Em meio a rótulos, estereótipos e padrões criados por uma sociedade machista, as mulheres vêm quebrando paradigmas e mostrando que “Lugar de mulher é onde ela quiser, sim senhor”.
A busca pelo direito de exercer a feminilidade sem ser chamada de “gostosa” ou de ouvir, em casos de estupro, “Ela estava pedindo”, são apenas grãos de areia para quem tem de lutar todos os dias pela igualdade de gênero. Quando falamos em sociedade machista, estamos tratando da soberania masculina e do olhar preconceituoso da população brasileira em relação às mulheres. É uma questão cultural. A imagem da mulher é sempre rotulada, sempre vista como quem vai cuidar da casa, dos filhos. Quem vai ao mercado e passa a vida esquentando a barriga no fogão, enquanto o esposo trabalha fora para sustentar a família. Estes são tempos que não voltam mais. Hoje as atividades rotineiras do lar não são suas únicas prioridades. A independência e o empoderamento feminino ganham mais força com a ascensão da mulher na política.
Vistas como o sexo frágil, elas têm ganhado o terreno que por muito tempo fora o mundo particular dos homens. Ainda que com relutância seja por parte dos partidos, ou pela imagem que a mídia cria da mulher, é considerável o crescimento das mulheres neste segmento. Pensar em política, em comandar um país sempre nos remete a uma ideia de força, de pulso firme no setor econômico. É claro que isso não combina com mulheres. Lá se vai mais um clichê. Mentalidade pequena de quem não acredita que o prédio da esquina foi uma mulher quem arquitetou o projeto ou que o mestre de obras era “mulher”. Há quem diga que elas querem tirar o lugar dos homens. Engana-se quem pensa deste modo. Elas querem apenas ser valorizadas por sua capacidade. Por não serem tão frágeis quanto você supunha. Não querem rótulos, esteriótipos e muito menos terem suas vidas privadas colocadas em questão em meio uma campanha para concorrer a um cargo.
Sempre lembro de uma frase que diz assim: “Atrás de um grande homem tem sempre uma grande mulher”. As mulheres do século XXI não precisam mais ficar escondidas na sombra de seus homens, aprenderam que inteligência impõe respeito. É destas mulheres inteligentes que estamos falando. Da capacidade de unir a sensibilidade, o carinho, a força e a liderança exatamente na dosagem certa. Estamos falando da mulher real, não da ilusão que a mídia cria em nossas mentes. Uma distorção, um esteriótipo de capa de revista. Fútil é o que eles querem que pensamos. Astutas e corajosas. É assim que as vejo. Lutando pelo direito ao corpo que é seu. Lutando para não sofrer violência doméstica. Para não ser estuprada, por um ou trinta homens. Buscando a todo tempo que a sociedade se dispa dos preconceitos, abandone o falso moralismo nos discursos contra as feministas. De olhos vendados o povo foi as ruas pedindo por impeachment. Pela primeira vez na história deste país, uma mulher havia chegado à presidência. Mais uma vez venceu a alienação midiática, o machismo, o sexismo e a falta de informação verdadeira.
Não vamos permitir um retrocesso. Precisamos de mais mulheres no poder, mais mulheres comandando. Precisamos de igualdade de gênero. O cidadão precisa perceber que sem a mulher, nada se contrói. Lutemos para dar à elas o empoderamento. Para que o grito seja de liberdade, não de dor. Que a mulher que hoje ganha o mundo, possa conquistar também o respeito ao seu corpo, ao seu gênero e a sua essência. Está aí estampado para quem quiser ver. Lei Maria da Penha, vagão rosa ou táxis para mulheres não é a solução. Pais eduquem seus filhos para quando passar por uma mulher na rua independente da maneira como ela esteja vestida, da raça, cor, etnia, que ele possa ver ali, um ser humano igual a ele, dotado de capacidade e com os mesmos direitos.
Willian Ignácio, 27 anos. É estudante de jornalismo. Gosta de livros, café bem forte e quente, como a vida deve ser. Autêntico e de personalidade marcante. Prefere uma boa conversa com os amigos ou um filme no sofá a uma balada de final de semana. É apaixonado pela vida, e pela liberdade.
*Texto produzido para a disciplina de Legislação e Ética em Jornalismo