da água, de 1997, a água não pode ser direcionada para um único setor com exceção
de uma situação de escassez. Nesse caso, a prioridade é o abastecimento humano.
Como a água não é privada e não poder ser priorizada para um setor surgem os
conflitos, disputas entre dois ou mais usuários de água de um mesmo manancial,
seja em termos de quantidade ou qualidade.
Normal
0
21
false
false
false
PT-BR
X-NONE
X-NONE
MicrosoftInternetExplorer4
“Conflitos por Uso Múltiplos da água no Brasil” foi o tema da
palestra ministrada por Joaquim Guedes Corrêa Gondim Filho no
terceiro
dia do Simpósio Comemorativo dos 10 Anos do Curso de Engenharia
Ambiental.
O palestrante frisa que não há água privada. Existem
dois tipos de domínio de rios: os rios do Estado, que são maioria no nosso país
e caracterizam-se por ter a nascente e foz dentro de um Estado; e os da União, que
são rios com fronteira com outros países e os que atravessam Estados.
“A demanda vem sendo
maior que a disponibilidade e estamos perdendo parte dessa disponibilidade por
causa da poluição”, explica.
Joaquim fala que a maior parte do sistema elétrico do Brasil
é a partir de hidrelétricas, que dependem de quando, onde e quanto chove. O
usual quando falta energia é que houve falta de água.
Embora a água tenha distâncias viáveis para abastecer, que
seriam mais ou menos até 100km de um manancial, tornando assim a água uma
questão local, as hidrelétricas não funcionam da mesma maneira. “Hoje se tiver um racionamento, todos irão sentir”, enfatiza
o palestrante.
O Brasil aproveita a sua diversidade climática para produzir
energia para a região que não tem chuvas, assim se não chove em uma região,
onde está chovendo fica encarregado de produzir energia para este lugar também.
Com cada vez mais períodos extremos, muita chuva ou seca, os
reservatórios tem sido tema de discussões. Embora com os reservatórios não haja
seca na região, as cheias também não ocorrem tão intensamente. Isso muda o
regime dos rios e questões ecológicas surgem, como a reprodução dos peixes.
“Dizem que vai ocorrer uma Guerra da Água, não duvido, mas
antes vai ocorrer uma guerra local, invisível. Quando o assunto é água temos
que pensar “globalmente”, no âmbito de toda a bacia, antes de se agir
localmente”, diz Joaquim.
Fotos: Bruno Mello e Carina Rosa (Laboratório de Fotografia e Memória)