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Violência infantil em debate

Crianças impunes, humilhadas e estigmatizadas pela violência e pelo deficiente esquema de segurança no Brasil. Este é o triste cenário que foi debatido, na segunda palestra desta manhã, do I Curso de Formação de Profissionais da Educação. Baseado no projeto Escola que Protege, o curso qualifica profissionais da educação para identificar e trabalhar na redução da violência contra a criança e o adolescente.

 

A palestra, proferida pela psicóloga e consultora em projetos sociais, Elizabeth Vieira Gomes, expôs que mesmo após 18 anos de existência do Estatuto da Criança e do Adolescente, os números da violência são alarmantes. São inúmeros casos de pais envolvidos com negligência, abuso sexual e violência psicológica registrados no Conselho Tutelar, Ministério Público e juizado. “O contexto da violência sempre existiu, o que havia era um ‘pacto de silêncio’. Hoje o a discussão é mais aberta”, afirma Elizabeth.

A palestrante apresentou dados com base numa pesquisa realizada por ela sobre a qualidade da educação pública no país. Ela acompanhou casos de 160 famílias. A psicóloga conta que o que mais a impressionou durante o processo foi a observação de que a maioria dos casos de violência era entre famílias de classe média: “A violência independe de classe, apesar de crianças de menos condições financeiras estarem mais expostas aos perigos. Isso me instiga”.

O começo da pesquisa foi realizado nas escolas. Lá, Elizabeth conseguiu as principais informações de que precisava para encontrar os problemas. “O grande segredo foi ouvir as crianças e demonstrar minha preocupação”, afirma ela. Com questionamentos como: o que o aluno está querendo dizer quando transgride as regras? Quando não vai à aula? Quando não gosta da escola? Quando picha os muros? A psicóloga tentou achar respostas para a questão da violência.

A palestrante chegou a algumas conclusões. De acordo com ela, a convivência conturbada dos pais e a falta de interação entre a escola e a família são situações que refletem o comportamento da criança e do adolescente e, por conseqüência, da violência dentro de casa. “Falta tempo, diálogo e um olhar diferenciado dos profissionais da educação”, assinala Elizabeth. Outro fator fundamental que ela aponta na fala é sobre a denúncia. Para ela, denunciar é o primeiro passo para reverter o quadro da violência.

O I Curso de Formação de Profissionais da Educação vai até a próxima sexta, 31 de outubro, no salão de eventos do Itaimbé Palace Hotel e conta com a organização do Grupo de Estudo e Pesquisa sobre Formação Inicial, Continuada e Alfabetização (GEPFICA) da UFSM.

 

Confira a programação completa e mais informações no site.


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Crianças impunes, humilhadas e estigmatizadas pela violência e pelo deficiente esquema de segurança no Brasil. Este é o triste cenário que foi debatido, na segunda palestra desta manhã, do I Curso de Formação de Profissionais da Educação. Baseado no projeto Escola que Protege, o curso qualifica profissionais da educação para identificar e trabalhar na redução da violência contra a criança e o adolescente.

 

A palestra, proferida pela psicóloga e consultora em projetos sociais, Elizabeth Vieira Gomes, expôs que mesmo após 18 anos de existência do Estatuto da Criança e do Adolescente, os números da violência são alarmantes. São inúmeros casos de pais envolvidos com negligência, abuso sexual e violência psicológica registrados no Conselho Tutelar, Ministério Público e juizado. “O contexto da violência sempre existiu, o que havia era um ‘pacto de silêncio’. Hoje o a discussão é mais aberta”, afirma Elizabeth.

A palestrante apresentou dados com base numa pesquisa realizada por ela sobre a qualidade da educação pública no país. Ela acompanhou casos de 160 famílias. A psicóloga conta que o que mais a impressionou durante o processo foi a observação de que a maioria dos casos de violência era entre famílias de classe média: “A violência independe de classe, apesar de crianças de menos condições financeiras estarem mais expostas aos perigos. Isso me instiga”.

O começo da pesquisa foi realizado nas escolas. Lá, Elizabeth conseguiu as principais informações de que precisava para encontrar os problemas. “O grande segredo foi ouvir as crianças e demonstrar minha preocupação”, afirma ela. Com questionamentos como: o que o aluno está querendo dizer quando transgride as regras? Quando não vai à aula? Quando não gosta da escola? Quando picha os muros? A psicóloga tentou achar respostas para a questão da violência.

A palestrante chegou a algumas conclusões. De acordo com ela, a convivência conturbada dos pais e a falta de interação entre a escola e a família são situações que refletem o comportamento da criança e do adolescente e, por conseqüência, da violência dentro de casa. “Falta tempo, diálogo e um olhar diferenciado dos profissionais da educação”, assinala Elizabeth. Outro fator fundamental que ela aponta na fala é sobre a denúncia. Para ela, denunciar é o primeiro passo para reverter o quadro da violência.

O I Curso de Formação de Profissionais da Educação vai até a próxima sexta, 31 de outubro, no salão de eventos do Itaimbé Palace Hotel e conta com a organização do Grupo de Estudo e Pesquisa sobre Formação Inicial, Continuada e Alfabetização (GEPFICA) da UFSM.

 

Confira a programação completa e mais informações no site.