A fila que se formou em frente à Associação dos Transportadores Urbanos de Passageiros de Santa Maria, a ATU, nesta semana, não era apenas para mais uma retirada de passagens. As pessoas querem aproveitar o valor de R$ 1,80. Mas não é uma promoção relâmpago. A partir de domingo, 22 de março, o valor da passagem do transporte urbano coletivo passa para R$ 2,00. Também sofre alteração o valor da passagem do transporte seletivo que de R$ 2,25 passa a custar R$ 2,50.
Muitas pessoas aproveitaram para comprar passagens em grande número por um valor mais baixo. Foi o caso da doméstica Maria Marques, 45: “Vim correndo comprar as passagens enquanto ainda estão mais baratas”.
Apesar de ser visível o aumento na procura de passagens neste mês, principalmente após o anúncio de que as tarifas subiriam, dados oficiais ainda não foram apresentados. Segundo o presidente da ATU, Luiz Fernando Maffini, o relatório de vendas do mês de março só será divulgado na semana que vem e, para chegar-se à conclusão de que houve um crescimento significativo nas vendas, este relatório deverá ser comparado com o de março de 2008. “O mês de março costuma ser bem movimentado mesmo, no que se refere à venda de passagens. Não creio que o reajuste dos preços seja o principal motivo do aumento na procura; se é que esse aumento existe”, afirmou.
Outro assunto que causou apreensão em muitos usuários de transporte público foi o boato de que a venda de passagens no período pré-reajuste obedeceria a certos limites. Maffini contestou a informação e disse que as vendas prosseguem normalmente.
Pode ser que a situação especial dos estudantes que aguardam a confecção da carteira da ATU tenha confundido algumas pessoas. Enquanto esperam a carteira, os estudantes podem retirar suas passagens mediante um protocolo. Mesmo assim, o número de passagens por estudante varia de acordo com a necessidade de cada um, podendo ser de 25, 50 ou 75 para os que utilizam o transporte com mais frequencia.
Uma boa notícia para os estudantes é que eles podem comprar suas passagens ainda com a tarifa velha (R$ 0,90) até o dia 21 de abril, garante o presidente da ATU.
O que pensam os passageiros
A estudante Nathana Descovi, 16 anos, utiliza o transporte urbano para ir até o colégio. Ela mora no bairro Salgado Filho e estuda na Escola Coronel Pilar. Nathana considera o valor da passagem alto: “Pego ônibus todo dia para ir e voltar da escola, mais os dias que tem educação física à tarde, são mais duas idas e voltas extras durante a semana”.
O estudante de Filosofia Valmir Junior Jochem, 19 anos, costuma utilizar ônibus nos fins-de-semana quando trabalha para a Pastoral da Igreja: “É complicado falar sobre o aumento da passagem porque o salário não aumenta. Isso afeta os trabalhadores”.
Moradora do bairro Tancredo Neves, Cláudia Alves, 40 anos, foi ao ATU comprar vale-transporte para a filha: “Ela é estudante, precisa todo dia. O preço que está, seria melhor”. A dona de casa Loreni Peixoto, 43 anos, também buscava passagens pelo preço ‘antigo’. Os dois filhos estão na escola e dependem do ônibus: “A diferença no valor dentro de casa vai existir”.
A aposentada Marli Winckler, 65 anos, comprava passagens para o neto de 10 anos. “O aumento é brusco. A maioria das pessoas não tem aumento de salário e a passagem sobe de uma vez R$ 0,20. Além disso, só podemos pegar 25 passagens, logo terei que comprar mais com o valor ajustado”.
Nas paradas de ônibus…
A estudante Regina Weber, 19 anos, conta que na última segunda-feira esperou 1h na fila para comprar passagens com valor antigo. A moradora do bairro Camobi, diz que achou valor alto, mas temia um aumento ainda maior. “O pior é para quem não pode pegar as passagens com o desconto”, observa Regina.
O estudante Giovani Moreira, 16 anos, também morador de Camobi, compara o preço da passagem da cidade com o transporte até Itaara: “Acho caro pagar R$1,80, R$2 é muito! Para Itaara a passagem custa R$ 1,40. Para andar em Santa Maria o preço é alto, eu pego vale- transporte e mesmo assim acho muito”.
Morador do bairro Passo das Tropas, Gláucio Antunes Silva, 34 anos, diz que em consideração ao tamanho da cidade e a distância percorrida o valor da passagem ficou ainda mais caro: “Não pego ônibus todo dia porque para mim vale mais a pena vir de carro. Eu pago R$ 1,63 pelo litro de álcool, ando bem mais e não dependo do horário do ônibus”.
O estudante Arlei dos Santos Moraes, 23 anos, revela que costuma andar a pé: “Também por economia, mas não acho justo o preço para quem depende do transporte”.
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Fotos: Evandro Sturm (Laboratório de Fotografia e Memória)