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Recicladoras da ARPS serão homenageadas na Unifra

Convite maes recicladoras

“Caminhar com as próprias pernas”. A frase que identifica o ditado popular, ainda é um sonho almejado pelo grupo de reciclagem da Associação de Recicladores do Pôr do Sol – ARPS, criada em 2005 no bairro Nova Santa Marta. Até meados de 2010, a sede da Associação era em um galpão disponibilizado pelo Centro Social Marista, quando passou a fazer parte dos projetos sociais da Pallotti. O vínculo com esta entidade religiosa durou até fevereiro de 2013 e, a partir da perda deste apoio, a ARPS tenta se manter apenas com o trabalho de seus recicladores. A ausência de uma estrutura que garanta sua autonomia faz com que a Associação enfrente instabilidades para assegurar a continuidade do próprio trabalho e mesmo a manutenção das famílias do seus membros.

Hoje, elas recebem um aporte assistencial através do projeto Educação Popular em Saúde por Meio de Práticas Socialmente Empreendedoras, coordenado pela  Irmã Dirce Stein Backes, doutora em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Catarina e coordenadora do Mestrado Profissional em Saúde Materno Infantil do

Gravação dos depoimentos para o documentário audiovisual. Foto: Otávio Brasiliense
Gravação dos depoimentos para o documentário audiovisual. Foto: Otávio Brasiliense

Centro Universitário Franciscano, e cuja equipe tem trabalhado junto a ARPS desde 2011.  Nesta quarta-feira, dia 04,  as trabalhadoras da ARPS serão homenageadas na instituição, numa ação intracursos – reunindo os Cursos de Design de Moda, Jornalismo e Enfermagem – que celebrará as mães recicladoras.

O grupo -nove mulheres e dois homens – também protagoniza um documentário audiovisual que está sendo gravado por alunos do curso de Jornalismo da Unifra, cujo roteiro objetiva dar visibilidade às mulheres recicladoras, salientando a sua identidade e enfrentamentos num contexto marcado pela invisibilidade feminina e periférica na sociedade.

Trabalho cooperativado

Arps
Sede da ARPS. Foto: Otávio Brasiliense

O trabalho de reciclagem realizado pela Associação é cooperado. Todas as despesas, principalmente de luz, são divididas pelos trabalhadores. “Antes de fazer a divisão do dinheiro que nós conseguimos com a venda dos materiais reciclados, eu já tiro o valor da conta de luz”, explica a responsável financeira Gislaine. De acordo com as recicladoras, este custo em alguns meses chega à R$500,00, o que afeta a renda de todas.

Além disso, outra preocupação do grupo está relacionada à limpeza do local onde trabalham. A coordenadora Ana Nara afirma que “a quantidade de lixo retirado na triagem dos materiais que nós recebemos é grande e, se colocarmos em recipientes próprios o caminhão de lixo leva, mas depois precisamos pagar para que eles nos devolvam os recipientes”.

Outra dificuldade encontrada pela equipe da ARPS é a falta de um meio apropriado para que  façam a coleta dos materiais reciclados. Quando a Associação passou a receber o apoio da Pallotti, os recicladores venderam as “carroças” que tinham. Ainda segundo, a coordenadora  eles não possuem uniforme adequado para o trabalho, necessários por conta da segurança, principalmente, luvas e botas.

Apesar de todas as dificuldades apontadas, a Associação além de contribuir na preservação do meio ambiente, auxilia na educação ambiental dos alunos da Escola Marista Santa Marta desde 2007, ano em que estabeleceram um vínculo com a comunidade escolar e os alunos começaram a destinar materiais reciclados para a ARPS. Ela recebe ainda o apoio da Prefeitura de Itaara e da entidade ASMAR, que encaminham materiais reciclados a eles.

Para quem quiser ajudar ou conhecer de perto este trabalho, a ARPS fica  na Rua dos Branquilhos, nº 79, ao lado da Escola Marista Santa Marta.

