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“Um em cada 6 homens vai ter câncer de próstata. É um número muito grande, pois 16% dos homens vão ter.”
Este é o alerta feito pelo médico Alberto Stein, doutor em Urologia pela UFRGS ao falar sobre a incidência da doença no mundo. No Brasil, a estimativa de 2012 feita pelo Instituto Nacional de Câncer revelou que o risco era de 60.180 novos casos da doença. Porém, a falta de informações e ideias equivocadas ainda são características do comportamento masculino quando o assunto é saúde, sobretudo quando se trata da próstata.
Com base nessas relações, e com a missão de chamar a atenção da ala masculina para a importância dos exames preventivos e desmistificar paradigmas, surgiu em 2012 no Brasil o Movimento Novembro Azul, realizado pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, em parceria com a Sociedade Brasileira de Urologia.
O movimento surgiu na Austrália, em 2003, a partir das comemorações do Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, no dia 17 de novembro e hoje já possui a adesão de vários países, incluindo o Brasil. É mais do que uma campanha de conscientização, mas um mês de debates e cultivo da saúde masculina. No país, são realizadas ações em estádios de futebol e nas estradas.
Com a missão de mudar o cenário nacional, a campanha enfatiza a importância do diagnóstico precoce e a realização dos exames físicos e de PSA (exame de sangue) regularmente.A opinião de quem já teve câncer reforça a importância do exame e da desmitificação de ideias equivocadas.
“Diferente do Outubro Rosa que é uma campanha de prevenção, o Novembro Azul deve atuar também em forma de consciência e deve servir para minimizar a maneira preconceituosa com a qual o câncer de próstata é visto. Nossa sociedade é muito machista e acha que o exame do toque é o fim, só que não é por ele que você pode salvar sua vida”, relatou o aposentado Nilo Poglia Ragagnin que já teve a doença.
A próstata
Localizada atrás da bexiga, a próstata é uma pequena glândula do sistema reprodutor masculino e pesa de 25 a 30 gramas. “Ela tem importância na juventude pois produz uma substância chamada PSA que é ejaculado junto com o espermatozóide. Essa substância quebra essa proteína e faz com que o espermatozóide fique veloz para entrar no óvulo.
Já na velhice, a próstata perde a função pois já não tem mais papel na reprodução. Então, passa a só auxiliar no aumento da quantidade de ejaculado”, explicou o urologista Alberto Stein.
Existem ainda outras doenças ligadas à glândula, como: a hiperplasia, benigna, que é o crescimento da próstata; e a prostatite, que provoca nos homens febre, dor perineal, ardência para urinar e calafrios.
Câncer de Próstata
No início da doença, o homem não sente nenhum sintoma, de acordo com os especialistas. O urologista Stein declara que “90% do tumores diagnosticados hoje, de próstata, não dão sintomas nenhum. O homem não sente absolutamente nada”.Por esse motivo, alerta-se a importância dos exames para diagnóstico precoce da doença.
Antes do advento e da indicação do uso do PSA, que é o Antígeno Prostático Específico dosado no sangue, os tumores apareciam apenas quando o homem fraturava a coluna ou tinha alguma fratura óssea. Nesses casos, a doença é metastática, já está disseminada.
“Depois que se descobriu o PSA e se começou a fazer o exame de toque retal, facilitou o diagnóstico. Pois como 90% da doença não dá sintomas nenhum para o diagnóstico de câncer ou se encontra um PSA elevado ou um nódulo na próstata. O mais importante é que o câncer de próstata na atualidade não dá sintomas”, relatou o doutor.
Exame físico é fundamental
Mas, de acordo com os especialistas não é apenas o exame de sangue que irá diagnosticar a doença, o exame físico, ainda é necessário. Isto porque em 40% dos homens com câncer, a dosagem de PSA no sangue é normal.“O exame de toque retal é fundamental. É obrigatório fazer”, alertou Stein. Porém, a pesquisa realizada no mês de maio de 2013 pela Sociedade Brasileira de Urologia, com 5 mil homens, revelou que 47% deles nunca fizeram o exame físico. Aumentando assim o número de possíveis acometidos pela doença, que hoje atinge, no Brasil, aproximadamente 60 mil homens levando mais de 10 mil destes à óbito.
Os principais fatores de risco para o surgimento da doença:
– Idade (62% dos casos são a partir dos 65 anos);
– Histórico Familiar ( Homens com histórico de câncer de próstata ou de mamas na família devem começar a fazer os exames a partir dos 40 anos de idade);
– Raça ( Maior incidência em negros);
– Alimentação (Dietas com base em gordura animal, embutidos e cálcio têm sido associados a aumento de risco);
– Sedentarismo.
Tratamentos: “Eu consideraria que os dois grande tratamentos para câncer de próstata é a cirurgia de remoção radical e a radioterapia externa”, relatou Alberto Stein.
#SeuPreconceitoNãoMeRepresenta
Mesmo com informações sobre a grande incidência, a gravidade da doença e o alerta que mais de 12 mil brasileiros podem morrer em decorrência do câncer de próstata (Dados Instituto Lado a Lado pela Vida), o tema ainda é assunto delicado para alguns homens e ainda enfrentado como um tabu.
Com isso, o Instituto Lado a Lado pela Vida e o projeto Um Toque Um Drible apoiada pelo Portal EcoDesenvolvimento criou a hashtag #SeuPreconceitoNãoMeRepresenta. Além da plataforma em prol ao combate do preconceito, no instagram @institutoladoalado são publicadas imagens de cidadãos que concordam com a campanha.
Uma resposta
Todo o homem a partir dos 45 anos deve realizar o toque retal e dosagem do PSA, principalmente aqueles com história familiar de CP (e de câncer de mama), independentemente de sintomas. Em caso de toque anormal e ou PSA elevado, o paciente deverá ser submetido a uma ecografia transretal com biópsia prostática. Os fragmentos obtidos serão levados ao exame anátomo-patológico. Uma vez confirmado o diagnóstico, o tumor deverá ser estagiado. Isto significa que exames deverão ser solicitados a fim de que se possa saber se o tumor está confinado à próstata ou se já invadiu órgãos adjacentes (bexiga, vesículas seminais, reto) ou se já enviou metástases. A cintilografia óssea é o exame mais útil nessa fase e nos dá informações quanto à metástases no esqueleto.