Com mais de 400 anos de história, as Reduções Jesuíticas atraem turistas para o noroeste do Estado. Foi com o tratado de Madrid que a região passou a pertencer à Espanha. Para catequizar os habitantes da região, a Companhia de Jesus, da Igreja Católica, veio para o Rio Grande do Sul. Os padres Jesuítas conquistaram a confiança dos índios guaranis e fundaram os Sete Povos das Missões: São Miguel das Missões, São Nicolau, São Lourenço, São Luiz Gonzaga, São Borja, São João Batista e Santo Ângelo. São Borja foi a primeira redução a ser fundada, em 1682, e Santo Ângelo Custódio, a última.
Fundada em 1706, Santo Ângelo é a capital das Missões. Só na cidade, onze pontos turísticos fazem parte da cultura local. Como incentivo ao turismo, a região recebeu verbas do governo federal e o centro histórico da cidade passa por uma revitalização. O Museu Municipal Dr. José Olavo Machado (foto à direita) foi re-inaugurado, há pouco mais de um mês, após a reforma. A Praça Pinheiro Machado, onde se localiza a Catedral Angelopolitana (acima), maior atrativo da cidade, foi remodelada e em breve estará pronta. A Catedral, que está fechada para restauração há quase dois anos, será reaberta em outubro.
Só no ano passado, foi registrada a visita de 83.873 turistas na cidade. O número de turistas foi superior ao de habitantes, cerca de 80 mil. Até 2006 eram computados apenas os visitantes do museu. Segundo a responsável pelo museu da cidade, a professora Clotilde Mousquer Farias, recebem visitantes de variadas faixas etárias. Excursões de aposentados são freqüentes, como as de estudantes: “Os estudantes que vêm com as escolas são de maioria do Ensino Fundamental, por fazer parte do currículo o estudo das Missões. Já os universitários são dos cursos de História e de Artes”. Há 14 anos no museu, Clotilde destaca que é dada ênfase na história local, inserida na história das Missões.
Mas, sozinha a cidade não sobreviveria do turismo. Segundo o Secretário de Turismo, interino, da cidade Luís Carlos Benites de Lima: “Para o turismo é necessário fazer parcerias”. Para isso, foi criado em 2002 o projeto Rota Missões. Com apoio da Fundação Missões, que tem participação ativa de 25 prefeituras da região, o projeto incentiva o turismo, agronegócio e artesanato locais. O mais novo plano turístico é o Iguassu Missões. O roteiro inclui 30 povos, que habitavam a região no sul do Brasil, Argentina e Paraguai. Na praça (foto ao lado), também foi construído um caminho de pórticos no qual estão escritos os nomes dos povoados.
Como qualquer negócio, o turismo precisa de investimento. A Fundação, através de consultores e empresários, e o Ministério do Turismo, que possui ligação com as prefeituras, viabilizam viagens para divulgar o turismo missioneiro em feiras mundiais de turismo. Lima explica que: “O mínimo é correr atrás para ‘vender’ o turismo”. Ele também conta que, em breve, virá um grupo de turistas do Japão.
As Missões Jesuítico-Guaranis fazem parte do Patrimônio Histórico e Cultural do Brasil, segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o IPHAN. A Redução de São Miguel das Missões é considerada Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO.
Fotos: Alice Dutra Balbé