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Seminário debate o desafio do multiletramento

Pela 15ª vez o Centro Universitário Franciscano sedia o InLetras, neste ano, com o tema Múltiplas Linguagens e Letramentos. O evento iniciou na última terça-feira (28) com a proposta de promover reflexões sobre as diversas linguagens nos diferentes contextos da sociedade atual.

A mediação da mesa temática ficou por conta da doutora Angela Paiva Dionísio da UFPE. Fotos: Júlia Trombini, Lab. Fotografia e Memória.
A mediação da mesa temática ficou por conta da doutora Angela Paiva Dionísio da UFPE. Fotos: Júlia Trombini, Lab. Fotografia e Memória.

Com o Salão de Atos do Conjunto III cheio de alunos e professores, foi realizada a mesa temática sobre multiletramento, e que contou com as exposições de três importantes nomes da graduação de Letras/Inglês da Universidade Federal de Santa Maria: a Profª Drª Desirée Motta-Roth, a Profª Drª Gabriela Rabuske Hendges e a Profª Drª Luciane Kirchof Ticks. A mediação do tema ficou por conta da Profª Drª Angela Paiva Dionisio, da Universidade Federal de Pernambuco.

A primeira expositora da noite foi Désirée Motta-Roth, professora e doutora em linguística, que iniciou revelando alguns dados preocupantes: grande parte da população brasileira de 15 anos apresenta resultado insatisfatório no aprendizado de matemática, linguagens e outras ciências. Além disso, ela revelou que o conhecimento e interesse por letramento é mínimo nessa faixa etária. Dados apontam também que a consciência das consequências de se aprender novas linguagens praticamente inexistem.

Para que isso mude, Désirée defendeu durante sua fala que o consumo de textos em um universo acadêmico multilinguístico é muito importante, bem como a formação e atualização constante dos professores. “A licenciatura está sob ataque e isso precisa mudar” disse a professora. Ela também deixou claro sua defesa de que deve haver algumas uma revisão do modo como o ensino é feito dentro das salas de aula, já que passamos por uma época de discursos variados e linguagem plural.

Para comprovar esta teoria, a doutora Graciela Rabuske Hendges, segunda expositora da noite, aproveitou para dizer que vivemos em uma era em que surgem novas tecnologias rapidamente, gerando assim a possibilidade de novas relações entre professor-aluno. Segundo ela, as imagens e o audiovisual estão assumindo o lugar da comunicação tradicional e precisa ser reconhecida a diversidade linguística e cultural dentro das salas de aula. Gabriela apresentou algumas pontos que estão atravancando a implantação dessas mudanças no ensino.

Ela afirma que desde 1996, quando iniciaram os primeiro debates sobre Multiletramentos, o sistema educacional ignora as novas tecnologias e novas formas de comunicação. Além disso, professores são de outra geração e por não serem usuários das novas tecnologias, temem o uso na sala de aula. “A formação do aluno hoje deixa a desejar” afirmou a professora, que deu algumas dicas de como mudar esse cenário. Gabriela reconhece que o novo é difícil, mas diz que é necessário iniciar com pequenos projetos dentro de sala e não é obrigatoriedade da escola estar atualizada tecnologicamente.

Luciane Kirchof Ticks, doutora, durante a mesa temática. Foto: Júlia Trombini. Lab. de Fotografia e Memória.
Graciela Rabuske Hendges, doutora, durante a mesa temática.

Luciane Kirchof Ticks, professora e doutora, encerrou a primeira noite de mesa temática ligando essa última fala da professora anterior, quando apresentou um projeto de pesquisa realizado entre os anos de 2012 e 2014 em uma escola estadual de Santa Maria. Ela conta que foi desenvolvido a pedido da escola um projeto focando nas diferentes práticas de letramento envolvendo alunos do curso de Letras e cerca de 17 professores de diversas disciplinas. Foram propostas algumas atividades conjuntas a fim de pensar em soluções ou formas de auxiliar no aprendizado dos alunos.

A professora explica que foram propostas atividades alusivas à Copa do Mundo do Brasil, fazendo com que os docentes pesquisassem mais as diversas questões para lançar aos alunos de suas disciplinas com essa temática e ainda fazer o aluno se apropriar das informações que giravam à época sobre este tema.” Não basta saber ler e escrever” afirma Luciane.

As considerações finais da professora encerraram o primeiro dia de atividades do InLetras. O evento segue até sexta-feira (28) no Centro Universitário Franciscano. Hoje as exposições da mesa temática iniciam às 20h30 com o tema Multimodalidade. Leia mais no blog Noticiência.

Por Lucas Leivas Amorim, matéria produzida na disciplina de Jornalismo Especializado II.

