Em resposta à questão, explicou que é errado pensar o ecossistema só com animais e plantas, porque a natureza tem todos os seus elementos interligados, assim, ecossistema numa visão mais ampla é o planeta Terra.
“Na civilização antiga o Homem tinha uma relação estreita com a natureza porque sabia que sobreviveria dela, mas com o tempo o Homem a modificou. Sabemos que a natureza é sabia e que também se autoprotege. Precisamos de uma nova maneira de pensar e ver o mundo, vendo que o Homem também faz parte desse ecossistema”, diz a professora Hedi.
Ela salienta que a interdependência e interligação de todos os elementos norteiam o conceito de ecossistema; que a enfermagem quando estuda o Homem não pode entendê-lo sem ser num todo. “Recebemos um paciente com gastrite, damos um medicamento para ele e o mandamos para casa. Ao chegar lá ele vê o gato do vizinho na sua casa e se irrita e isso é a causa da sua gastrite. Assim, ele continuará a ter gastrite, porque não estudamos os motivos que o levaram a ficar enfermo”, exemplifica.
Como o ecossistema é um sistema aberto, ele recebe influências externas. Assim a saúde é vista como um ecossistema, em que diversos setores devem trabalhar junto para resultar em um ambiente saudável.
Segundo Heidi, saúde não é só ausência de doenças. Num contexto ecossistêmico, saúde é direitos humanos, condição de ser saudável, desejo de ser feliz, promoção da saúde. A gestão ecossistêmica contribui para promover a saúde, reduzir o aparecimento de enfermidades e reduzir a transmissão de doenças. A meta de trabalhar com o Homem e vê-lo em um contexto ecossistêmico é a qualidade de vida.
“As propriedades das partes só podem ser entendidas dentro de um contexto do todo, temos que ver o mundo numa visão ampla, pois tudo que fazemos nos afeta”, insiste.
Fotos: Luiz Vencato Junior (Laboratório de Fotografia e Memória)