O Brasil está entre os 28 países de um universo de mais de 160 analisados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que tem estratégia de prevenção ao suicídio. O Ministério da Saúde, por meio da rede pública, oferece atenção integral em saúde para os casos de tentativa de suicídio.
“O suicídio, de maneira geral, é compreendido como um comportamento autoagressivo, uma escolha, que, na maioria das vezes, é privada. O mesmo, é visto como uma atitude intencional de livrar-se de algum tipo de problema ou crise gerados pela desesperança e pela frustração. Já, no que diz respeito ao amargo reflexo desta questão multidimensional, o suicídio logicamente sempre é traumático. Familiares e amigos, são atingidos violentamente por sentimentos de mágoa, culpa, compunção, pesar e desespero acerca da destruição cometida por um ou mais indivíduos”, comenta o sociólogo Cláudio Ferreira.
A maioria das pessoas com ideias de morte comunica seus pensamentos e intenções suicidas. Elas frequentemente dão sinais e fazem comentários sobre “querer morrer”, “sentimento de não valer pra nada”, e assim por diante.
O sociólogo afirma que essa campanha, enquanto movimento mundial que prioriza a conscientização da população sobre o suicídio, configura-se como uma forte “arma” de prevenção as mortes não naturais. “Todavia, esta tão importante marcha não é vista com tão bons olhos por algumas pessoas por tratar de assuntos pertinentes à morte de seres humanos, o que é um verdadeiro escrúpulo pensar dessa forma”, comenta Cláudio.
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Os dados que revelam que as mortes estão cada vez mais prematuras, abrangendo muitos jovens em idade produtiva, também devem servir de alerta. Estima-se que cinco pessoas sejam diretamente impactadas pelo suicídio de familiar ou amigo, causando mais depressão ou risco de depressão. O impacto emocional causado é muito maior do que quando se perde alguém por outra razão.
“Infelizmente a sociedade ainda não está pronta para enfrentar esse tabu. Na minha opinião, a falta de informação sobre o assunto acaba por contribuir para que os casos de suicídio ainda sejam tratados como um tabu. Além disso, quem num momento ou outro da vida já não teve a ânsia de apagar-se, de se dissipar? Todos nós é claro, e este sentimento poder ser apavorante para muitos. O homem, no geral, é temeroso ao sofrimento. Estudiosos referem-se ao medo da morte como uma forma preocupante de ansiedade, mesmo assim, porque não encararmos que somos seres que um dia irão morrer?”, complementou Cláudio.
Atualmente, o suicídio já mata mais que a AIDS.