A recomendação cultural desta semana é sobre a obra que ganhou o Prêmio São Paulo de Literatura e o prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), em 2009, na categoria autor estreante, um dos reconhecimentos mais prestigiados na atualidade.
Para Luis Adriano de Souza Cezar, professor do curso de Letras e literaturas do Centro Universitário Franciscano, o livro A Parede no Escuro, de Altair Martins, tem uma narrativa características dos romances brasileiros contemporâneos, visto que ganhou essas premiações. Sua estratégia narrativa é minuciosa, e os eventos são dispostos conforme os mais diversos pontos de vista. Algo bem específico, segundo o professor. “Eu escolhi essa obra para recomendar, porque ela trata de temas que me tocam bastante enquanto leitor: a dissolução da família e a relação conflituosa entre pais e filhos”, explica.
O livro conta a relação do filho com seu pai, que parece ser a única testemunha ocular do atropelamento provocado pelo filho numa noite chuvosa. Esse pai, hospitalizado depois em estado grave, não pode falar sobre o que viu e desencadeia os conflitos no filho.
O fato é visto por diversos ângulos e são poucas as vezes em que o narrador se coloca em terceira pessoa.
Sinopse: Duas famílias, repentinamente, ficam sem a figura paterna: Adorno, dono de uma padaria e pai de Maria do Céu, com quem tem uma relação difícil, é morto em um atropelamento; Forjo – o pai do atropelador – está em estado grave no hospital, cercado por tubos, aumentando ainda mais a angústia do filho. Em uma narrativa densa, os diversos narradores deste romance expõem e expiam suas culpas e sentimentos de perda.
Preço de Capa: R$ 45,00 (Livraria Saraiva)