propaganda da UNIFRA. Guilherme Fernandes formou-se em janeiro deste ano em Ciências da Computação na UNIFRA e foi para a Nova Zelândia logo em seguida.

Para ver mais fotos da viagem, acesse http://www.flickr.com/photos/nicfonseca

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 Após 3 meses e alguns dias no Mount Maunganui, está na hora de pegar a estrada e desbravar um pouco dessa Nova Zelândia… No embalo do ferry boat (balsa, que mais parece um cruzeiro do que uma balsa qualquer), conseguimos um tempo para parar, achar uma tomada para recarregar baterias de câmeras e do notebook,  mas, claro, depois de apreciar o mar e o vento forte que divide a Ilha Norte da Ilha Sul, nosso rumo.


Essa jornada iniciou há uns dias atrás. Depois de nos despedirmos do Mount Maunganui, no dia 4 de novembro, chegamos (Nic e Preto no carro e o pessoal na van) após uns 100km mais ou menos, ao sudoeste do Mount, ao Huka Falls. Um  rio azul com uma cachoeira e correnteza muito forte e uma vista belíssima. Seguimos para Taupo, uma cidade ao centro da ilha norte. Por lá estacionamos pelo meio-dia, almoçamos um Noodle Canteen (tipo China in Box), e não exploramos mais a cidade e arredores pois o mau tempo nos acompanhava.

Tipicamente New Zealand, assim como pode chover sem nuvem, pode fazer sol de rachar e, de repente, tudo fecha, e logo abre um sol com vento gelado…enfim… de tudo. Falar em vento gelado, outra peculiaridade é o fato de estarmos no hemisfério sul em novembro e, mesmo assim, totalmente encasacados!!!!

Bom, seguindo viagem, de Taupo, decidimos ir para Napier – ao litoral sudeste – atrás de um tempo bom e de uma vista legal do mar. Chegando la, fomos para uma praia um tanto esquisita. Sem areia nem cascalho de conchas, a praia era de pedras, parecidas com britas, mas todas redondinhas. Caminhamos pela cidade, conhecida por sua arquitetura do tipo “Art Deco”, e fomos curtir o pôr-do-sol em  um monte da praia de Napier, onde ficamos por um bom tempo clicando fotos e curtindo aquela pintura no céu fundindo-se com o mar e terra.

À noite, descansar para mais um outro dia de viagem… Encontramos um estacionamento à beira-mar e ali paramos para dormir após tomar um banho em um clube ao lado por dois dólares. A gurizada foi para Hot Pool do clube, um pouco mais caro, mas eu e o Preto preferimos economizar. Bom, já é tarde e é hora de dormir. E isso é uma  história à parte: nosso carrinho little blue, virou um home-car. Imagine a função que está lá dentro daquilo…mochilas, malas que não couberam na van do pessoal, sacolas de coisas e mais coisas de viagem…enfim… e para dormir ali,  é uma comédia entre mochilas, volante, câmbio, tentando encontrar a melhor posição para se esticar o máximo sem ter que ficar apertando os pedais…!

Bom, o dia amanhece, acordo com os primeiros raios do sol – o que me faz viajar na idéia de que sou das primeiras pessoas no mundo a ver o sol daquela quarta-feira…hehe..enfim… – cookies e suco de café da manhã, seguimos a oeste rumo a Wellington, capital da Nova Zelândia. Na estrada, quando víamos a placa “lookout” parávamos, pois era algum tipo de mirante em uma paisagem que valia a pena umas fotografias.

Falar nisso, há muitas paisagens que lembram o RS… Quarta Colônia… enfim… Na estrada, passamos por uma placa com um desenho de uma `biruta`. Logo entendemos. O vento que fazia era deveras forte… O tempo havia clareado, mas, uma cortina de chuva logo ali na frente já nos esperava. Nada que estragasse a viagem. Seguindo, passamos – e subimos – por uma cadeia de montanhas que, infelizmente nao conseguimos tirar mais fotos pois a estrada era muito, mas muito, estreita e não havia acostamento. Como aquelas cenas aéreas de filmes onde há uma pequena estrada em montanhas e logo na beirada da estrada, o penhasco. Por essas que passamos… Com sorte havia um mirante, o tempo chuvoso resolveu se fazer presente, de novo, mas valeu a pena a parada e a vista única (essas não parecidas com o RS!! ).

