A crise iniciou nos Estados Unidos e justificou o título de potência econômica e política do país ao envolver a economia global. O setor imobiliário, os empréstimos sem comprovação de renda, a liberação de cartões de crédito, segundo o ex-governador, afundaram ainda mais a economia do país que contribuiu com a quebra de bancos.
O Brasil foi um dos últimos países a integrar a lista dos afetados pela crise mundial. Em 2008, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 5,1%, explica Rigotto, ao comentar sobre a “marolinha” dita pelo presidente Lula: “Ele sabia que a crise chegaria, mas queria evitar a palavra ‘crise’ para não diminuir o consumo”.
Baixar Imposto de Produto Industrializado (IPI) sobre automóveis e dos produtos da linha branca, os eletrodomésticos, foi a medida que o governo federal encontrou para incentivar o consumo dos brasileiros. Germano Rigotto defende essa medida e complementa: “Os juros subiam, freava o consumo, faltava investimento e aumentava o desemprego. Hoje os juros caem, o que ativa a economia. O Brasil tem condições de sair estabelecido da crise”.
Rigotto cita como exemplo o setor automotivo: “A produção e venda dos veículos nos EUA diminuiu em 38%, na Alemanha 14% e no Brasil foi pouco mais de 8%, muito inferior ao resto do mundo. Segundo as concessionárias, estima-se que 200 mil veículos deixariam de ser vendidos se não houvesse a redução do IPI".
O desemprego aumentou em todos os países, o que causou problemas a imigrantes, como os brasileiros que estavam no Japão. Para Rigotto, a crise atingiu o processo de globalização: “Os países se fecham de novo e volta a xenofobia”.
O tema geral da Semana da Câmara é “preservação do meio ambiente”. Para Rigotto é fundamental haver separação do lixo: “Em vários países existem usinas de reciclagem, outros utilizam o lixo para produzir energia”.
Rigotto também defendeu o transporte ferroviário por poluir menos, mas disse que é importante fabricar carros porque é um setor empregatício que envolve fabricação, venda e revenda. “Santa Maria era pólo ferroviário, as linhas devem ser preservadas e revitalizadas. O governo e a iniciativa privada devem investir nesse transporte”, complementa.
Foto: Rogério Gomez (Laboratório de Fotografia e Memória)