Santa Maria, RS (ver mais >>)

Santa Maria, RS, Brazil

Um jornalista é sempre um contador de histórias

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Incrível o modo como a profissão de jornalista proporciona experiências.
Enquanto profissional você passa a vida toda em busca de novidades, presencia
acontecimentos e conta fatos. Quando você deixa de exercer a profissão, isso
continua, só que de uma maneira diferente. Os fatos descritos são as longas e
curiosas histórias sobre cada matéria feita, os making off’s, os furos, as
gafes e tudo que acompanha essa profissão cheia de adrenalina.

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Em conversa com a turma de Jornalismo Especializado, o cineasta,
jornalista e educador Luiz Alberto Sanz, contou um pouco da sua trajetória
pessoal e profissional. O bate-papo foi uma aula de jornalismo cultural. A
conversa foi um misto de teoria e prática: um verdadeiro ensinamento sobre a
profissão de jornalista cultural e suas implicações.

Jornalismo Cultural em pauta

A relação entre cultura e jornalismo é diferente da que era nos anos 60.
O jornalista cultural, ao analisar uma obra, trabalhava todos os aspectos da
mesma. Segundo Sanz, havia profundidade e uma crítica construtiva quanto ao
material analisado. Atualmente, a superficialidade, fragmentação e
mercantilização da cultura, fazem emergir uma crítica insuficiente, pautada por
interesses econômicos e políticos.

Mas não é só o jornalismo cultural que está por definhar. De acordo com
Sanz, o jornalismo em geral necessita de matérias com análises profundas. Mas
com a redução de espaços dentro dos jornais, o exercício dessa profissão perde
espaço para a propaganda e deixa de investir no aprofundamento das matérias. O
que se vê hoje é o enxugamento das redações e a influência da web no texto
impresso. A matéria jornalística tornou-se um bem de consumo perecível, não
durável

Para Sanz, existem dois caminhos a serem seguidos pelos jornalistas: ser
dominado pelo monopólio da comunicação ou ser um jornalista livre, adepto e
participante de congressos sobre o tema. Um exemplo de resistência, citado pelo
jornalista, é o Centro de Mídia Independente.

A questão do agendamento também foi comentada pelo
jornalista.  A pauta do jornalismo cultural se baseia em eventos. O cerceamento
da cultura é relacionado com os critérios de noticiabilidade da empresa
jornalística, além de interesses econômicos e políticos já citados.

Um militante do Jornalismo

Luiz Alberto Sanz foi um dos fundadores do curso de Comunicação Social
da Universidade Federal Fluminense (UFF) e lecionou na Universidade Gama Filho,
ambas no estado do Rio de Janeiro. Ele é a prova viva de que um jornalista é
realmente um contador de histórias, pois experiências não lhe faltam. Seja na
cena jornalística, cultural ou política, ele relata tudo com muito sentimento. Sanz é anistiado político. Durante a ditadura, exilou-se no Chile e na Suécia, onde
trabalhou em diversos programas de rádio e também no cinema. No Brasil, dirigiu
a rádio MEC, chefiou a reportagem do Rádio Jornal do Brasil AM e a redação do
Jornal de Brasília.

A ligação com a comunicação e a cultura veio do berço. O pai de Sanz era
crítico de cinema e a mãe –  natural de Santa Maria – jornalista, atriz, educadora, que atuou na crítica de teatro entre os anos 40 e 80. Dessa forma, Luiz Alberto Sanz desenvolveu um senso altamente
crítico e reflexivo acerca das coisas e principalmente no que diz respeito ao
mercado de trabalho jornalístico. Na conversa com a turma do 5º semestre de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano (Unifra), um dos questionamentos
levantados por Sanz, foi “como sobreviver à força avassaladora dos grandes
grupos de comunicação”.

Hoje em dia o jornalista está aposentado das agitadas redações. Trabalha
na editora anarquista Achiamé, onde escreve para a revista Letralivre.

Luiz Alberto Sanz está em
Santa Maria durante esta semana para dar aulas no curso de Especialização
em Comunicação e Projetos de Mídia da Unifra
.

Rede Universitária de Rádio

Uma das experiências que o prof. Sanz lembra com carinho é a formação da
Rede Universitária de Rádio que, na década de 90, mobilizou os cursos de
Jornalismo de todo o país para coberturas radiofônicas integradas das reuniões
anuais da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Foi uma época
muito importante, porque o período marcou pela ruptura com o antigo modo
de ensinar a fazer rádio. A partir dali os alunos assumiam os microfones em suas funções
de repórteres e entravam no ar em dezenas de emissoras integradas nas transmissões.

