Quem ministrou a Oficina de Jornalismo Hacker para no Fórum de Comunicação 2014 foi o jornalista, pesquisador doutorando da área e editor da Casa de Cultura Digital (CCD) Porto Alegre, Leonardo Foletto, um tema não muito explorado pelos cursos de jornalismo ou pelos acadêmicos.
O jornalismo hacker trabalha com a ideia da produção colaborativa de conteúdo e da transparência, características que estão surgindo fortes em novas projetos de jornalismo autônomos, “iniciativas independentes das mídias tradicionais, que são uma aproximação dos preceitos da cultura hacker na prática jornalística”, define o especialista.
Foletto definiu em dois eixos a influência do hacker no jornalismo: o primeiro, o Jornalismo de Dados, uma prática de processamentos de informações feito a partir de alguns núcleos em redações; e o segundo, decorrente da crise dos modelos de jornalismo que se tem hoje.
O momento da oficina foi a oportunidade de conhecer a Ética Hacker, que existe desde a década de 50, onde estão condutas comuns a todos os hackers, como a defesa do acesso ilimitado aos computadores. Foletto evidenciou aspectos positivos em ser hacker, desmistificando a ideia de que hacker existe apenas para roubar e/ou invadir dados de computadores.
“O hacker de dados, o hacker da cultura livre e do software livre prezam pelo código aberto e pela transparência da informação, para que cada um que tem acesso à informação faça o que quiser a partir dela”, esclarece.
Na discussão do jornalismo hacker, Foletto também apresentou aos acadêmicos novas possibilidades de se fazer jornalismo independente e empreendedor, por meio de editais, doações e por projetos feitos a partir de modelos como crowdfunding, que é um financiamento coletivo. No Brasil o maior exemplo é o Catarse.
Por Tiéle Abreu