Quem nunca ouviu quando era pequeno, a expressão “esse(a) menino/menina tem um bicho carpinteiro”? Os pais ou não sabiam o porquê das crianças serem inquietas ou justificavam ser uma das fases dos pequenos. Em casos recentes analisados por especialistas da área da saúde, algumas crianças e adultos já podem diagnosticados com “Transtorno do Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade” (TDAH).
Desatenção, inquietude, impulsividade e hiperatividade são os principais sintomas. Segundo pesquisadores, o TDAH é um transtorno neurobiológico de causas genéticas, associado a uma disfunção em algumas áreas do córtex cerebral, conhecida como Lobo Pré-Frontal. A disfunção surge na infância e continua na vida adulta. O diagnóstico deve ser feito somente por um médico especialista com treinamento e especialização no diagnóstico de TDAH.
O psicólogo e professor do Curso de Psicologia do Centro Universitário Franciscano, Carlos Décimo Martins esclarece que a doença possui especificidades que exigem atenção e rigor na identificação. “O diagnóstico do TDAH é dividido em: hiperatividade, déficit de atenção e déficit de atenção com hiperatividade. Tem que primeiro identificar, fazer o diagnóstico e depois começar o tratamento.” Inclusive, o diagnóstico não é feito somente por um profissional, mas por uma equipe multidisciplinar (psicólogo, educador e neurologista), ressalta a psicóloga Clariane Freitas. Essa equipe faz uma investigação do sujeito para determinar o diagnóstico.
O Psicólogo e Professor, Carlos Décimo Martins, elucida aspectos do TDAH. Ouça:
Segundo o Ministério da Saúde, 3 a 7% da população mundial tem TDAH. O transtorno já é reconhecido por alguns países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os Estados Unidos é pioneiro na criação da lei que protege os portadores de TDAH, os quais recebem tratamento diferenciado na escola. No Brasil, o Senador Gerson Camata, em 2010, criou um projeto de lei em que o poder público garante o diagnóstico e o apoio educacional das crianças e jovens com a doença e também dislexia, um dos “Transtornos Específicos de Aprendizagem”. O projeto de lei ainda está em análise na Câmara dos Deputados.
Famosos com Transtorno de Déficit de Atenção:
O cantor e ator Justin Timberlake assumiu em 2008 que sofre de Distúrbio de Déficit de Atenção e Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Em entrevista para o site Collider.com, ele afirmou “eu tenho TOC misturado com TDAH. Tente viver com isso. É complicado.”.
O nadador Michael Phelps, de 29 anos, sofre desde criança de transtorno do déficit de atenção com hiperatividade. Até a quinta série, os professores queixavam-se por ele não conseguir ficar parado. Aos 9 anos, Phelps tomava remédios para controlar a hiperatividade. Depois de dois anos sob medicação, o nadador disse que se sentiu estigmatizado e pediu para não utilizar mais o medicamento. Para controlar a hiperatividade, ele começou a treinar natação para buscar o foco.
Entrevista com a psicóloga, Clariane Freitas.
O diagnóstico e o tratamento devem ser feitos por médicos e psicólogos especialistas. Evite a automedicação. Vídeos que explicam a doença e como ela afeta a vida dos portadores de TDAH. [youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=XfAp8_706OU#t=15″] Vídeo feito pela Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA). [youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=m2DTIZfCq0k”] Matéria feita para o Quadro Males da Alma do Fantástico.
Franciele Marques, para a disciplina de Jornalismo Online