 

Fotos: Tarso Negrini e Sabrina Kluwe  (acadêmicos de Jornalismo)

 

 

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jornalista e educador Luiz Alberto Sanz, contou um pouco da sua trajetória
pessoal e profissional. O bate-papo foi uma aula de jornalismo cultural. A
conversa foi um misto de teoria e prática: um verdadeiro ensinamento sobre a
profissão de jornalista cultural e suas implicações.

Jornalismo Cultural em pauta

A relação entre cultura e jornalismo é diferente da que era nos anos 60.
O jornalista cultural, ao analisar uma obra, trabalhava todos os aspectos da
mesma. Segundo Sanz, havia profundidade e uma crítica construtiva quanto ao
material analisado. Atualmente, a superficialidade, fragmentação e
mercantilização da cultura, fazem emergir uma crítica insuficiente, pautada por
interesses econômicos e políticos.

Mas não é só o jornalismo cultural que está por definhar. De acordo com
Sanz, o jornalismo em geral necessita de matérias com análises profundas. Mas
com a redução de espaços dentro dos jornais, o exercício dessa profissão perde
espaço para a propaganda e deixa de investir no aprofundamento das matérias. O
que se vê hoje é o enxugamento das redações e a influência da web no texto
impresso. A matéria jornalística tornou-se um bem de consumo perecível, não
durável

Para Sanz, existem dois caminhos a serem seguidos pelos jornalistas: ser
dominado pelo monopólio da comunicação ou ser um jornalista livre, adepto e
participante de congressos sobre o tema. Um exemplo de resistência, citado pelo
jornalista, é o Centro de Mídia Independente.

A questão do agendamento também foi comentada pelo
jornalista.  A pauta do jornalismo cultural se baseia em eventos. O cerceamento
da cultura é relacionado com os critérios de noticiabilidade da empresa
jornalística, além de interesses econômicos e políticos já citados.

Um militante do Jornalismo

Luiz Alberto Sanz foi um dos fundadores do curso de Comunicação Social
da Universidade Federal Fluminense (UFF) e lecionou na Universidade Gama Filho,
ambas no estado do Rio de Janeiro. Ele é a prova viva de que um jornalista é
realmente um contador de histórias, pois experiências não lhe faltam. Seja na
cena jornalística, cultural ou política, ele relata tudo com muito sentimento. Sanz é anistiado político. Durante a ditadura, exilou-se no Chile e na Suécia, onde
trabalhou em diversos programas de rádio e também no cinema. No Brasil, dirigiu
a rádio MEC, chefiou a reportagem do Rádio Jornal do Brasil AM e a redação do
Jornal de Brasília.

A ligação com a comunicação e a cultura veio do berço. O pai de Sanz era
crítico de cinema e a mãe –  natural de Santa Maria – jornalista, atriz, educadora, que atuou na crítica de teatro entre os anos 40 e 80. Dessa forma, Luiz Alberto Sanz desenvolveu um senso altamente
crítico e reflexivo acerca das coisas e principalmente no que diz respeito ao
mercado de trabalho jornalístico. Na conversa com a turma do 5º semestre de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano (Unifra), um dos questionamentos
levantados por Sanz, foi “como sobreviver à força avassaladora dos grandes
grupos de comunicação”.

Hoje em dia o jornalista está aposentado das agitadas redações. Trabalha
na editora anarquista Achiamé, onde escreve para a revista Letralivre.

Luiz Alberto Sanz está em
Santa Maria durante esta semana para dar aulas no curso de Especialização
em Comunicação e Projetos de Mídia da Unifra
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Rede Universitária de Rádio

Uma das experiências que o prof. Sanz lembra com carinho é a formação da
Rede Universitária de Rádio que, na década de 90, mobilizou os cursos de
Jornalismo de todo o país para coberturas radiofônicas integradas das reuniões
anuais da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Foi uma época
muito importante, porque o período marcou pela ruptura com o antigo modo
de ensinar a fazer rádio. A partir dali os alunos assumiam os microfones em suas funções
de repórteres e entravam no ar em dezenas de emissoras integradas nas transmissões.

 

Fotos: Tarso Negrini e Sabrina Kluwe  (acadêmicos de Jornalismo)