pelo jornal A Razão há 23 anos. Agora vai ser comemorada oficialmente, depois que a sessão
plenária de quinta-feira, da Câmara de Vereadores de Santa Maria,
aprovou o projeto de lei 7614, do vereador Jorge Trindade, que inclui o
Dia do Vizinho no calendário de eventos oficiais do município.
Neste
último domingo, dia 15, o tempo favoreceu a festa dos vizinhos com seus
10º C de sensação térmica, porém um solzinho acolhedor no céu de Santa
Maria. Mas o mais importante era o calor humano que este dia propunha.
Exemplo disso foi na rua Poeta Paulo Souza, na Vila Brenner, onde dona Jandira de Souza de Oliveira organiza a recepção há vinte anos. Integrante da Assossiação Moradores Unidos no
Amor, preparou na rua um playground para as crianças, com gincanas,
pula-pulas, barraquinhas de pipoca e ainda medição de pressão arterial. Ao meio-dia, almoço coletivo. Um
mural de fotos e muitas pessoas sentadas em suas cadeiras na calçada,
além carro de som, onde uma banda tocou para alegrar a comemoração. Como
mensagem, dona Jandira enfatizava: “os amigos vizinhos, quero guardar
perto do coração, aos que ainda estão longe, ainda preciso conquistar”.
Mas
não foi só comemoração, algumas vias de Santa Maria foram
bloqueadas, dificultando o acesso e o trânsito na cidade. Na rua Manoel
Ribas, entre a 7 de Setembro e a Floriano Peixoto, o dia
do vizinho foi comemorado por poucos, somente uma mesinha no meio da rua
e a velha churrasqueira.
Também
a rua José Barin, principal via de acesso a São Martinho da Serra,
Santo Antão e Vila Portão Branco foi interrompida, sobrando apenas um desvio por ruas secundárias onde carros, motos e ônibus coletivos tinham de disputar espaço.
Passando
pelas ruas da cidade, notou-se que na periferia é que existia maior
concentração de pessoas, com maior organização para o dia desta festa.
No centro, não se notava nem aquela velha fumaçinha de churrasqueira,
principalmente nos prédios.
Então, surge a pergunta sobre o quanto estamos
recolhidos em nossas moradias, em uma era que culpa a televisão e a
internet por nossa falta de interatividade com o mundo real.
Na
rua Visconde de Pelotas, foi palco de um futebolzinho entre os meninos
que moram nas redondezas. Pode até ter sido problema para usuários da
via, mas também poderia ser a única forma destes meninos que só se
conheciam de janela e nas calçadas, passarem a ter algum contato mais que virtual.
Dia
do Vizinho é confraternização, amizade e calor humano… você tem uma
xícara de arroz para me emprestar?
Fotos: Fernando Custódio (Agência CentralSul)