 Descendo as montanhas, encontramos um rio que foi uma  das locações de filmagem do Senhor dos Anéis.

 

Chegamos a Wellington pela tarde. Fomos para o Museu Nacional Te Papa. Dali para… ops, cadê a van dos guris?!?!?! É, nos perdemos. Trânsito na hora do rush, 17h mais ou menos. A mensagem no celular era o Guilherme(*) avisando onde estavam, mas como encontrar se eles é que tinham o mapa da cidade?! Bom, seguimos por ali e por aqui, dobramos em uma rua simples e  sem aviso nenhum. E o que nos esperava logo ali? Motorway!!! Algo como uma free-way. Sim, e na hora do rush. Sem caminho de volta, seguimos o fluxo em busca de algum retorno  para Wellington. Mais ou menos a uns 3…4…5… kilômetros uma placa indicava o caminho de volta mais à frente. Ok, voltamos, paramos no museu novamente para pegar um free map para nos guiarmos e encontrarmos o pessoal. Ah sim, a comunicação aqui entre nós, desde que chegamos na N.Z., é só por mensagem. Aqui a gente paga 10 dólares e tem 2 mil mensagens por mês….

Subimos um monte alto na cidade, para variar, curtir o pôr-do-sol lá de cima. O vento que fazia não era brincadeira mesmo! Muito forte e o frio, então… Por sorte pegamos um dia interessante. Até hoje nao sabemos o que significa 5 de novembro aqui para Nova Zelândia, mas havia festas e foguetório em toda cidade. Assistimos a um show de fogos – fireworks – daquele monte gélido e ventoso. Dali para um shopping e algo estranho acontecia, pois passava de 9 horas da noite e muita gente na rua e nos shoppings. Talvez pelo motivo da data, pois  é muito incomum ver lojas e shoppings abertos e pessoas na rua à noite passado de 8 ou 9 da noite.

Rango feito, encontramos um estacionamento à beira-mar para mais uma noite de “sono”. Quinta-feira começa e o rumo é Ilha Sul via ferry boat. Uma experiência muito linda pela paisagem que encontramos no mar que divide as duas ilhas… montes, ilhas pequenas, e algumas montanhas geladas lá ao fundo. Fora o vento forte que fazia, também! Havia momentos em que precisava se segurar para não sair voando…

Ah sim, comecei esse texto no ferry boat, mas estou continuando em outro lugar e em outro dia também… Enfim…

 Após as 3 horas de viagem pelo mar que divide as ilhas, desembarcamos em Picton e seguimos para a cidade de Nelson.  Lá encontramos o `Anel`. Sim, o anel original do filme O Senhor dos Anéis, além de um anel gigante que serviu de molde para os efeitos especiais da trilogia. Isso em exposição na joalheria que fabricou o anel.

 

 

Dali para um…monte, claro, para assistirmos o pôr-do-sol e também para tirarmos fotos, pois ali havia um pequeno monumento que indicava que estávamos exatamente  no centro geográfico da Nova Zelândia. Mais uma noite… e a janta dessa vez foi um miojão no fogareiro, comprado para viagem, em um estacionamento. Sexta-feira chega, café e cookies, mais uma abastecida no carro e seguimos para costa de Abel Tasman.

 

 

 

Isso ao norte da ilha sul. Lá decidimos, na hora, fazer um tour de barco pela costa. Praias desertas e águas transparentes… verdinho azulado, uma ilha com  focas, parada em uma das pequenas praias para fotos e tudo mais. Algo que lembrava aqueles passeios em Floripa, mas um pouco mais perto do pólo sul. Seguimos rumo à cidade de Greymouth. A estrada foi longa mas prezerosa. Sabe aquelas fotos de tela de fundo do Windows, ou de Atlas ou de calendários com paisagens que tu pensas que nunca vais ver na vida?… pois então, nessa estrada tivemos a felicidade de vermos. Campos com ovelhas pastando, montanhas compostas por árvores uniformes ou coloridas e, ao fundo, uma montanha com neve no topo.

