Para muitos, a Páscoa é um momento de paz, um feriado para passar junto com a família. Mas para os chocólatras, a Páscoa é o momento perfeito para comer muito chocolate e usar o feriado como justificativa.”A Páscoa é um período de intenso desafio para aqueles que se consideram chocólatras. Os estímulos para o consumo de ovos de páscoa e chocolates em geral são muito mais sedutores. Há um incremento nas propagandas nos meios de comunicação, nos supermercados e pesa também a tradição que nos habitua a desejar comer o doce simplesmente porque – desde a infância – nos acostumamos a fazê-lo nesta época.” diz a psicóloga Mariana Dal Castel Lopes.
De acordo com a psicóloga, “o que fica evidente é que o desejo de comer chocolate, na maior parte das vezes, está ligado a um desejo por obter prazer, consolo ou recompensa, alcançando uma sensação de bem-estar de maneira rápida. Em tempos de altos índices de ansiedade e depressão, muitas vezes mascaradas atrás de sintomas como obesidade ou imersão desequilibrada no trabalho, este seria mais um modo de aliviar o estresse, um ineficaz ‘antidepressivo’.” Segundo ela, para essas pessoas, comer chocolate não é algo a se fazer de vez em quando, mas uma necessidade. Um item da rotina. Que chocolate é bom todo mundo sabe, mas ninguém se preocupa com o que esse maravilhoso doce pode causar a saúde.
Limites
“Os malefícios do chocolate são, principalmente, devido aos excessos que cometemos. O ideal é consumir, no máximo , 30g por dia. Os malefícios que o chocolate pode trazer são: aumentar o colesterol, principalmente, o LDL, considerado, o colesterol ruim, pois há um excesso de gordura saturada. Pode haver elevação da pressão arterial, , aumento das taxas de glicose e aumento de peso. Como consequência dos excessos podem surgir também, doenças como, diabetes, hipercolesteremia e doenças coronarianas.”, afirma a nutricionista, Larissa Mônaco Brum.
Para os chocólatras que não podem ficar sem comer o seu chocolate diariamente, a nutricionista recomenda :“Os chocolates meio amargo e amargo são os mais indicados, devido a sua composição, que contém flavonoides, substância antioxidante que protege o organismo dos danos causados pelos radicais livres.”
Para a estudante de jornalismo, Bruna Bento Milani, chocolate é tudo, faz bem, principalmente naqueles dias depressivos. “Sou chocólatra há muito tempo, meu favorito é o chocolate branco, como mais chocolate diariamente do que na Páscoa, hoje em dia já não sinto tanta diferença nesse feriado.” afirma a estudante.
” Sou chocólatra há mais ou menos 5 anos. Meu chocolate favorito é o branco, de preferência da Nestlé. Chocolate me causa uma sensação indescritível, sensação de amor, de energia, tudo de bom, satisfação geral. Na Páscoa eu como muito mais, duplica, triplica, aumenta muito.” manifesta o estudante de jornalismo, Maurício Galarça Serra.
Como o chocolate age no organismo? O que o torna tão viciante?
O chocolate libera endorfina, possui a capacidade de aumentar a quantidade de neurotransmissores cerebrais atuando como um antidepressivo natural.Pelo fato de possuir substâncias que estimulam a felicidade e a sensação de bem estar, pode também viciar, sendo que a pessoa tem que ter a predisposição a este vício assim como aos outros, segundo a nutricionista Larissa Brum. ” Muitas pessoas bebem e não se tornam alcoolistas, outras, por sua vez passam a beber compulsivamente. Assim, também funciona com o chocolate. Tem pessoas que conseguem comer esporadicamente, e outras, ao ingerir um pedaço sentem necessidade de comer compulsivamente, devido algumas de suas substâncias influírem diretamente no cérebro.” explica ela.
No tocante ao tratamento do vício do chocolate, a psicóloga Mariana Dal Castel Lopes diz que embora dificilmente a pessoa se veja como dependente, ela sofre com a dificuldade de autocontrole. Por isto, é recomendada psicoterapia e, dependendo dos casos, medicação. “Entretanto, se o consumo de chocolate não chega à dependência, mas seus efeitos começam a prejudicar a saúde do sujeito, é indicado igualmente uma atenção especial ao que vem associado a este consumo.” responde Lopes.