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Olhar a moda nas diferentes épocas

Pedro Gabriel (2) (1)
Na foto: A Professora Nikelen Witter ao lado do Vestido de época produzido pelos alunos do Curso de Moda em suas aulas.

 

Moda é o gosto sistêmico pelo novo, pelo diferente, pelo uso, desuso e reinvenção. É também imitação: ouve-se, vê-se, deseja-se, incorpora-se, insere-se e é impossível fugir.

Nikelen Witter é Professora do curso de Tecnologia em Design de Moda da Unifra, Doutora em História Social pela Universidade Federal Fluminense, Mestre em história do Brasil pela PUCRS e Graduada em História pela UFSM. Em suas pesquisas, ela investiga questões que envolvam Gênero e a História das Mulheres.

Para Nikelen, a cultura, os gestos, as formas de andar, sentar, falar, a linguagem e as gírias são alguns dos meios para sua expressão. Tem-se a moda no comer, nos tipos de consumo, nos lugares que frequentamos. A professora considera a moda atual como iconoclasta e completamente inovadora. Muito ampla, o vestuário é só a parte visível dela. Nikelen cita os dândis do início do século XIX como aqueles que recriam o modelo da moda masculina, e aponta Coco Chanel como a recriadora da silhueta feminina.

A moda tem ciclos, por vezes nostálgicos, por vezes vanguardistas, a exemplo de quando Mary Quant inventou a minissaia. O início do Século XXI tem sido bastante nostálgico, mas assim está a sociedade como um todo. Novos materiais, assim como novas condutas culturais são alguns dos agentes de mudança nas próximas décadas.

A partir da inspiração e da recriação, a moda expressa uma visão histórica e a consciência de que o vestuário é uma das formas de acesso aos modos de vida de cada período é o mais importante para os historiadores. As roupas dizem sobre toda a estrutura do mundo em cada época e, para os Professores de História, o vestuário pode ser uma interessante porta de acesso ao conhecimento de tempos passados.

Cada época é marcada por estilos e todas tiveram influências de moda, atualmente as mudanças destes estilos acontecem rapidamente. Mesmo assim, Nikelen ressalta que ainda se vive no império do jeans e da camiseta. Esta assinatura visual se mantém desde os anos 1980, e é difícil encontrar alguém que não tenha usado, ou sequer, tenha estas peças em seu guarda-roupa. No ocidente, elas são o ícone de um cotidiano que vai do trabalho ao lazer.

“O vestuário nunca foi tão diverso e livre quanto é hoje. As pessoas usam as roupas para se expressar e tem maior consciência disso que em outras épocas. A inspiração vem de um mix muito grande de referências, o que acaba criando algo que é único. Somos pautados por uma indústria e um sistema de moda que fica acima das intenções da maioria das pessoas” — finaliza a professora.

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Na foto: A Professora Nikelen Witter ao lado do Vestido de época produzido pelos alunos do Curso de Moda em suas aulas.

 

Moda é o gosto sistêmico pelo novo, pelo diferente, pelo uso, desuso e reinvenção. É também imitação: ouve-se, vê-se, deseja-se, incorpora-se, insere-se e é impossível fugir.

Nikelen Witter é Professora do curso de Tecnologia em Design de Moda da Unifra, Doutora em História Social pela Universidade Federal Fluminense, Mestre em história do Brasil pela PUCRS e Graduada em História pela UFSM. Em suas pesquisas, ela investiga questões que envolvam Gênero e a História das Mulheres.

Para Nikelen, a cultura, os gestos, as formas de andar, sentar, falar, a linguagem e as gírias são alguns dos meios para sua expressão. Tem-se a moda no comer, nos tipos de consumo, nos lugares que frequentamos. A professora considera a moda atual como iconoclasta e completamente inovadora. Muito ampla, o vestuário é só a parte visível dela. Nikelen cita os dândis do início do século XIX como aqueles que recriam o modelo da moda masculina, e aponta Coco Chanel como a recriadora da silhueta feminina.

A moda tem ciclos, por vezes nostálgicos, por vezes vanguardistas, a exemplo de quando Mary Quant inventou a minissaia. O início do Século XXI tem sido bastante nostálgico, mas assim está a sociedade como um todo. Novos materiais, assim como novas condutas culturais são alguns dos agentes de mudança nas próximas décadas.

A partir da inspiração e da recriação, a moda expressa uma visão histórica e a consciência de que o vestuário é uma das formas de acesso aos modos de vida de cada período é o mais importante para os historiadores. As roupas dizem sobre toda a estrutura do mundo em cada época e, para os Professores de História, o vestuário pode ser uma interessante porta de acesso ao conhecimento de tempos passados.

Cada época é marcada por estilos e todas tiveram influências de moda, atualmente as mudanças destes estilos acontecem rapidamente. Mesmo assim, Nikelen ressalta que ainda se vive no império do jeans e da camiseta. Esta assinatura visual se mantém desde os anos 1980, e é difícil encontrar alguém que não tenha usado, ou sequer, tenha estas peças em seu guarda-roupa. No ocidente, elas são o ícone de um cotidiano que vai do trabalho ao lazer.

“O vestuário nunca foi tão diverso e livre quanto é hoje. As pessoas usam as roupas para se expressar e tem maior consciência disso que em outras épocas. A inspiração vem de um mix muito grande de referências, o que acaba criando algo que é único. Somos pautados por uma indústria e um sistema de moda que fica acima das intenções da maioria das pessoas” — finaliza a professora.