 Em um momento dessa viagem paramos, finalmente, em um mirante, para observarmos um pouco dessa paisagem e a cadeia dos alpes neozelandeses – Southern Alps – ao fundo.

 

Chegando em Graymouth fomos para um… não, não, um monte não, dessa vez o pôr-do-sol no mar!!! A praia era de pedras como aquela descrita em Napier, e o mar era o Mar da Tasmânia! Por ali curtimos aquele momento em uma praia cinza mas com um céu artístico e o sol mar adentro trazendo mais uma noite fria e um sábado promissor, pois o rumo agora  é o Franz Josef Glacier e Fox Glacier… como é lá? Bom, estamos a caminho nesse momento… na estrada… somando mais alguns kilômetros nos mais de 1.400  já rodados pelas estradas neozelandezas.

 Enquanto isso, neste sábado,  à frente e ao lado esquedo da faixa, os alpes ainda nos acompanham ao fundo e, no lado direito, o Mar da Tasmânia (e o Preto neste momento, no volante pela primeira vez na estrada! que perigo!!!).


Cada vez mais ao sul da Nova Zelandia, curtindo paisagens nunca antes vistas, chegamos ao Josef Franz Glacier, onde tambem foi uma das locações de O Senhor dos Anéis. Passamos horas por lá caminhando entre montes até o pouco do gelo que restava – para os que não pagavam um passeio completo, claro, pois subindo a montanha havia mais neve. Como estamos sempre na tentativa de não precisar gastar muito e aproveitando o máximo, curtimos o que foi possível e valeu a pena. Apoó esse passeio, já um tanto cansados, resolvemos ir para o  minúsculo vilarejo de Fox Glacier. Chegamos por volta das 16h e, desta vez, resolvemos todos posar em um backpecker, após dias dormindo no carro. Como estávamos em um lugar em que tudo fechava cedo e os poucos restaurantes, muito caros, ficamos no miojo com tuna feitos na cozinha do backpecker. Cama, finalmente, para dormir! Amanhece domingo, e a chuva e o mau tempo deram as caras durante o dia todo. Gostaríamos de ver e conhecer melhor os alpes do Fox Glacier mas a chuva constante fez com que esse passeio fosse resumido.

Seguimos viagem em uma estrada chuvosa, aparentemente linda se houvesse sol e um tanto solitária pois nao havia muitas cidades no caminho. Falar nisso, algo que há aqui na Nova Zelândia são cidades pequenas que praticamente tem a rua principal, a estrada. O `centrinho` da cidade, lojinhas, subway e KFC, são ali. Enfim… seguindo viagem, após algumas boas horas na estrada e paisagens perdidas pelo mau tempo, chegamos a Lake Wanaka. O máximo foi jantar um subway e estacionar para dormir. O dia clareia e o desenho se faz. Sol, céu limpo, lago Wanaka espelha os Alpes nevados ao fundo… Ali praticamos nosso primeiro esporte radical aquático da viagem: pedalinho!!!!…hehehe… Depois de muitas fotos naquele belo cenário, seguimos para a famosa Queenstown. Mas antes, passamos  no Puzzle World, um lugar divertido e diferente com um visual explicável apenas por foto. Lá tem uma sala de jogos com puzzles, ou seja, jogos divertidos que exigem um certo nível de raciocínio, for free (e o que tinha que pagar deixamos para uma outra vez.. hehe). Isso entre outros divertimentos do lugar.

 

Bom, chegamos a Queenstown apos uma viagem com um visual sem igual no mundo. Por Queenstown, capital mundial do esporte radical, os dias que seguiam à frente, prometiam. Eu e o Preto acabamos optando por uma trip off road em uma empresa que faz tour, de Land Rover, por locais que não há como chegar de carro normal. Ah, sim, os locais são algumas locações de O Senhor dos Anéis, para variar! Hehe… Em um momento havia um local em que, no filme, aparecia por segundos, e o guia perguntou se alguém sabia que cena era, eis que o Preto acerta! O guia se impressiona, pois nunca ninguém havia acertado! A tour passou por rios, vimos locais realmente cinematográficos, cenários montanhosos ao redor de Queenstown  de difícil acesso… enfim, valeu a pena! Já a gurizada preferiu mais adrenalina mesmo! As gurias, pára-quedas, e os outros guris, Bungyjump. Os caras estão bobos até agora… acordam gritando `3, 2, 1, Bungy!!!!`

