A 8° Coordenadoria Regional de Educação – CRE – impôs o novo modelo sem dialogar como os professores e alunos, sem levar em consideração a realidade dos alunos, afirma Neiva Schneider coordenadora do noturno da Escola Estadual de Educação Básica Cícero Barreto. O Ministério da Educação (MEC), após a divulgação de dados Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (IDEB), mudará a grade curricular do ensino médio.
A ideia é integrar a atuais 13 disciplinas em 4 áreas temáticas, conforme prescrições da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), que são: Ciências Humanas e suas tecnologias, Ciências da Natureza e suas tecnologias, linguagens, códigos e suas tecnologias e matemática e suas tecnologias. Essa proposta deve ser finalizada até o fim deste ano e encaminhada para análise do Conselho Nacional da Educação.
Para os professores Neiva e Artur a interdisciplinaridade já é um conceito antigo, mas pouco desenvolvido nas escolas, porque muitos professores trabalham em várias escolas ao mesmo tempo não conseguindo fazer atividades em conjunto com outros professores. Eles ainda afirmam que a 8ª Coordenadoria Regional da Educação até o momento não passou nada de concreto a respeito da proposta da integração das disciplinas em eixos temáticos. O que já foi feito desde o início do ano foi o aumento da carga horária.
Além disso, a reestruturação da carga horária do ensino médio também está sendo feita. Este ano iniciou com o 1° ano do ensino médio, e na sequência, ocorre com o 2° e 3°. Na Escola Cícero Barreto, Alves e Neiva confirmaram essa mudança, que houve com o acréscimo de uma disciplina de pesquisa com os alunos do 1° ano. Nela são desenvolvidas atividades com foco na realidade social da escola.
No entanto, os professores comentaram que os alunos não receberam muito bem essa novidade e que os professores ainda não tiveram uma preparação completa sobre as mudanças. Já há alguns seminários e eventos de discussão teórica, mas a prática ainda está em processo lento.
A mudança da estrutura curricular no ensino médio, de acordo com a Agência Brasil, é de que a Prova Brasil realiza uma amostragem muito pequena, em pronunciamento do Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, após a divulgação das notas do IDEB. Em 2011, apenas cerca de 70.000, de oito milhões de estudantes no ensino médio brasileiro, fizeram a prova. No Enem, o número de participantes foi mais de cinco milhões de pessoas. Enquanto a proposta é avaliada e não entra em prática, a ideia é utilizar dois índices para o ensino médio, um com a Prova Brasil e outro com o Enem.
A proposta de reestruturação curricular, iniciada em 2012 pelo MEC, prevê:
O currículo do Ensino Médio Curso Normal será desenvolvido em três anos ou 4 anos, com no mínimo 3.000 horas. Cada ano do curso está organizado em blocos de áreas de conhecimento, enfoques ou temáticas, cujo planejamento coletivo dos professores desencadeará ações dos educandos na nova organização dos tempos e espaços.
1° ano – se caracterizará por uma relação teoria-prática, em que a prática se dará na reflexão sobre o cotidiano da escola em relação aos referenciais teóricos.
2° ano – se caracterizará por uma relação teoria-prática-teoria, em que se realizarão pequenas práticas de regência de classe, tendo como preocupação a formação do professor pesquisador.
3° ano – se caracterizará por um processo de reflexão-ação, em que a reflexão se dará sobre a ação do aluno enquanto educador, ou seja, realizando pequenas práticas pedagógicas.
Fonte: Site do Governo Estadual
Por Franciele Marques e Luana Iensen