Quem lembra do marceneiro Gepeto, que fabricava brinquedos e criou um boneco, o Pinóquio, para lhe fazer companhia? A Oficina de Restauração de Brinquedos faz algo semelhante, só que são crianças que restauram brinquedos que mais tarde vão alegrar e fazer companhia a outras crianças.
A oficina funciona no Colégio Santa Maria e são os próprios alunos, a partir da sexta série, integrantes da Pastoral Juvenil Marista (PJM), que se reúnem quinzenalmente na sala da oficina para selecionarem e trabalham na restauração dos brinquedos quebrados. Boa parte desses brinquedos são doados pelas séries iniciais e até alguns professores ajudam nesse projeto.
A idéia surgiu há três anos, com o propósito de montar brinquedos de madeira. O trabalho não decorreu como o esperado e o grupo observou que a maioria dos brinquedos estragados iam fora, reflexo da cultura do desperdício presente em nossa sociedade. A partir dai a idéia foi reformulada, realizaram uma campanha para arrecadar brinquedos, consertá-los e depois doá-los a outras crianças.
Hoje são arrumados todos os tipos de brinquedos, mas Edemir João Dal Bem, coordenador do serviço da Pastoral, conta que o que mais restauram são bonecas e carrinhos.
“A Oficina possui um padrão de qualidade, todos os brinquedos são limpos com álcool e embalados e ano passado entregamos mais de 500 brinquedos para a comunidade”, explica o coordenador.
Antes os brinquedos eram somente distribuídos em datas comemorativas como Natal, Páscoa, Dia das Crianças. Agora independe desses períodos.
No ano passado a Turma do Ique recebeu vários brinquedos que a Oficina restaurou. No dia 6 desse mês, os alunos fizeram uma festa no Ique para as crianças com câncer. Os alunos que participam do PJM entregaram brinquedos consertados, recém “saídos de fábrica” para as crianças. Dessa vez a comunidade doou os brinquedos para o conserto.
“As doações são feitas para as instituições com que o grupo possui relação de trabalho voluntário, como a Turma do Ique, Sociedade Espírita Luz no Caminho, Dr. Fernando do Ó, e estamos iniciando esse trabalho com o Lar de Joaquina”, conta Edemir Dal Bem.
Fotos: Jéssica Martini (Laboratório de Fotografia e Memória) e arquivo da Turma do Ique