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Convite maes recicladoras

“Caminhar com as próprias pernas”. A frase que identifica o ditado popular, ainda é um sonho almejado pelo grupo de reciclagem da Associação de Recicladores do Pôr do Sol – ARPS, criada em 2005 no bairro Nova Santa Marta. Até meados de 2010, a sede da Associação era em um galpão disponibilizado pelo Centro Social Marista, quando passou a fazer parte dos projetos sociais da Pallotti. O vínculo com esta entidade religiosa durou até fevereiro de 2013 e, a partir da perda deste apoio, a ARPS tenta se manter apenas com o trabalho de seus recicladores. A ausência de uma estrutura que garanta sua autonomia faz com que a Associação enfrente instabilidades para assegurar a continuidade do próprio trabalho e mesmo a manutenção das famílias do seus membros.

Hoje, elas recebem um aporte assistencial através do projeto Educação Popular em Saúde por Meio de Práticas Socialmente Empreendedoras, coordenado pela  Irmã Dirce Stein Backes, doutora em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Catarina e coordenadora do Mestrado Profissional em Saúde Materno Infantil do

Gravação dos depoimentos para o documentário audiovisual. Foto: Otávio Brasiliense
Gravação dos depoimentos para o documentário audiovisual. Foto: Otávio Brasiliense

Centro Universitário Franciscano, e cuja equipe tem trabalhado junto a ARPS desde 2011.  Nesta quarta-feira, dia 04,  as trabalhadoras da ARPS serão homenageadas na instituição, numa ação intracursos – reunindo os Cursos de Design de Moda, Jornalismo e Enfermagem – que celebrará as mães recicladoras.

O grupo -nove mulheres e dois homens – também protagoniza um documentário audiovisual que está sendo gravado por alunos do curso de Jornalismo da Unifra, cujo roteiro objetiva dar visibilidade às mulheres recicladoras, salientando a sua identidade e enfrentamentos num contexto marcado pela invisibilidade feminina e periférica na sociedade.

Trabalho cooperativado

Arps
Sede da ARPS. Foto: Otávio Brasiliense

O trabalho de reciclagem realizado pela Associação é cooperado. Todas as despesas, principalmente de luz, são divididas pelos trabalhadores. “Antes de fazer a divisão do dinheiro que nós conseguimos com a venda dos materiais reciclados, eu já tiro o valor da conta de luz”, explica a responsável financeira Gislaine. De acordo com as recicladoras, este custo em alguns meses chega à R$500,00, o que afeta a renda de todas.

Além disso, outra preocupação do grupo está relacionada à limpeza do local onde trabalham. A coordenadora Ana Nara afirma que “a quantidade de lixo retirado na triagem dos materiais que nós recebemos é grande e, se colocarmos em recipientes próprios o caminhão de lixo leva, mas depois precisamos pagar para que eles nos devolvam os recipientes”.

Outra dificuldade encontrada pela equipe da ARPS é a falta de um meio apropriado para que  façam a coleta dos materiais reciclados. Quando a Associação passou a receber o apoio da Pallotti, os recicladores venderam as “carroças” que tinham. Ainda segundo, a coordenadora  eles não possuem uniforme adequado para o trabalho, necessários por conta da segurança, principalmente, luvas e botas.

Apesar de todas as dificuldades apontadas, a Associação além de contribuir na preservação do meio ambiente, auxilia na educação ambiental dos alunos da Escola Marista Santa Marta desde 2007, ano em que estabeleceram um vínculo com a comunidade escolar e os alunos começaram a destinar materiais reciclados para a ARPS. Ela recebe ainda o apoio da Prefeitura de Itaara e da entidade ASMAR, que encaminham materiais reciclados a eles.

Para quem quiser ajudar ou conhecer de perto este trabalho, a ARPS fica  na Rua dos Branquilhos, nº 79, ao lado da Escola Marista Santa Marta.