Após duas semanas de atrações variadas, a Feira do Livro teve sua última tarde de autógrafos digna de imortais da literatura. Membros da Academia Santa-mariense de Letras lançaram no sábado, a terceira edição da obra Em Prosa e Verso, que apresenta contos, crônicas e poesias.
Durante o lançamento 180 exemplares do livro foram distribuídos e autografados. Segundo a patronesse da Feira e organizadora de Em Prosa e Verso III, Lígia Militz da Costa, o objetivo da Academia é inserir as pessoas no contexto literário. “Nós acreditamos que a literatura pode modificar a sociedade”, afirma.
Lígia, que lançou dos livros na Feira 2011 – Prefácios na Vitrine e Em Prosa e Verso III – diz ser muito interessante a fusão que ocorre quando se é escritora e também a patronesse do evento. Para ela só o fato de lançar um livro já é muita alegria e receber o convite para ser patronesse da Feira adulta é muito gratificante.
Ao fazer o balanço geral da edição 2011 do maior evento cultural da cidade ela diz que o resultado é fascinante. “Essa Feira está mais bonita só pelo fato de termos mais autores santa-marienses publicados. Os livros já fazem parte das pessoas, e isso é motivador para que a cultura cresça”, enfatiza.
Sobre o que os acadêmicos escrevem?
A Academia Santa-mariense de Letras possui 18 nomes efetivos, aos quais se somam sócios correspondentes, beneméritos e colaboradores. Entre eles, quatorze estavam presentes na sessão de autógrafos. Conversamos com alguns para saber quais os temas abordados Em Prosa e Verso III.
O professor universitário Luiz Gonzaga Binatto participa da coletânea com três crônicas e fala sobre temas como: pontualidade e a preservação do patrimônio municipal. “Sou arquiteto e me preocupo com os nossos monumentos. Infelizmente, temos muitos locais mal cuidados e está na hora de valorizarmos o aspecto material de Santa Maria”, conclui Luiz Gonzaga.
Tânia Lopes possui uma forte ligação com a literatura e integra a antiga Associação Santa-mariense de Letras, atual Academia, desde seu segundo ano de fundação. Nessa edição, a professora e escritora apresenta duas crônicas, uma que fala sobre a mudança dos camelódromos e outra que é baseada em uma cena presenciada por ela. “Eu estava passando na rua e vi uma senhora em uma situação inusitada, fui puxar conversa e descobri que ela era nordestina e havia deixado os filhos, resolvi então fazer uma história da realidade”, comenta Tânia.
Professora há mais de 50 anos, a poeta e declamadora Ruth Farias Larré optou por publicar duas crônicas. A primeira possui traços de humor e apesar de ser um relato real “é bem enfeitada”, de acordo com a autora. Já a segunda é sobre a evolução do rádio em Santa Maria, que na visão da poetiza não possui o devido reconhecimento, e o alvo de sua homenagem é o radialista Paulo Gomes Corrêa.
Ao ser questionada sobre o hábito da leitura entre os jovens ela diz que os mesmos nunca leram muito, nem na época dela. “Para o nível cultural brasileiro os jovens até que se interessam. Quando são instigados eles buscam pela leitura”, conclui Ruth.
Os 600 exemplares produzidos, 180 distribuídos na Feira do Livro e 400 doados para as bibliotecas e as escolas de Santa Maria, não contaram com patrocínio. A Academia Santa-mariense de Letras é a responsável pelos custos.
Mais imagens do lançamento e dos autores:
Fotos: Bibiana Campos e Jéssica Martini