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Na manhã desta quarta-feira, 24, foi realizada uma mesa-redonda no conjunto I da Unifra sobre as consequências do tabagismo para o organismo. A campanha se deve a um pedido da reitoria, que constatou que é grande o número de fumantes na instituição.
Os alunos e professores da GEMA, agência de Publicidade da Unifra, fizeram uma pesquisa com os próprios alunos fumantes para saber o que poderia levá-los a deixar o vício. Segundo Mariana Guma, "eles só deixariam de fumar no momento em que acontecesse alguma coisa no corpo deles”. Com esta abordagem foram feitas fotos com pessoas que apresentam a mesma faixa etária e que mostram as consequências do uso do cigarro além de lembrarem alguns cursos oferecidos pela instituição.
Antigamente o cigarro era associado à beleza, ao poder, ao esporte. Era muito veiculado pela mídia, o que não acontece nos dias de hoje, pois é proibido por lei. O número de brasileiros que faz uso do cigarro, no entanto, cresce a cada dia – cerca de 70% são homens – e a porcentagem de jovens e mulheres tem aumentado gradativamente. Conforme a professora do curso de farmácia da unifra, Adriana Carpes, morrem por ano 5 milhões de pessoas no mundo, ou seja, a cada 6 segundos morre uma pessoa em decorrência de alguma doença relacionada ao cigarro. No Brasil esse número é de 200 mil por ano.
Um cigarro tem 4.720 substâncias identificadas e, entre essas tantas, a que causa a dependência é a nicotina. Mesmo com o aumento do IPI sobre o tabaco – um maço que antes custava R$ 2,40 passou para R$ 4,75 – não diminuiu o consumo.
Para a professora de Nutrição, Cristina Moraes, a pessoa que resolve deixar o cigarro sofre uma crise de abstinência na qual os sintomas são ansiedade, irritabilidade, alterações metabólicas e compulsão alimentar. “Essa compulsão nas mulheres faz com que elas voltem a fumar devido ao aumento de peso”, enfatiza.
As doenças mais vistas pelos fisioterapeutas são as DPOC, doenças pulmonares obstrutivas crônicas, como a bronquite e enfisema, esclareceu a professora Vivian Antunes. “Quanto mais tempo fumou, maior a relação com a doença. Menores de 15 anos que começam cedo a fumar terão mais riscos do que alguém que começou com 25 anos.”
Um outro tipo de patologia muito comum em fumantes é o câncer de boca, o 7º no ranking das doenças. A professora de Odontologia e cirurgiã-dentista Kívia Ferrazzo, explicou que no cigarro existem 43 agentes carcinogênicos (causadores do câncer) e esses agentes são iniciadores e promotores de vários tipos de câncer que o tabaco causa. “O uso do álcool mais o cigarro causa cerca de 50% mais de chances de se ter câncer na boca do que só o uso do cigarro; e para as mulheres o consumo do tabaco junto com o uso de anticoncepcionais também não é uma boa união, podendo ocasionar AVC, acidente vascular cerebral”, revela Kívia.
Para conseguir deixar o vício é importante a participação da família e também um vínculo do paciente com o profissional, assegura Vera Barcelos, terapeuta ocupacional e docente da instituição.
Além da participação familiar a pessoa também necessita de motivação para mudar, sendo incentivada por informações, impacto, responsabilidades sobre que o uso da droga causa. Em termos de motivação a participação da família é muito importante porque ela ajuda o paciente a melhorar. “O tratamento nunca vai ser só com uma pessoa, a pessoa pode ser a principal do tratamento, mas tu trazer a família para junto de ti é muito importante”, é o que garante Vinicius Dornelles, professor de Psicologia da Unifra.
Quem tem interesse em largar o vício, saiba que existe tratamento. Podem ser usados adesivos, substâncias farmacológicas e também há necessidade de um acompanhamento profissional de um p
sicólogo ou psicoterapeuta. Conforme Evanir Melo, enfermeira responsável pelo Laboratório do Tabagismo, os pacientes que são encaminhados ao laboratório recebem acompanhamento profissional e tratamento para que consigam largar o vício. “Uma demanda muito grande é encaminhada do HUSM, de pacientes cardiopatas, com câncer, já que são aqueles que precisam muito”, conclui.
E para aqueles que são fumantes passivos, o risco de ter as mesmas doenças que os fumantes também é grande, pois ao inalar a fumaça que é liberada pelo cigarro, respiram as substâncias que contém o produto. Já o fumante as recebe filtradas através do filtro do cigarro.
Fotos: Assessoria de Comunicação da Unifra