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Pela 15ª vez o Centro Universitário Franciscano sedia o InLetras, neste ano, com o tema Múltiplas Linguagens e Letramentos. O evento iniciou na última terça-feira (28) com a proposta de promover reflexões sobre as diversas linguagens nos diferentes contextos da sociedade atual.

A mediação da mesa temática ficou por conta da doutora Angela Paiva Dionísio da UFPE. Fotos: Júlia Trombini, Lab. Fotografia e Memória.
A mediação da mesa temática ficou por conta da doutora Angela Paiva Dionísio da UFPE. Fotos: Júlia Trombini, Lab. Fotografia e Memória.

Com o Salão de Atos do Conjunto III cheio de alunos e professores, foi realizada a mesa temática sobre multiletramento, e que contou com as exposições de três importantes nomes da graduação de Letras/Inglês da Universidade Federal de Santa Maria: a Profª Drª Desirée Motta-Roth, a Profª Drª Gabriela Rabuske Hendges e a Profª Drª Luciane Kirchof Ticks. A mediação do tema ficou por conta da Profª Drª Angela Paiva Dionisio, da Universidade Federal de Pernambuco.

A primeira expositora da noite foi Désirée Motta-Roth, professora e doutora em linguística, que iniciou revelando alguns dados preocupantes: grande parte da população brasileira de 15 anos apresenta resultado insatisfatório no aprendizado de matemática, linguagens e outras ciências. Além disso, ela revelou que o conhecimento e interesse por letramento é mínimo nessa faixa etária. Dados apontam também que a consciência das consequências de se aprender novas linguagens praticamente inexistem.

Para que isso mude, Désirée defendeu durante sua fala que o consumo de textos em um universo acadêmico multilinguístico é muito importante, bem como a formação e atualização constante dos professores. “A licenciatura está sob ataque e isso precisa mudar” disse a professora. Ela também deixou claro sua defesa de que deve haver algumas uma revisão do modo como o ensino é feito dentro das salas de aula, já que passamos por uma época de discursos variados e linguagem plural.

Para comprovar esta teoria, a doutora Graciela Rabuske Hendges, segunda expositora da noite, aproveitou para dizer que vivemos em uma era em que surgem novas tecnologias rapidamente, gerando assim a possibilidade de novas relações entre professor-aluno. Segundo ela, as imagens e o audiovisual estão assumindo o lugar da comunicação tradicional e precisa ser reconhecida a diversidade linguística e cultural dentro das salas de aula. Gabriela apresentou algumas pontos que estão atravancando a implantação dessas mudanças no ensino.

Ela afirma que desde 1996, quando iniciaram os primeiro debates sobre Multiletramentos, o sistema educacional ignora as novas tecnologias e novas formas de comunicação. Além disso, professores são de outra geração e por não serem usuários das novas tecnologias, temem o uso na sala de aula. “A formação do aluno hoje deixa a desejar” afirmou a professora, que deu algumas dicas de como mudar esse cenário. Gabriela reconhece que o novo é difícil, mas diz que é necessário iniciar com pequenos projetos dentro de sala e não é obrigatoriedade da escola estar atualizada tecnologicamente.

Luciane Kirchof Ticks, doutora, durante a mesa temática. Foto: Júlia Trombini. Lab. de Fotografia e Memória.
Graciela Rabuske Hendges, doutora, durante a mesa temática.

Luciane Kirchof Ticks, professora e doutora, encerrou a primeira noite de mesa temática ligando essa última fala da professora anterior, quando apresentou um projeto de pesquisa realizado entre os anos de 2012 e 2014 em uma escola estadual de Santa Maria. Ela conta que foi desenvolvido a pedido da escola um projeto focando nas diferentes práticas de letramento envolvendo alunos do curso de Letras e cerca de 17 professores de diversas disciplinas. Foram propostas algumas atividades conjuntas a fim de pensar em soluções ou formas de auxiliar no aprendizado dos alunos.

A professora explica que foram propostas atividades alusivas à Copa do Mundo do Brasil, fazendo com que os docentes pesquisassem mais as diversas questões para lançar aos alunos de suas disciplinas com essa temática e ainda fazer o aluno se apropriar das informações que giravam à época sobre este tema.” Não basta saber ler e escrever” afirma Luciane.

As considerações finais da professora encerraram o primeiro dia de atividades do InLetras. O evento segue até sexta-feira (28) no Centro Universitário Franciscano. Hoje as exposições da mesa temática iniciam às 20h30 com o tema Multimodalidade. Leia mais no blog Noticiência.

Por Lucas Leivas Amorim, matéria produzida na disciplina de Jornalismo Especializado II.