 

Quinta-feira chega, mais estrada pela frente até Milford Sounds, um dos lugares mais bonitos da Nova Zelândia, só que… chuva!!! em boa parte da estrada até o Milford. Nessa estrada, em um dos momentos, passamos por um túnel que desce por dentro de um dos Alpes. Chegando ao outro lado… branco, tudo branco, estávamos dentro de um nevoeiro muito forte. Bom… velocidade reduzida até nossa próxima parada. É… o passeio de barco pelo Milford Sounds foi debaixo de chuva pelo lago espelhado (que com mau tempo não tem reflexo algum) e montanhas. Durante esse passeio o capitão avisa que ali chove "apenas" 200 dias por ano. Enfim, um tanto frustrados, estrada novamente.

Desta vez, na pilotagem, mais uma vez o Preto, pois o Nic já estava um tanto enjoado de dirigir. Ah sim, já foram mais de dois mil kilômetros percorridos. Falar nisso, me lembra gasolina… aqui há algumas pecualiaridades: a gente mesmo que abastece o carro e depois vai lá pagar, dentro da lojinha de conveniências; passamos por postos em que havia placas dizendo que o próximo só a 120Km. Nao há postos nas estradas, só nas cidades, ou seja, se tiver um azar (ou sorte) de dirigir em locais `descivilizados`, o bom é estar sempre de tanque cheio; e a gasolina custa, em média, 1.53 dolares por litro.

Voltando à trip, descendo mais ao sul, os Alpes ficaram para trás, e campos com ovelhas, muitas ovelhas, nos acampanham pela estrada (comentam que há mais ou menos 14 ovelhas por habitante na NZ, depois de passar por essas estradas, a impressão é que há umas 30, se não mais!!!!). Enfim… chegamos na penúltima cidade do país, Ivercagill. Sem saber nada de lá, estacionamos em frente a um parque.

Aqui, os parques e jardins sao extremamente cuidados. Neste, que era um tanto extenso, havia vários locais temáticos: jardins, aviário, mini-zoológico, e longas pistas de caminhada bem cuidadas e arborizadas. Isso de graca, claro. No parquinho para as criancas havia até pistola dágua para elas brincarem. Além de brinquedos como um balanço adaptado para cadeirantes. Bom… após um passeio pelo parque, fotos e tudo mais… janta: um miojão no fogareiro.

 Sexta-feira amanhace, rumo a Bluff, uma cidadezinha pacata, mas a mais ao sul da Nova Zelândia. Chegamos ao ponto mais próximo do Pólo Sul. Dali seguimos a Dunedin, a provável segunda ou terceira maior cidade da Ilha Sul. E aqui estamos nós, conhecendo essa city com cara de Europa, pela sua arquitetura e herança escocesa.

Após um dia e meio em Dunedin, uma cidade tipicamente européia, chegamos a Christchurch. Uma das maiores cidades da Nova Zelândia, mas infelizmente, uma das mais mal cuidadas. Foi estranho, pelo fato de que todas as cidades têm um cuidado muito grande com limpeza e com os parques, mas em Christchurch isso deixa a desajar um pouco. E mais um detalhe: é que essa cidade lembra, demais, Porto Alegre.

Bom… dois dias em Christchurch e a trip chegou ao fim, após após praticamente duas semanas na estrada, que se passaram muito rápidas, e mais de 2500km rodados por estradas neozelandesas. E daqui para frente, God only knows!

 

Nícholas (Nic) e Vinícius (Preto) Fonseca são alunos de Jornalismo e de Publicidade e Propaganda da UNIFRA. Guilherme Fernandes formou-se em janeiro deste ano em Ciências da Computação na UNIFRA e foi para a Nova Zelândia logo em seguida.

Para ver mais fotos da viagem, acesse http://www.flickr.com/photos/nicfonseca