
Mais de dez milhões de pessoas são diagnosticadas com câncer a cada ano e, segundo o Instituto Adriana Garófolo, mais de 6 milhões são vítimas da doença, o que representa 12% das mortes no mundo.
O câncer é um crescimento de células anormais que se dividem rapidamente pelo corpo, muitas vezes, contaminando mais de um órgão ou região. O tratamento, normalmente, é feito por quimioterapia envolvendo terapêutica com drogas agressivas que destroem as células cancerígenas. A medicação é tão forte que causa profunda debilidade no paciente. Por isto que, junto do tratamento, a nutrição corporal do doente torna-se de extrema importância tanto em crianças, quanto em adultos.
Ao analisar 20 crianças com média de idade de sete anos, a acadêmica do curso de Nutrição da UNIFRA, TamirisGressler Mendes, depois de acompanhar uma alimentação diária dessas crianças e fazer avaliações do consumo alimentar e de seu índice de massa corporal, percebeu que os índices de desnutrição foram baixos comparando-se a outras pesquisas semelhantes feitas em anos anteriores.
A obesidade em crianças com câncer está cada vez mais preocupante. Além de não ingerirem as proteínas e as vitaminas necessárias, provavelmente pela superproteção dos pais na ânsia de fazerem os filhos se alimentarem, oferecendo apenas alimentos hipercalóricos e pouco nutritivos, leva-se também em consideração a hipótese de uso de medicamentos que levam ao aumento do apetite ou à retenção líquida. O acompanhamento nutricional é de extrema importância para o bom desenvolvimento do tratamento que acaba sendo mais fácil em crianças.
Já em adultos a situação é mais complicada. A nutricionista oncológica Graziela Albuquerque diz que, na maioria das vezes, o paciente procura uma nutricionista apenas quando já se encontra em estado debilitado, o que dificulta o trabalho nutricional. “Uma pessoa que, em geral, é mais esclarecida e procura acompanhamento nutricional desde o início do período de tratamento, provavelmente conseguirá manter um estado nutricional estável e, por consequência, responder melhor ao tratamento”, afirma Graziela.
A dieta é feita de acordo com a medicação utilizada durante o tratamento e com a tolerância alimentar do paciente.“Além dos alimentos que acredito serem necessários, na quantidade certa, como a carne vermelha, o ômega 3, carboidratos e proteínas, cuido para inserir nas refeições alimentos que o paciente sinta vontade e goste de comer, assim, dificultando a recusa”, esclarece a nutricionista.
O uso de suplementação também é muito usado nas dietas, por conterem uma quantidade significativa de proteínas necessárias para ajudar na nutrição corporal do paciente.
“Quanto mais estável o estado nutricional do paciente estiver, com mais facilidade ele vai conseguir enfrentar o tratamento”, afirma Graziela.
A deficiência na alimentação somada à própria doença neoplásica leva o paciente a um estado debilitado interferindo na sua capacidade física, motora e nas atividades fisiológicas. É nesse contexto que uma boa nutrição, por meio de uma alimentação saudável e adequada para cada indivíduo, dentro de suas possibilidades, pode auxiliar na prevenção dessas alterações causadas pela doença e seu tratamento.
Por Karin Spezia, acadêmica do 6º semestre do curso de Jornalismo/Unifra.