A Mostra Cultural Futura “Por que democracia” encerrou sua participação no Santa Maria Vídeo e Cinema com o seminário: “Cultura audiovisual, cidadania e transformação social”. Os palestrantes foram os cineastas Buca Dantas, Valter Filé e o homenageado nacional do festival, Giba Assis Brasil.
Durante o SMVC a Mostra Cultural apresentou filmes na Cesma, nas tardes de segunda a quinta e, na sexta-feira, o seminário. Na palestra, os cineastas resumiram suas trajetórias. Buca Dantas, do Rio Grande do Norte, hoje trabalha no Cinema Processo, criado em 2006. Sua carreira no áudiovisual começou na década de 90, quando criou com mais cinco colegas a TV Garrancho. O grupo viajou pelo nordeste para fazer documentários. Depois cada um seguiu seu caminho e Buca, o jornalismo. Trabalhou na TV Globo, mas confessa gostar mais de cinema: “Já fiz um curta-metragem que custou R$ 15,00”. Segundo ele, o Cinema Processo é um provocador de discussão entre realizadores, meios de divulgação e receptores.
Foi com o filme “Ilha das Flores” que a Cooperativa se transformou na Produtora Casa de Cinema: “Foi após a exibição do filme no festival de Berlim que obtivemos reconhecimento”, conta Giba. A Casa de Cinema produziu o especial para a Rede Globo “Comer, amar e morrer”, que será exibido em dezembro. Além disso, estão em fase final do filme “Antes que o mundo acabe”, de Ana Azevedo.
Os filmes brasileiros têm investimento, “mas são pouco assistidos, vivemos o impasse da distribuição”, lamenta Giba. “A mudança da cultura faz com que as pessoas vão menos ao cinema também”, complementa.
A mostra de documentários e o seminário foram trazidos ao festival em parceria com o Canal Futura . Encabeçada pela BBC de Londres, a idéia do intitulado Why Democracy? (Por que Democracia?) é reunir emissoras de televisão de todo o mundo para transmitir documentários e então discutir em cadeia global um tema bastante complexo: a democracia.