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Jovens com vida conectada

 Com o avanço de fabricação de aparelhos tecnológicos cada vez mais potentes, os jovens têm passado mais tempo conectados, seja no computador, seja nos celulares. Segundo o IBOPE Nielsen Online, o Brasil é o país em que os internautas mais passam tempo na rede. Em junho, a média de navegação foi de 44h59, aumento de 10% em relação a maio.

Ainda de acordo com a pesquisa, os brasileiros passam o tempo online navegando por portais, ferramentas de internet, redes sociais e e-mail. Ela revelou também que atualmente no Brasil 25,6 milhões de pessoas têm computador conectado em casa e 62,3% podem acessar a internet de outros lugares, como no trabalho, lan-houses e escolas.

 Conectados em qualquer lugar

Com a possibilidade de acessar a internet pelo celular, os jovens não desgrudam de seus aparelhos. E mesmo quem não tem uma internet paga aproveita as redes de wifi de restaurantes, escolas, cursinhos, bares. Victória Munari, 16 anos, estudante, chega a passar seis horas diárias na internet. “Uso para fazer pesquisas, mas principalmente para conversar no bate-papo do facebook”, comenta.

Vinicius: trabalho escolar e bate-papo estão juntos. Fotos: Luana Iensen

Vinicius Vargas Martins, 17, estudante, afirma que os relacionamentos pessoais são facilitados pela web. “Aproveito para conversar mais, escutar música e me informar”, relata o jovem que se conecta por cerca de quatro horas diárias.

Ricardo Fitz Pereira, 26, psicólogo, Não acredita que relacionamentos vividos através de meios virtuais sejam falsos ou não verdadeiros, “de alguma forma o meio virtual nos mostra nitidamente o que a nossa sociedade do espetáculo deseja, portanto, podemos considerar isso como uma verdade”.

A simplicidadede acesso à rede deixa os jovens ansiosos por ficarem “mais um pouquinho” no bate-papo, o que, às vezes, facilita a realização de pesquisas e em outras diminui o contato presencial com os amigos.

 Cuidado com os excessos

Com tanto tempo conectado, esse uso exagerado pode causar danos físicos e psicológicos. Os principais problemas são dores nas costas, tendinite e problemas de visão. Entre os psíquicos, está o afastamento social, afirma Pereira.  O psicólogo ressalta que mesmo o jovem conversando no bate-papo com os amigos, os relacionamentos afetivos diminuem e isso prejudica o desenvolvimento do adolescente.

No trabalho, a conexão é essencial; já em casa, Vitória controla o tempo dos filhos no computador.

Para evitar que seus filhos, adolescentes de 19 e 14 anos, não fiquem tanto tempo conectados, Vitória Del Fabro, 40, secretária, já retirou os cabos de conexão de casa e os levou para o trabalho. “Enquanto a nota escolar não melhora, não libero a internet. Já cheguei a excluir a conta do Facebook de minha filha e depois ela fez outro”, comenta. Vitória conta que também pede a senha da menina para conferir com quem ela conversa e troca e-mails. Já sobre o filho mais velho, a mãe afirma que ele já tem mais consciência sobre o tempo de ficar online, uma vez que está se preparando para o vestibular.

Francisco Braz Hertz, 15, estudante, também dosa seu horário na internet para não atrapalhar os estudos. “Conecto-me mais aos finais de semana, pois aproveito para assistir filmes”, afirma o jovem que, durante a semana, usa a internet para conversar.

Quanto ao exagero ou não dos cuidados dos pais, Pereira comenta que quem deve estabelecer os limites em uma família são os pais, “isso é necessário e importante, mas o interessante é se os jovens conseguissem administrar suas atividades de forma independente”. Com bom senso, é possível aproveitar a conexão para os estudos e para o lazer.

Por Luana Iensen Gonçalves, acadêmica de jornalismo.

 

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 Com o avanço de fabricação de aparelhos tecnológicos cada vez mais potentes, os jovens têm passado mais tempo conectados, seja no computador, seja nos celulares. Segundo o IBOPE Nielsen Online, o Brasil é o país em que os internautas mais passam tempo na rede. Em junho, a média de navegação foi de 44h59, aumento de 10% em relação a maio.

Ainda de acordo com a pesquisa, os brasileiros passam o tempo online navegando por portais, ferramentas de internet, redes sociais e e-mail. Ela revelou também que atualmente no Brasil 25,6 milhões de pessoas têm computador conectado em casa e 62,3% podem acessar a internet de outros lugares, como no trabalho, lan-houses e escolas.

 Conectados em qualquer lugar

Com a possibilidade de acessar a internet pelo celular, os jovens não desgrudam de seus aparelhos. E mesmo quem não tem uma internet paga aproveita as redes de wifi de restaurantes, escolas, cursinhos, bares. Victória Munari, 16 anos, estudante, chega a passar seis horas diárias na internet. “Uso para fazer pesquisas, mas principalmente para conversar no bate-papo do facebook”, comenta.

Vinicius: trabalho escolar e bate-papo estão juntos. Fotos: Luana Iensen

Vinicius Vargas Martins, 17, estudante, afirma que os relacionamentos pessoais são facilitados pela web. “Aproveito para conversar mais, escutar música e me informar”, relata o jovem que se conecta por cerca de quatro horas diárias.

Ricardo Fitz Pereira, 26, psicólogo, Não acredita que relacionamentos vividos através de meios virtuais sejam falsos ou não verdadeiros, “de alguma forma o meio virtual nos mostra nitidamente o que a nossa sociedade do espetáculo deseja, portanto, podemos considerar isso como uma verdade”.

A simplicidadede acesso à rede deixa os jovens ansiosos por ficarem “mais um pouquinho” no bate-papo, o que, às vezes, facilita a realização de pesquisas e em outras diminui o contato presencial com os amigos.

 Cuidado com os excessos

Com tanto tempo conectado, esse uso exagerado pode causar danos físicos e psicológicos. Os principais problemas são dores nas costas, tendinite e problemas de visão. Entre os psíquicos, está o afastamento social, afirma Pereira.  O psicólogo ressalta que mesmo o jovem conversando no bate-papo com os amigos, os relacionamentos afetivos diminuem e isso prejudica o desenvolvimento do adolescente.

No trabalho, a conexão é essencial; já em casa, Vitória controla o tempo dos filhos no computador.

Para evitar que seus filhos, adolescentes de 19 e 14 anos, não fiquem tanto tempo conectados, Vitória Del Fabro, 40, secretária, já retirou os cabos de conexão de casa e os levou para o trabalho. “Enquanto a nota escolar não melhora, não libero a internet. Já cheguei a excluir a conta do Facebook de minha filha e depois ela fez outro”, comenta. Vitória conta que também pede a senha da menina para conferir com quem ela conversa e troca e-mails. Já sobre o filho mais velho, a mãe afirma que ele já tem mais consciência sobre o tempo de ficar online, uma vez que está se preparando para o vestibular.

Francisco Braz Hertz, 15, estudante, também dosa seu horário na internet para não atrapalhar os estudos. “Conecto-me mais aos finais de semana, pois aproveito para assistir filmes”, afirma o jovem que, durante a semana, usa a internet para conversar.

Quanto ao exagero ou não dos cuidados dos pais, Pereira comenta que quem deve estabelecer os limites em uma família são os pais, “isso é necessário e importante, mas o interessante é se os jovens conseguissem administrar suas atividades de forma independente”. Com bom senso, é possível aproveitar a conexão para os estudos e para o lazer.

Por Luana Iensen Gonçalves, acadêmica de jornalismo.