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Flávio Brasil lança livro escrito em Braille

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No Livro Livre do penúltimo dia da Feira do Livro, sábado, o bate-papo foi com o músico, compositor, poeta e publicitário Flávio Brasil. 

Flávio autografou na Feira do Livro seu livro Poesia Sentida.  O livro foi lançado em fevereiro de 2009 e é o primeiro livro do Brasil em tinta, braille e áudio. “Eu chamo de trilíngue”, diz o escritor. Poesia Sentida é uma coletânea de 50 poemas impressos em tinta com 25 deles em braille e 25 em áudio.

Segundo Flávio, o livro foi feito em tinta e com Braille embutido em cima do texto e por isso o autor o qualifica como um livro de extrema inclusividade. Embora o título de sua obra seja "Poesia Sentida” e tenha essa técnica implantada nele, diz que a temática não trata sobre cegueira e, sim,  de maneira sutil e filtrada, de suas coisas pessoais.

Flávio Brasil contou que em 2002, quando participou de um concurso literário em Porto Alegre, as pessoas lhe disseram para publicar um livro de poesia. “Não queria, além de derrubar um monte de árvores, poesia adulta encalha, o que vende é poesia infantil”, explica ele.

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Na conversa também comentou sobre o ensino de literatura nos colégios para cegos. “Para mim foi insuficiente. Ensinam-te que poesia é um monte de frases rimadas idiotas e sem conteúdo. É difícil aprender literatura, ainda mais para um cego”, diz o escritor. Flávio não conhecia o braille. Decidiu lançar um livro, e que fosse em braille, porque se deparou com um motivo para publicar que não fosse só realização do próprio ego e que fosse mais útil para outras pessoas. “É incrível como o cérebro consegue essa adaptação e só pelo tato distinguir as palavras, é algo mágico”, comenta. 

Quando questionado pelo público se se sentia incentivado a escrever o próximo livro contendo o braille, o escritor respondeu que financeiramente não, pois sem patrocínio é impossível e só o livro em braille custou 40 mil reais. Contudo, a realização de ser bem recebido quando lança seu livro não tem preço e é seu incentivo.

Depois de encerrada a conversa, a professora de braille, Marli Schimitt realizou uma leitura pelo tato e, após, o vice-presidente da Associação dos Cegos e Deficientes Visuais, Rodrigo Gonçalves, se revezou com Flávio Brasil na leitura de algumas poesias do livro Poesia Sentida. 

 A mediação do bate-papo foi da escritora Selma Nanci Feltrin, que também lançou na Feira um livro infantil em braile.  

 

Fotos: Camilla Guterres

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No Livro Livre do penúltimo dia da Feira do Livro, sábado, o bate-papo foi com o músico, compositor, poeta e publicitário Flávio Brasil. 

Flávio autografou na Feira do Livro seu livro Poesia Sentida.  O livro foi lançado em fevereiro de 2009 e é o primeiro livro do Brasil em tinta, braille e áudio. “Eu chamo de trilíngue”, diz o escritor. Poesia Sentida é uma coletânea de 50 poemas impressos em tinta com 25 deles em braille e 25 em áudio.

Segundo Flávio, o livro foi feito em tinta e com Braille embutido em cima do texto e por isso o autor o qualifica como um livro de extrema inclusividade. Embora o título de sua obra seja "Poesia Sentida” e tenha essa técnica implantada nele, diz que a temática não trata sobre cegueira e, sim,  de maneira sutil e filtrada, de suas coisas pessoais.

Flávio Brasil contou que em 2002, quando participou de um concurso literário em Porto Alegre, as pessoas lhe disseram para publicar um livro de poesia. “Não queria, além de derrubar um monte de árvores, poesia adulta encalha, o que vende é poesia infantil”, explica ele.

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Na conversa também comentou sobre o ensino de literatura nos colégios para cegos. “Para mim foi insuficiente. Ensinam-te que poesia é um monte de frases rimadas idiotas e sem conteúdo. É difícil aprender literatura, ainda mais para um cego”, diz o escritor. Flávio não conhecia o braille. Decidiu lançar um livro, e que fosse em braille, porque se deparou com um motivo para publicar que não fosse só realização do próprio ego e que fosse mais útil para outras pessoas. “É incrível como o cérebro consegue essa adaptação e só pelo tato distinguir as palavras, é algo mágico”, comenta. 

Quando questionado pelo público se se sentia incentivado a escrever o próximo livro contendo o braille, o escritor respondeu que financeiramente não, pois sem patrocínio é impossível e só o livro em braille custou 40 mil reais. Contudo, a realização de ser bem recebido quando lança seu livro não tem preço e é seu incentivo.

Depois de encerrada a conversa, a professora de braille, Marli Schimitt realizou uma leitura pelo tato e, após, o vice-presidente da Associação dos Cegos e Deficientes Visuais, Rodrigo Gonçalves, se revezou com Flávio Brasil na leitura de algumas poesias do livro Poesia Sentida. 

 A mediação do bate-papo foi da escritora Selma Nanci Feltrin, que também lançou na Feira um livro infantil em braile.  

 

Fotos: Camilla Guterres