As diferenças sociais, étnicas e culturais marcaram a troca de experiências entre os participantes do 1º Festival de Cinema Estudantil (CinEst). O projeto desenvolvido em parceira com o Aldeia Sesc Imembuy, aconteceu quinta e sexta, reunindo 21 curta-metragens na mostra competitiva nacional e seis na mostra internacional, além de um público que lotou o salão de atos da Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria (CESMA) durante os dois dias.
Os trabalhos foram produzidos por alunos dos ensinos Fundamental e Médio de escolas de todo o Estado do RS, um participante de Niterói, Rio de Janeiro, além dos participantes de países latino americanos.
Proposto em 2012 pela Piazito Arte e Cultura, uma instituição sem fins lucrativos, o projeto tem como objetivo abrir espaço para as produções audiovisuais criadas por alunos de escolas públicas e particulares de todo Brasil. O intuito é descobrir novos talentos e promover um melhor rendimento.
Daniel Paim, vice-presidente do Cinest revela que produzir um filme ajuda na formação pessoal e profissional dos alunos, “por ser uma excelente ferramenta pedagógica, o trabalho em equipe acaba incentivando a leitura e a autoestima deles”.
O aluno de Viamão, Gabriel Rocha,que tem apenas 14 anos, descobriu cedo a habilidade de dirigir um filme. Ansioso para o lançamento em Santa Maria de seu curta chamado Êxtase, afirma que na pré-estreia em sua cidade, a sala de cinema da Secretária de Cultura teve mais de cem espectadores. “Convidei pessoas do 1º ao 3º ano, e filmamos tudo com uma câmera comum emprestada”, conta o estudante do 1º ano do ensino médio.
As criações feitas por discentes de 1º a 2º grau estavam concorrendo a troféus nas categorias Ficção, Documentário e Especial Meio Ambiente.
Na tarde de sexta, após a exibição dos últimos curtas, o júri do festival formado pelos realizadores de cinema Jayme Filho, Paulo Tavares e Luiz Carlos Grassi, e pela jornalista Melina Guterres decidiu premiar na categoria Curtas Ficção: Melhor Curta do Festival – Meninos e Meninas – Guaiba-RS, que também levou o prêmio de Melhor ator – William Melhor Direção e Melhor Direção de Fotografia – O Legado de Olga – Porto Alegre -RS Melhor Atriz – Marjorie – Curta Tempestade, Porque o tempo muda – Viamão -RS Melhor Direção de Arte – Curta Tempos muito Modernos- Santa Maria-RS Melhor Som – Curta Infectados – Santo Augusto -RS.
Já na categoria Documentário, o prêmio de Melhor Documentário do Festival ficou com Mucker – Uma história para Relembrar- Campo Bom -RS – que também levou o prêmio de Melhor Direção e Melhor Direção de Arte; a Melhor Direção de Fotografia ficou com O Tempo e o Vento – Alegrete- RS, E o Melhor Documentário especial Meio ambiente foi para o curta Ovo Frito – Porto Alegre-RS
O jurado Luiz Carlos Grassi, professor aposentado de Cinema da Universidade Federal de Santa Maria, assegura: “o Cinest é uma iniciativa que veio para ficar e uma porta de entrada para os alunos, assimo ensino da arte talvez volte a ter importância nas escolas através do audiovisual como forma de expressão”.
Ao final do festival foi exibido um curta da oficina de Audiovisual e o filme de 1962, A Ilha dos Mistérios, de José Feijó Caneda.
Por Amanda Santos e Kauê Flores
Fotos: Kauê Flores