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A sociedade não esqueceu do caso Bruno

Observatório da mídia CS-02Bruno Fernando De Souza, 32, goleiro,  odiado por muitos, “amado” por outros tantos, contraria todas as esperanças daquelas pessoas que acreditam que a “justiça tarda mas não falha”. Condenado em 2013 a 22 anos e três meses e sete dias de prisão, Bruno  foi solto em 24 de fevereiro, por um habeas corpus concedido pelo Ministro Marcos Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal. E para quem acredita que ex-presidiário tem dificuldades em conseguir emprego, com o goleiro isso não ocorreu.

Ao sair da cadeia ele foi procurado por 15 clubes, mas foi a equipe do Boa Esporte de Minas Gerais que o contratou. Mas o time de Minas já sente no “bolso” o peso dessa contratação que não rendeu patrocinadores para o time, muito pelo contrário, houve perdas significativas de um de seus principais mantenedores, o grupo Goys e Silva.

No entanto, o que assusta a maior parte das pessoas nesse episódio, é pensar que as instituições futebolísticas apostaram que a sociedade iria esquecer do que aconteceu com Elisa Samudio.

Outro fator que preocupa e coloca um ponto de interrogação nessa situação é: qual será  o estado psicológico do arqueiro? Em nenhum momento o goleiro concedeu declarações para imprensa prestando esclarecimentos para a sociedade sobre o que levou à prisão preventiva. Melhor dizer que em nenhum momento  tocou em assuntos que não tenham relação com o futebol.

Para todos aqueles que acompanham futebol. e até mesmo para os que não acompanham, a soltura de Bruno causa repugnação, principalmente em muitas mulheres que em pleno século XXI,  ainda lutam por princípios básicos de convivência, como respeito e direitos iguais. Parece que ainda vivemos em uma sociedade medieval na qual  “o homem é mau por natureza”, segundo Thoma Hobbes.

Por outro lado, é impressionante como alguns veículos de comunicação tem o poder de influenciar as pessoas, fazendo lembrar que, segundo Thompson ,“vivemos em uma sociedade midiatizada”. Isso fica nítido quando se nota que alguns veículos de comunicação tentaram, em um primeiro momento, dar a entender para o púbico que o goleiro Bruno é um cidadão completamente apto a reintegrar a sociedade ao ser retratado, logo ao sair da cadeia, de mãos dadas com sua esposa, Ingrid  Calheiros.

Enfim, se Bruno estará ou não apto a ser reintegrado à sociedade, só as circunstâncias do tempo dirão. Mas, uma coisa é certa, em uma sociedade brasileira cheia de conflitos  algo fica claro a cada dia que passa: a crise da identidade moral das pessoas. E esse acontecimento caracteriza muito bem o fato. Infelizmente as pessoas representam ser de um jeito, muito por influência de uma  indústria cultural que as manipula , tanto em momentos pessoais, quanto profissionais. Mas, elas não são fidedignas de um verdadeiro caráter, e isso gera,nas pessoas a permanente desconfiança quanto ao à personalidade do indivíduo, contrariando o que pensava Jacques Rousseau ,” o homem é naturalmente bom”.

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Luis Ricardo Kaufmann da Silva é estudante  do terceiro semestre de Jornalismo no Centro Universitário Franciscano, louco por futebol, gosta de escrever, ouvir música e ler. Acredita que o homem não é poderoso por ter pernas ou braços, mas sim por ter a possibilidade de se comunicar. 

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Observatório da mídia CS-02Bruno Fernando De Souza, 32, goleiro,  odiado por muitos, “amado” por outros tantos, contraria todas as esperanças daquelas pessoas que acreditam que a “justiça tarda mas não falha”. Condenado em 2013 a 22 anos e três meses e sete dias de prisão, Bruno  foi solto em 24 de fevereiro, por um habeas corpus concedido pelo Ministro Marcos Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal. E para quem acredita que ex-presidiário tem dificuldades em conseguir emprego, com o goleiro isso não ocorreu.

Ao sair da cadeia ele foi procurado por 15 clubes, mas foi a equipe do Boa Esporte de Minas Gerais que o contratou. Mas o time de Minas já sente no “bolso” o peso dessa contratação que não rendeu patrocinadores para o time, muito pelo contrário, houve perdas significativas de um de seus principais mantenedores, o grupo Goys e Silva.

No entanto, o que assusta a maior parte das pessoas nesse episódio, é pensar que as instituições futebolísticas apostaram que a sociedade iria esquecer do que aconteceu com Elisa Samudio.

Outro fator que preocupa e coloca um ponto de interrogação nessa situação é: qual será  o estado psicológico do arqueiro? Em nenhum momento o goleiro concedeu declarações para imprensa prestando esclarecimentos para a sociedade sobre o que levou à prisão preventiva. Melhor dizer que em nenhum momento  tocou em assuntos que não tenham relação com o futebol.

Para todos aqueles que acompanham futebol. e até mesmo para os que não acompanham, a soltura de Bruno causa repugnação, principalmente em muitas mulheres que em pleno século XXI,  ainda lutam por princípios básicos de convivência, como respeito e direitos iguais. Parece que ainda vivemos em uma sociedade medieval na qual  “o homem é mau por natureza”, segundo Thoma Hobbes.

Por outro lado, é impressionante como alguns veículos de comunicação tem o poder de influenciar as pessoas, fazendo lembrar que, segundo Thompson ,“vivemos em uma sociedade midiatizada”. Isso fica nítido quando se nota que alguns veículos de comunicação tentaram, em um primeiro momento, dar a entender para o púbico que o goleiro Bruno é um cidadão completamente apto a reintegrar a sociedade ao ser retratado, logo ao sair da cadeia, de mãos dadas com sua esposa, Ingrid  Calheiros.

Enfim, se Bruno estará ou não apto a ser reintegrado à sociedade, só as circunstâncias do tempo dirão. Mas, uma coisa é certa, em uma sociedade brasileira cheia de conflitos  algo fica claro a cada dia que passa: a crise da identidade moral das pessoas. E esse acontecimento caracteriza muito bem o fato. Infelizmente as pessoas representam ser de um jeito, muito por influência de uma  indústria cultural que as manipula , tanto em momentos pessoais, quanto profissionais. Mas, elas não são fidedignas de um verdadeiro caráter, e isso gera,nas pessoas a permanente desconfiança quanto ao à personalidade do indivíduo, contrariando o que pensava Jacques Rousseau ,” o homem é naturalmente bom”.

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Luis Ricardo Kaufmann da Silva é estudante  do terceiro semestre de Jornalismo no Centro Universitário Franciscano, louco por futebol, gosta de escrever, ouvir música e ler. Acredita que o homem não é poderoso por ter pernas ou braços, mas sim por ter a possibilidade de se comunicar.