Não, são apenas aptidões ou preferências que direcionam vestibulandos
homens e mulheres para determinados cursos com um tradicional “perfil
de gênero”. E os candidatos afirmam: é coisa de homem; é coisa de
mulher.
O vestibular de verão
2010 da Unifra registrou essa dicotomia. Exemplos claros podem ser os
cursos de Nutrição e Sistemas de Informação. Esse com maioria
masculina. Aquele com predominância de mulheres.
Por fatores histórico-culturais, por convenção ou mesmo por aspectos genéticos, a verdade é que essa separação existe. O homem, sempre associado à facilidade inerente que possui em dominar as ciências exatas; a mulher associada à saúde, à educação, à estética.
A que fator você atribui o fato de que alguns cursos detém uma maioria só de homens ou só
mulheres? Você considera positiva ou negativa essa homogeneidade ?
Lucas Corrêa, 23-
vestibulando de Sistemas de Informação: “A área é voltada ao
computador, área exata e mulher não tem esse hábito de ficar presa. Na
turma elas não vão fazer falta, pois aqui é mais voltado para o estudo.
Na rua sim!"
Rafael Rissetti, 23-
vestibulando de Sistemas de Informação: “A informática é coisa que
chama mais atenção de homem. Mas é comum encontrar faculdades assim. Eu
quando me inscrevi já estava preparado, amigos fazem o curso e relatam.
É relativo ter mais homem ou mulher na turma”.
Priscila Trindade
Flores, 17- vestibulanda de Nutrição: “Acho que a procura é maior por
mulheres no curso de Nutrição porque é mais coisa de mulher, ela se
preocupa mais com alimentação, saúde e estética. Sentirei falta de ter
colegas homens, pelas experiências e pelos assuntos. Eu adoro futebol
por exemplo, e quem gosta geralmente são os homens”.
Djavan Deives
Oestreich, 16- vestibulando de Sistemas de Informação: “O sexo masculino
é mais ligado à informática. Acho negativo porque elas não estão muito
no mercado de trabalho. Na turma, farão falta pois qualquer homem vai
sentir falta do contato feminino”.
Fabiane
Hickmann, 21- vestibulanda de Nutrição: “A mulher se preocupa mais com
o corpo, quer novas oportunidades, quer emagrecer. Acho que não
influencia ter mais ou menos colegas homens. Mas muita mulher junta é
um caos!”
Francieli Minozzo,
21- vestibulanda de Nutrição: “Acho que o curso está vinculado ao lado
feminino. Por exemplo, a mulher vai lá, procura uma nutricionista e
quer fazer dieta, o que não é coisa de homem. Eu já escolhi um curso
com maioria de mulheres, e considero melhor, pois somos mais estudiosas
e cabeça no lugar”.
Nilson Silva
Vieira, 22- vestibulando de Sistemas de Informação: “Na realidade é uma
área muito exata e lógica. O cara tem que se dedicar e passar horas no
computador e isso não combina muito, não é coisa de mulher. Mas acho
que sentirei falta de ter colegas mulheres no curso, até para um
debate, discussão em sala de aula . Seria ideal fazer festas entre os
cursos de Nutrição e Sistemas de Informação”. (risos)
Obs: As fotos mostram as salas de aula onde foram realizadas as provas do Vestibular da Unifra para os cursos de Nutrição e Sistemas de Informação, respectivamente, onde a maioria é de mulheres numa e de homens noutra.
Fotos: Diego Fontanella (Laboratório de Fotografia e Memória)